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A transição capilar veio para ficar?

Antes de tudo, vamos fazer uma breve explicação sobre o que é transição capilar. Ela se trata de um processo especificamente usado para voltar a ter um cabelo natural, normalmente utilizado por pessoas com cabelos quimicamente tratados com: relaxamento, permanente, selagem,  alisamento, entre outros. Todos estes processos têm o objetivo de diminuir o volume dos cabelos, assim como alisar o cabelo cacheado ou crespo, com uma definição geral de libertação dos cachos e crespos.

Com os anos, a proposta de transição capilar ganhou muitos adeptos ao processo, gerando mídia e muito conteúdo nas redes sociais.

Depois do turbilhão de informação que explodiu em 2021 no pico da pandemia da Covid19, onde os salões de beleza ficaram fechados, muitas pessoas mesmo que por necessidade tiveram que se adaptar ao processo de transição, já que o atendimento ao público tinha sido limitado, em muitos casos finalizados.

Mas agora com os estabelecimentos funcionando normalmente,  a pergunta que fica é, será que a transição capilar veio mesmo pra ficar?

Como funciona a transição capilar

O processo consiste na volta dos cabelos naturais. Quem usava química nos cabelos para mantê-los lisos ou com menos volume abre mão desse processo, ou melhor, se liberta de uma vida de dependência química nos cabelos, para a volta dos cachos.

O processo não é tão fácil ou rápido, a transição completa pode levar anos, depende muito de pessoa para pessoa, pois se espera o crescimento do cabelo, por isso é um processo que exige muita paciência.

O primeiro passo para a transição capilar é parar com os tratamentos químicos, esse começo se torna muito difícil, principalmente para as mulheres, porque em um mês a raiz começa a aparecer e  essa diferença da raiz e restante do cabelo costuma incomodar muito, então algumas mulheres  acabam usando acessórios como bonés, tiaras, para disfarçar a raiz crescida, outras acabam utilizando a  chapinha para alisar temporariamente.

Normalmente, o alisamento temporário é usado por poucas pessoas, pois no processo de transição não está de fora para dentro, mas sim ao contrário. Fazer uso de qualquer alisamento neste período pode prejudicar  o andamento da transição, já que funciona como uma libertação dos processos de alisamento.

Depois de parar com os tratamentos químicos, o segundo passo é esperar o crescimento do cabelo. Com o andamento da transição capilar, muitas pessoas vão cortando o cabelo mês a mês na medida em que os fios vão crescendo, outras mais radicais optam por raspar o cabelo e esperar o crescimento das madeixas, algumas pessoas acreditam que essa atitude ajuda ainda mais na aceitação da mudança.

A transição capilar
A transição capilar. | Foto: Freepik.

Finalização do cabelo em transição

A finalização de uma cabelo em transição é super importante, pois a medida que o cabelo vai crescendo, levando em conta que ainda resta cabelo com química, a finalização ajuda a definir essa parte que ainda está com produtos químicos que mantêm o alisamento das mechas.

A técnica mais usada para disfarçar a parte com química é a texturização, um processo bem simples onde o principal produto para realizar a texturização é creme de pentear,  pode ser de qualquer marca.

Para fazer a texturização você não precisa de nenhum profissional, pode realizar você mesmo em casa. Algumas pessoas por conta do tempo acabam indo aos salões, mas a maioria das mulheres acabam fazendo em casa, como  forma de economizar e também ter a praticidade de fazer logo após o banho.

A técnica é bem simples, basta está com o cabelo umedecido, separá-lo em várias mechas e começar a envolver os fios com creme de pentear, depois é só enrolar com os dedos em forma de caracol e amassar suavemente para formar as ondas nos fios, após algumas minutos com o cabelo seco a texturização estará pronta.

Para trazer mais definição, nessa técnica se usa também alguns acessórios, como fitas, e pedaços de pano, os adereços são usados para amarrar as mechas enroladas, ficando assim até a secagem completa dos fios, isso deixa os cachos e onde mais marcantes.

Para quem quer investir ainda mais na texturização, existem hoje no mercado acessórios como bigudinho, de vários tamanhos e espessuras, quanto mais fino mais fechado será o cacho. O bigudinho foi desenvolvido exclusivamente para esta técnica.

Como o cabelo fica totalmente envolvido no acessório, o processo de secagem dos fios pode demorar um pouco mais, para acelerar isso recomenda-se usar um secador em jato frio, assim você não correrá risco de queimaduras.

Mas se você não pretende investir com acessórios para texturização, não se preocupe, existem diversos vídeos no youtube, com várias dicas de acessórios que você pode ter em casa e nem precisará comprar, como papel alumínio, meia, papel ou até mesmo com penteado como tranças.

E depois da transição?

O processo é bem lento, pode levar anos até completar a transição, chegando ao final muitos homens e mulheres seguem a vida com um sentimento de libertação, mas o resultado não é o mesmo para todos, há quem diga que ao se libertar das químicas que alisavam os cabelos, virou escravo de cremes e acessórios para definição dos cachos.

É possível encontrar nas redes sociais várias mulheres que chegaram ao final da transição capilar com relatos de que não se acham bonitas com os cabelos naturais, e pelo uso de muitos cremes e técnicas para manter os cachos definidos, acabam voltando, após anos de transição, ao cabelo alisado por produtos químicos.

Um ponto a se considerar é a recuperação da autoestima. Muitas pessoas que voltam ao cabelo quimicamente alisado, relatam que a baixo-autoestima contribui consideravelmente para o retorno às químicas. Por isso é tão importante ressaltar, a transição capilar não é de fora pra dentro, mas sim de dentro para fora, a mudança de querer assumir os cabelos naturais deve acontecer de dentro, não por uma pressão de aceitação, mas de uma questão do seu “eu”.

A maioria das pessoas que experimentaram a transição capilar relatam viver um momento novo de descobrimento da beleza natural e lidar bem com a aceitação dos cachos, que por anos foram reprimidos por falta de informação, bullying e até mesmo por escassez de produtos próprios para cabelos cacheados, crespos ou ondulados. Por isso nunca tenha medo de tentar descobrir a sua melhor versão.

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Por Jeciane Fernandes – Fala! Universidade Cruzeiro do Sul

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