Ao entrar na faculdade, diversas rotinas pessoais mudam, inclusive as relações afetivas. Assim, é normal se preocupar com a manutenção das amizades nesse período. Será possível, então, conciliar amizades antigas com a faculdade, mesmo que a última se localize em outra cidade?
Afinal, amizade é como uma via de mão dupla: não depende apenas de uma pessoa para que ela funcione, mas sim, pelo menos duas para sustentá-la.
Segundo a psicóloga Luciana Mascarenhas Fonseca, “ela [amizade] dá sentido ao passar do tempo e ao nosso desenvolvimento enquanto seres humanos.”
Aliás, mudanças ocorrerão a todo momento. Além disso, as modificações podem ser tanto de espaços físicos quanto da própria pessoa em questão.
Outro ponto que deve ser considerado é o problema que essa perda de vínculos pode ocasionar. “A perda de uma amizade importante pode ser muito difícil na vida de um universitário (…) com certeza é possível [desenvolver uma depressão]”, ressalta a psicóloga.
A profissional da saúde ainda relata que já atendeu uma paciente que tinha dúvidas se realizava um intercâmbio ou se continuava no país. Com isso, ela comenta que a paciente em questão tinha receio de perder os amigos caso realizasse a viagem. Por fim, a estudante escolheu viajar e percebeu que isso enriqueceu as amizades de antes e construiu novos laços.
Estudando longe de casa
Acerca do assunto, a aluna de jornalismo da Pontifícia Universidade Católica (PUC-SP), Rafaela Thomaz conta os desafios que passou após a mudança para São Paulo e o início da faculdade.
Sobre isso, ela relembra que não perdeu nenhuma das amizades, apenas deixou de ter a rotina que possuía antes de sair sempre com os amigos.
Não foi questão de perda, e sim de afastamento(…). Mas a amizade continua a mesma.
Rafaela Thomaz comenta sobre sua experiência
Assim, a psicóloga Luciana conclui: “Manter uma amizade é como cuidar de uma plantinha. A amizade precisa de cuidado, de atenção, de percepção do que o outro vivencia e de tolerância para tudo o que se vive de forma diferente.”