Seguindo a linha presente em países europeus e nos Estados Unidos, o mercado de roupas de segunda mão, conhecidos como brechós, começou a crescer no Brasil a partir dos anos 2000
O surgimento do e-commerce em redes sociais, maior investimento na ambientação das loja, aumento de curadorias preocupadas com o estado e a higiene das peças, procura por preços baixos em tempos de crise e a preocupação ambiental são os principais fatores que auxiliaram a popularização de brechós no país nos últimos anos.
A ideia por trás do negócio é de resgatar o tecido rapidamente descartado em boas condições e prolongar seu tempo de uso, fazendo uma engenharia sustentável. De acordo com a empresária Siomara Leite, dona do brechó Agora É Meu, a busca por preços baratos em tempos de crise ajudou muito esse tipo de negócio a crescer, mas foi um grande desafio reeducar o público a perder o preconceito com lojas de segunda mão e a praticar uma moda consciente.
Uma pesquisa feita pelo Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas) mostrou que as empresas que comercializavam artigos usados tiveram um crescimento de 210% entre 2007 e 2012. Em janeiro de 2013, dados do Sebrae mostravam que 10,8 mil micro e pequenas empresas comercializavam produtos usados. No ano de 2015, esse número teve um aumento de 22,2%.
Há também uma grande importância ecológica para esse tipo de negócio, já que, no Brasil, atualmente, são geradas cerca de 170 mil toneladas de lixo têxtil por ano. Na visão da jovem empreendedora Nathalia Scorzato, dona do brechó Gato Preto, a questão ambiental foi essencial para a popularização de brechós. Segundo ela, o público jovem de São Paulo busca entrar em tendências da moda constantemente, e a tendência de moda consciente e sustentável ganhou muita visibilidade nos últimos anos.
Brechós: a tendência do século 21
Agora é Meu Brechó
A história do brechó começou quando as empresárias Siomara Leite e Daniele Kono, em um momento de grande crise financeira, decidiram fazer um bazar eventual na finalidade de lucrar com a venda de roupas usadas. Com isso, as empresárias identificaram um grande público para esse mercado. A loja boutique busca incentivar o consumidor a procurar sua própria identidade de estilo e diminuir o consumo acelerado que é tão incentivado pelas tendências passageiras do mercado.
Gato Preto Brechó
A empresa começou em 2016, com a venda de roupas na plataforma do Instagram. A recepção foi muito positiva e a dona, Nathalia Scorzato, percebeu um grande potencial em seu pequeno negócio. Hoje, o brechó Gato Preto acumula mais de 100 mil seguidores em sua página do Instagram. A loja segue um novo conceito de brechó, com curadoria forte e roupas na moda.
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Por Maria Luiza Priori Pimentel – Fala! Mack