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Refugiados Venezuelanos no Brasil 

Por Gabriela Henrique – Fala! Anhembi

 

Refugiados Venezuelanos no Brasil 

Estamos diante de uma das maiores migrações da história recente da América Latina: a Venezuela, país que faz limite com o Brasil e a Colômbia, vem sofrendo uma grande crise política, econômica e social desde 2014, fazendo com que muitos venezuelanos deixem sua terra natal em busca de melhores condições de vida. E um dos países que estão recebendo essa população é o Brasil.

Essa fuga de venezuelanos tem início na crise que o país governado por Nicolás Maduro vem sofrendo nos últimos anos. A Venezuela, que antes era conhecida por suas grandes reservas de petróleo e ouro, que moviam a economia do local, vem passando por protestos desde o momento que o presidente Maduro resolveu redigir uma nova Constituição. Foi a gota d’água para um país que luta contra uma recessão profunda, crise na área de saúde, desemprego, falta de segurança pública, inflações altíssimas (deixando as prateleiras de mercados e hospitais vazios), confrontos entre apoiadores e opositores do governo, etc.  Cerca de 125 pessoas já morreram através desses conflitos.

Nos últimos anos, cerca de 1 milhão de pessoas já deixaram o território venezuelano, de acordo com a pesquisa feita pelo o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados.

 

Como o Brasil está lidando com isto?

Desde 2014 o Brasil vem recebendo venezuelanos em seu território. No começo, a maioria vinha ao Brasil  em viagens breves, apenas em busca de bens de consumo muito caros ou mesmo indisponíveis na Venezuela. Hoje, os venezuelanos estão vindo para o Brasil em busca de abrigo e fugindo de um governo opressor e ditatorial.

Roraima, estado que faz limite com a Venezuela, está servindo de abrigo para milhares de refugiados desde 2015. Boa Vista, capital do estado, é a cidade que vem recebendo mais imigrantes no país inteiro, mas seu governo já decretou estado de “emergência social”, já que a cidade não tem capacidade para receber tanta gente – a falta de infraestrutura e a oferta limitada de empregos impossibilita o recebimento de tantos refugiados. Além disso, os abrigos providenciados pelas autoridades estão superlotados, fazendo com que muitos durmam em praças ou procurem acomodações mais baratas -e ainda há aqueles que recorrem ao crime e a prostituição, complicando ainda mais a resolução do problema.

As escolas já receberam cerca de 1000 alunos venezuelanos e os leitos nos hospitais estão completamente lotados por conta da demanda de atendimentos dos pacientes do país vizinho.

Cerca de metade dos 40 mil refugiados venezuelanos que vieram para o nosso país já entraram com um pedido de asilo, o que lhes garante a permanência no Brasil, além de ter acesso a saúde, educação e outros serviços sociais, disponíveis em nosso país.

Uma questão política

Em fevereiro, o presidente Michel Temer visitou Boa Vista para poder ver mais de perto a situação da cidade. No mesmo mês, a Colômbia, que faz fronteira com a Venezuela, resolveu fechar as suas fronteiras com o país em crise, impedindo a entrada de refugiados em seu território.

Durante uma entrevista à “Rádio Guaíba”, Temer afirmou que seu governo não concorda com as atitudes do governo da Venezuela. Além disso, lembrou que já havia editado o decreto concedendo identidade provisória, como forma de identificação, a todos aqueles que estão chegando no País. No dia seguinte, o presidente anunciou, durante uma reunião com os poderes públicos do estado de Roraima, que iria criar uma força-tarefa para lidar com a imigração em massa de venezuelanos para o estado.

“Não faltarão recursos para solucionar essa questão dos venezuelanos tanto no aspecto humanitário como a solução pro estado de Roraima”, disse o presidente Temer durante uma reunião com ministros e autoridades locais de Roraima.

Leonardo Costa

Para resolver a situação comprometedora de Boa Vista, a Casa Civil da Presidência da República anunciou que os venezuelanos serão levados para outros estados do País.O processo começará logo após toda a população refugiada for vacinada contra sarampo e febre amarela. Ainda não há informações sobre quais cidades foram as escolhidas, mas Eliseu Padilha, ministro da Casa Civil, disse que os destinos favoritos dos refugiados são Amazonas e São Paulo.

“A ideia é que os possa conduzir a outros estados brasileiros. Vejo que esse afluxo intenso de venezuelanos cria problemas para o estado de Roraima e vai criar para outros estados brasileiros se não tomarmos algumas medidas e providência de natureza federal”, declarou o presidente durante a reunião.

Federico Parra

Estrutura dos estados

Desde março, os estados do Brasil já estavam se preparando para receber os refugiados da Venezuela em suas cidades. São Paulo, Mato Grosso do Sul, Amazonas e Paraná são os locais escolhidos para acolherem os imigrantes que estavam se abrigando em Roraima.

São Paulo e Mato Grosso do Sul já prepararam suas escolas para a entrada das crianças durante todo esse mês. A cidade de São Paulo vai receber cerca de 350 adolescentes e crianças em suas escolas, enquanto o Mato Grosso irá ajudar na adaptação do idioma e nas comunidades.

 

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