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Carne cultivada em laboratório deve chegar ao Brasil em 2024

Com proposta da BRF, a carne cultivada em laboratório através de célula animal pode chegar ao mercado brasileiro já no próximo ano.

O projeto da BRF, uma das maiores empresas do setor de alimentos do mundo, aguarda aprovação da Anvisa para inserir a carne cultivada no Brasil. A promessa é de que a aparência, a textura e o gosto sejam os mesmos da proteína animal, porém sem a necessidade do abate. 

Em parceria com a startup israelense Aleph Farm, a empresa cultiva carne em laboratório com o objetivo de suprir a demanda por proteína animal sem impactar o meio ambiente. A possível aprovação da Anvisa pode incluir a comercialização da carne cultivada no mercado brasileiro já no ano que vem.

Carne cultivada em laboratório deve chegar ao Brasil no próximo ano
Carne cultivada em laboratório deve chegar ao Brasil no próximo ano. | Foto: Freepik/Montagem.

O que é a carne cultivada em laboratório?

Esse é um processo que vem ocorrendo ao redor do mundo. Em 2020, Singapura foi o primeiro país a aprovar a comercialização da carne cultivada. No ano passado, o mesmo processo se adiantou na Europa e a tecnologia já foi implementada no Reino Unido. Mas afinal, o que é a carne cultivada?

A produção da carne cultivada em laboratório é possível através da coleta de células bovinas, processo feito em animais saudáveis e que não traz nenhum tipo de prejuízo para a sua qualidade de vida. 

A partir disso, se inicia o cultivo das células em laboratórios. Em condições controladas, as células são cultivadas e nutridas até que formem um tecido. É através da regeneração deste tecido que o resultado aparece: Uma carne com a mesma aparência, textura e gosto da proteína que estamos acostumados. 

Redução nos impactos ao meio ambiente 

O Brasil é o país que mais consome proteína animal no mundo, com uma média de 30kg de carne por habitante a cada ano. Em 2020, por exemplo, foram produzidas 8,7 milhões de toneladas de carne no país. 

De acordo com uma pesquisa da World Resources Institute, a pecuária é responsável por gerar 7,1 gigatoneladas de CO2, o que representa 14,5% das emissões de gases de efeito estufa. Já segundo estudos da Universidade de Oxford e da Universidade de Amsterdã, a carne cultivada traz uma grande redução dos impactos ao meio ambiente.  

Os estudos apontam que essa tecnologia é capaz de suprir a proteína animal com 96% a menos de emissão de gases de efeito estufa. Além disso, a indústria da carne cultivada exige um gasto muito menor de água e energia: entre 82% a 96% a menos no consumo de água e 45% menos gasto de energia.

Vista como uma boa alternativa de suprir a demanda por proteína animal sem impactos ao meio ambiente, a tendência é que o processo de inserção da carne cultivada seja cada vez mais presente ao redor do mundo.

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Por Murillo Bedoschi – Fala! Cásper

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