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Bolsa ganha novos investidores, jovens e mulheres aumentam participação

Índices registram elevação e alterações em todas as regiões

A Bolsa de Valores de São Paulo tem recebido cada vez mais investidores, se há 10 anos não passavam 500 mil, eram concentrados nas regiões Sul e Sudeste, maioria homens acima de 60 anos, hoje, são quase 2,4 milhões e o perfil pessoa física não é mais o mesmo, talvez não volte a ser tão cedo. Se por um lado a maior parcela das ações ainda está em nome de pessoas jurídicas, por outro, a curva crescente de novos investidores é impulsionada pela chegada de públicos diferentes que investem valores menores. 

Diante da constante queda da taxa Selic (taxa básica de juros da economia), que teve início em março de 2018, o número de novos investidores na bolsa de valores vem crescendo de forma considerável.

Aumento de investidores na bolsa de valores

Esse aumento não se deve exclusivamente à queda da Selic, mas também por conta da disseminação de informação sobre investimentos no universo digital, diversos mecanismos contribuíram para esse acontecimento, como o desenvolvimento de inúmeros aplicativos de investimentos voltados ao mercado financeiro, que foram criados com o intuito de desburocratizar a participação das pessoas na bolsa de valores.

Antes, aplicações financeiras tinham acessos restritos, apenas profissionais vinculados a bancos e instituições podiam participar desse tipo de mercado, sendo que, atualmente, qualquer pessoa com menos de R$100 pode efetuar suas aplicações. 

Compras e vendas
Compras e vendas de títulos entre 4 e 25 de maio. | Foto: Reprodução.

Em 1890, quando o embrião da Bolsa que conhecemos foi fundado, o perfil investidor era muito limitado: homens muito ricos e donos de fazendas. Sendo que, por muitos anos, este seleto grupo pouco aumentava, logo, o número de investidores não crescia tanto. O grupo de pessoas que detém maiores participações ainda é bem pequeno e a maior parte dos investidores representa, muitas vezes, menor capital comparado ao número total de ações.

Em 2018, a cada 10 investidores, sete eram Pessoa Física; em abril deste ano, o número chega a quase 9. Em números absolutos, a quantidade de investidores físicos cresceu quase sete vezes mais em relação aos jurídicos nesse período. Veja abaixo o crescimento de pessoas físicas e jurídicas em 2018, quando a tendência de alta se consolidou, e, no início de abril de 2020, as participações atuais em compra e venda. 

Percentual de aportes
Percentual de aportes. | Foto: Reprodução.

Outra mudança muito significativa é em relação à faixa etária, apesar de dar pequenos sinais de mudança a partir de 2013, apenas em 2016, pessoas entre 18 e 24 anos passaram a ter participação real no mercado financeiro, somando 1%, algo que nunca havia ocorrido, o dado se manteve estável e começou a crescer exponencialmente a partir de 2018, último ano em que investidores acima de 60 anos foram maioria.

Em 2019, houve uma grande mudança neste cenário, onde acionistas com idade superiores a 60 anos já tinham ficado para trás e o grupo de 25 a 39 anos começou a mostrar forte tendência de alta e, hoje, é praticamente metade do número total de investidores. 

mercado de ações
Evolução de pessoas físicas. | Foto: Reprodução.

Historicamente, o Sudeste sempre obteve maior participação no número de investidores em relação às outras quatro regiões. Isso se mantém, mas registra percentualmente uma leve queda, é a região mais rica e mais populosa do Brasil, o que justifica a fatia de mais de 66% dos investidores. Mesmo sendo a região que mais cresceu numericamente, percentualmente ficou em último lugar.

Aumento percentual entre Setembro de 2018 e Abril de 2020:

bolsa de valores
Aumento percentual. | Foto: Reprodução.

A participação no capital e número de estrangeiros na Bolsa tem variado bastante, ora são mais, ora menos, muitas vezes chegam a transacionar em compra e venda de ações mais da metade dos valores, no momento, estão retirando capital, ao contrário do que o mercado financeiro pregava, a reforma da previdência não atraiu capital de fora do país

Referente à idade, houve mudanças significativas entre setembro de 2018 e abril de 2020. O grupo de 16 a 25 atinge, agora, mais de 10% do total de investidores, anteriormente o maior grupo era composto por pessoas de 36 a 45 anos, agora, o maior contingente tem entre 25 e 36.

As mulheres representavam 22,49% em 2018, agora, são 23,9%, a proporção no total em relação aos homens investidores ainda é parecida ao período anterior, mas, percentualmente, as mulheres cresceram mais que os homens. Entre as de 16 a 25 anos, o aumento chegou a 940%, seguidas pelas de 36 a 45, que aumentaram 500%.

O grupo etário que mais cresceu percentualmente foi o de 16 a 25 anos, foram 801% a mais. Neste grupo, mulheres, em 2018, eram 16,6%, agora, são 19,2%, enquanto jovens homens elevaram 773% seu número, as mulheres cresceram mais 940%.

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Por Elnatã Santos da Paixão – Fala! Anhembi

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