Batman – O Cavaleiro das Trevas é a segunda produção da trilogia de Batman do diretor Christopher Nolan chegou aos cinemas em 2008. Hoje, por causa da estreia de um outro filme, ele é relembrado com tom de comparação seja pelo público ou por críticos. Desta vez, a luta do Batman de Christian Bale é tanto contra o crime organizado de Gotham City quanto contra o Coringa, interpretado por Heath Ledger, que é contratado pela máfia para matar o homem-morcego.
Bruce Wayne chega até ter um ar bem juvenil por causa de suas tentativas de chamar atenção de Rachel Dawes, personagem de Maggie Gyllenhaal. Rachel agora trabalha com o promotor público Harvey Dent, interpretado por Aaron Eckhart, que é o novo herói da cidade e também o novo namorado dela.
No início, Harvey claramente vê em seu trabalho a maneira mais correta de fazer justiça em Gotham. Como o homem-morcego começa a sentir a proximidade de sua aposentadoria do combate ao crime, ele vê no promotor um sucessor digno. No decorrer da trama, o lado sombrio de Harvey aparece, o que justifica claramente algumas de suas ações. Com o casal e com o tenente Gordon, interpretado por Gary Oldman, o homem-morcego faz uma aliança essencial contra o crime.
A proposta de fazer a resenha deste filme anima porque a ideia serviria como uma justificativa para reassistir a atuação impecável de Heath Ledger como o vilão Coringa. Ledger criou uma identidade nova para o vilão: uma mistura de anarquista com louco, alguém de tamanha psicopatia que nem em momentos mais arriscados deixa transparecer o mínimo de empatia ou hesitação. O único defeito é sua história rasa; Coringa é o grande atrativo do filme, mas em nenhum momento é explicado sua origem.
Ao contrário de acreditar que a motivação da vontade de rever seria apenas pelo hype por causa do filme Joker (2019), que conta a história do palhaço, é notável que quando se trata dos filmes do Batman, o genuíno interesse do público muitas vezes é focalizado em com quem está com o herói, não nele especificamente. Ou seja, facilmente Batman é colocado como coadjuvante de sua própria história.
Neste filme, não foi diferente. O complicado de O Cavaleiro das Trevas neste aspecto é que os outros personagens realmente ofuscam o protagonista. Bruce Wayne tem personalidade sóbria, fria e nem mesmo com o traje heroico isso se altera. Aqui, Wayne é a cola de todas as histórias desenvolvidas. Seu trabalho era apenas juntar os personagens, mas em pouquíssimos momentos parece que sua presença é a mais importante.
O Cavaleiro das Trevas é em suma um filme sombrio e que consegue facilmente gerar reflexões em seu público. Gotham City consegue se assemelhar a qualquer cidade do mundo ao mesmo tempo que Harvey tem os ideais de deixar ao sistema fazer a justiça, mas também se sente indignado quando tal justiça não é bem sucedida. Mesmo após 11 anos desde sua estreia, o filme ainda desperta sorrisos, admirações, angústias e expectativa a quem assiste.
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Por Maria Amaro – Fala!Mack