Você acredita que existe uma pessoa totalmente compatível com você? Em meio a tantos planetas, estrelas e, é claro, pessoas, parece uma pergunta meio doida de se fazer. Mas, é uma das questões que “Depois do Universo” (2022), da Netflix, lindamente traz.
Análise crítica de Depois do Universo
Dirigido por Diego Freitas, de “O Segredo de Davi” (2018), o longa acompanha Nina (Giulia Be), uma jovem pianista que luta contra o Lúpus, uma doença autoimune em que o sistema imunológico ataca os seus órgãos e tecidos. Ela sonha em tocar na Orquestra Sinfônica, mas acredita que não passa disso: um sonho. A sua visão pessimista sobre o mundo começa a mudar quando conhece Gabriel (Henry Zaga), um médico residente animado que se apaixona por Nina no momento que a vê.
O filme marca a estreia de Giulia Be como atriz que, apesar da pouca experiência, não deixa a desejar. A química com Zaga (Teen Wolf) torna todas as cenas mais reais e íntimas, de forma que você se vê torcendo pelo casal e se apaixonando junto. Atores experientes, como João Miguel (Cordel Encantado) e Othon Baston (Deus E o Diabo na Terra do Sol) ajudam a trazer dramaticidade às cenas, tornando quase impossível não se emocionar.
A fotografia e músicas do longa também deixam muito filme americano, normalmente mais valorizado, para trás. Sim, é uma tradicional comédia romântica, com olhares longos, beijo na chuva e momentos cômicos de riso fácil. No entanto, possui um roteiro bem amarrado e repleto de reviravoltas, que não o deixam tirar os olhos da tela.
Além disso, “Depois do Universo” traz questões importantes, como a realidade das pessoas que vivem com lúpus e a perenidade da vida, que muda sem avisar. Afinal de contas, existe uma pessoa totalmente compatível com a gente? Se sim, o que seria compatibilidade? A única certeza que o longa nos dá é que no amor e na vida não há regras.
Prepare os lencinhos, pois o filme pode levar do riso ao choro facilmente, principalmente devido à performance dos atores. Demorei para esquecer o sentimento que o filme deixou: uma mistura de tristeza, esperança e amor. O amor dos primeiros amores e daqueles que não conseguimos esquecer.
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Por Geovana Sá – Fala! Mackenzie