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Palavras e expressões racistas que ainda usamos

Por desinformação ou má fé, uma série de palavras de cunho racistas estão incorporadas em nosso vocabulário, carregadas de preconceito e de um passado de mais de 300 anos de escravidão, uma herança maldita do último país do mundo a abolir tal forma de exploração. São esses resquícios desse período da história que ainda refletem no período atual, ainda racista e segregador.

Expressões racistas que ainda são utilizadas

As palavras que têm teor racistas são muito usadas, as pessoas só reproduzem e nem sabem o significado. Algumas eu já conhecia, mas muitas outras eu usava e parei depois que fiquei sabendo e algumas por exemplo ‘claro’, eu uso com frequência por que não sei como substituir, ela ainda está no meu vocabulário, mas no convívio as vezes é desconfortável, já cheguei a estar apresentando trabalho e alguém do meu grupo citou “humor negro” e varias outras palavras que eu aviso depois para a pessoa o significado, mas sempre tem que estar corrigindo.

Afirma Dayana Natale, Presidenta do AfriCásper, coletivo negro da Faculdade Cásper Líbero, reforçando a importância de exercemos o processo de desconstrução de práticas que não cabem mais em nossa sociedade.

Catalogar todos esses termos demandaria muito trabalho, para se ter ideia, um professor de uma escola de ensino fundamental no Rio de Janeiro, chamado Luiz Henrique Rosa, criou o projeto “Qual é a graça?” e só naquele ambiente escolar, com a ajuda de seus alunos, conseguiu identificar 360 termos racistas que eram usados para apelidar pejorativamente os estudantes.

Porém, reunimos 10 expressões/palavras que com certeza você já ouviu por aí para tirar de vez do vocabulário.

“Não sou tuas negas”

É associado ao período de escravidão, na época, as escravas eram propriedade dos homens brancos e usadas para satisfazê-los, por assédio ou estupro, na época recorrentes e naturalizados, portanto, além de carregar todo esse passado, é também machista.

“Denegrir”

Segundo o dicionário, o significado da palavra é: “Fazer ficar mais negro; tornar escuro; obscurecer, obscurecer-se.“. É também um sinônimo para difamar, e usa a palavra negro como algo ruim e maldoso, por isso é uma palavra ofensiva.

“Criado Mudo”

Popularmente, Criado mudo é o móvel que colocamos ao lado da cama, porém, o motivo do nome é sombrio e também remete ao período de escravidão no Brasil, o termo foi criado pois o objeto tem a mesma utilidade dos escravos, que esperavam a ordem dos senhores de engenho, parados e em silencio, pois ele não poderia fazer barulho pois os incomodaria.

“Da cor do pecado”

Usada como elogio, mas que se associa a hipersexualização da mulher negra.

“Mercado negro”

Refere-se ao mercado paralelo, que é ilegal, se relaciona com “Denegrir” e “Lista negra”, na ideia de usar o termo negro para descrever algo que é ruim.

“Mulata”

A palavra vem do espanhol, mula, e é o cruzamento entre o burro e a égua, formando esse filhote, a palavra se mostra extremamente pejorativa pois coloca a mulher negra como mercadoria e a sexualiza. Também remete a época colonial.

(O termo correto é negra.)

“Cabelo ruim”

Termo que deprecia o cabelo afro, cacheado, crespo e black power, e que causa a negação do próprio corpo e a baixa autoestima entre mulheres negras. A “Ditadura do cabelo liso” causada por um padrão de beleza imposto pela sociedade que exclui  os negros, foi (e continua sendo) muito explorada pela indústria da beleza.

“Meia tigela”

No período monárquico no Brasil, os criados recebiam uma refeição, que era estabelecida pelo império de acordo com a importância dos serviços prestados, os escravos que trabalhavam em minas de ouro também passavam por isso, quando não cumpriam com todas suas exaustivas e desumanas obrigações, eram punidos, e recebiam apenas metade da tigela com comida. Daí vem o termo, que hoje tem como significado algo medíocre, sem valor.

“Inveja Branca”

Assim como “dia de branco”, tende a tratar a cor branca como algo positivo, suavizado, em oposição ao negro, que acaba reforçando o seu sentido negativo.

“A dar com pau”

Remete aos navios negreiros, muito das pessoas que eram capturadas preferiam a morte a ser escravizada e faziam greve de fome, para obrigá-los a se alimentar, enfiavam uma colher de pau em sua boca.

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Gabriel Herbelha – Fala!Cásper

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