Entenda quais são os boatos mais espalhados em meio à pandemia, e o porquê de serem considerados falsos
A ascensão da epidemia mundial do Covid-19 fez surgir dicas e notícias que rapidamente viralizam devido ao seu caráter quase milagroso em relação à prevenção ou cura da doença. Além de falsas e ineficientes, essas informações podem ser inclusive prejudiciais à saúde.
Confira abaixo as quatro fake news mais disseminadas sobre o vírus.
Coronavírus: 4 fake news mais disseminadas
1. Beber água quente ou chá mata o vírus
Com a chegada da notícia falsa de que vírus não sobrevive a 27°C, surge a ideia de que ingerir líquidos quentes mataria o coronavírus.
No entanto, a diretora do Instituto de Medicina Tropical (IMT-USP), Ester Sabino, uma das responsáveis pelo sequenciamento do genoma do vírus, afirmou que a informação é falsa, uma vez que o vírus consegue sobreviver em nosso corpo, cuja temperatura média é de 36 °C.
2. Vitamina C previne o coronavírus
Ainda que uma alimentação completa e saudável seja essencial para manter o bom funcionamento do sistema imunológico, não é verdade que a vitamina C, por si só, evite a contaminação.
O Ministério da Saúde afirma, em seu site, que não existe nenhum alimento ou vitamina milagrosa que erradique a infecção causada pelo vírus.
3. Prender a respiração por 10 segundos é uma forma de diagnóstico da doença
De acordo com o diagnóstico caseiro, aquele que conseguisse segurar a respiração por 10 segundos, sem apresentar tosse ou indisposição, não estaria contaminado.
A lógica desse teste parte do falso pressuposto de que 50% dos infectados apresentam fibrose pulmonar. Logo, ao conseguir realizar tranquilamente o experimento, a pessoa não apresentaria o problema no pulmão e, portanto, não teria contraído o Covid-19.
Contudo, existem exames específicos para o diagnóstico, tanto da fibrose pulmonar quanto do coronavírus, que devem ser realizados somente por profissionais da saúde.
4. Máscaras caseiras são eficientes para a prevenção do contágio viral
A partir da popularização de um vídeo na internet em que uma mulher ensina a fazer máscaras, para evitar o contágio do coronavírus, com lenços umedecidos, começou-se a acreditar na eficiência de máscaras improvisadas, e outros vídeos similares foram produzidos.
Porém, a Organização Mundial da Saúde (OMS) não recomenda o uso de nenhuma máscara de tecido ou improvisada, pois sua eficiência não é comprovada. É importante lembrar também que a OMS só recomenda o uso de máscaras aos profissionais de saúde ou indivíduos que apresentam sintomas da doença.
Em meio a um período de crise, é necessário redobrar a atenção em relação às notícias compartilhadas. É importante sempre conferir a fonte da informação e não repassar conteúdos dos quais não se tem certeza, para evitar causar pânico, baseado em alegações falsas, nas pessoas ou colocá-las em mais risco nesse momento caótico.
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Por Giovanna Delegá Oliveira – Fala! Cásper