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Entrevista com Katy Teixeira: cosmetóloga e empreendedora

Katy Teixeira nasceu em Dacar, é filha de pais guineenses e cresceu em Guiné-Bissau. Casada e mãe de três filhos, ela trabalha como cosmetóloga apesar de ser gestora informática por formação. A seguir, confira entrevista completa sobre empreendedorismo social.

Katy Teixeira
Katy Teixeira é empreendedora social. | Foto: Montagem/ Reprodução/ Danilo Vaz

Entrevista com Katy Teixeira

1. Como sua empresa começou? Você pensou sobre isso por muito tempo antes de realmente começar o negócio? Fez planejamento? Você já havia considerado a possibilidade de abrir um negócio como uma opção de vida? Conte sobre os seus primeiros tempos.

Bem, desde sempre o cabelo é a minha paixão. Desde pequena misturava a babosa com óleo de palma e punha no cabelo para ver no que ia dar, sempre procurava prestar atenção no que o meu cabelo gostava ou não, mas nunca pensei que um dia faria dessa minha paixão o meu ganha-pão. Antes de criar a empresa propriamente dita, comecei por fazer alguns produtos para mim e minha família, pois o meu cabelo não se dava com os produtos ditos para cabelos naturais existentes no mercado, ele ficava ainda mais seco. Comecei a pesquisar mais e a procurar por alternativas naturais, e o cabelo começou a ficar mais saudável, então a minha irmã sugeriu-me comercializar os meus produtos. Assim nasceu a PRETA BY NUCCY.

2. Quais são os principais desafios para a mulher que quer empreender em Guiné-Bissau e no seu caso em particular, no país (Senegal) que te acolheu?

Senegal é uma sociedade grandemente empreendedora! Como costumo dizer: aqui todo o mundo empreende. Há muitas oportunidades de financiamento, sobretudo para mulheres mas, eu, sendo ainda guineense, difícil de ser elegível nos programas propostos pelo Estado senegalês pois até agora ainda não obtive a nacionalidade senegalesa.

Na Guiné-Bissau quando você empreende, as pessoas pensam logo que é por falta de diploma ou altos estudos. Muitas vezes já ouvi frases como ‘tu só entende dos produtos de cabelo e mais nada’, ou ainda ‘não é nada para além de uma vendedora de produtos’ … Estas e outras frases motivaram-me a aperfeiçoar ainda mais pois ser mulher e empreendedora é das tarefas mais difíceis que existem.

3. Quais são os mecanismos básicos que um empreendedor deve estar atento antes de abrir uma empresa?

Saber engolir (risos)! É necessário ter-se uma visão daquilo que se quer, ter Business Plan de aço e que possa motivar os investidores. Saber confiar as tarifas e pedir ajuda, pois não se pode fazer tudo sozinho.

 4. No mercado empresarial, o maior medo é perder dinheiro em investimentos desnecessários, então como saber investir para obter lucro em uma empresa?

 Para isso é necessário ter um mentor/aconselhador que possa ajudar o empresário a bem gerir os seus investimentos. Não é por ser bom empreendedor que claramente é bom investidor. Toda a área tem um especialista, é só saber fazer-se acompanhar pelos melhores de cada domínio para limitar os riscos.

5. As mídias digitais podem ajudar, de fato, no negócio? 

Sim, têm a sua importância sem sombra de dúvidas. Mas, mais importante ainda são os clientes satisfeitos, pois essa é a maior e melhor publicidade.

6. Quantas horas você trabalha por dia? Trabalha aos sábados e domingos? Você tira férias?

Trabalho todos os dias, não costumo contar as horas. Há dias que tiro para descansar, com certeza! 

7. Quais contatos são mais importantes: fornecedores, clientes, pessoas de influência?

Entre os clientes e os fornecedores, não sei quem escolher!

8. Quais argumentos você utiliza para persuadir os clientes a comprar seus produtos?

Deixo o meu trabalho falar por si. A maior publicidade é um cliente satisfeito pois é ele que trará outros clientes. 

9. Um dos maiores desafios de empreender, é definir o ramo de negócio. Diga-me como você encontrou a sua missão e transformou em um negócio rentável?

Como disse antes, o cabelo sempre foi uma paixão, mas nunca tive fibra de empreendedora, isso veio de fio em agulha com as pessoas a pedirem que lhes faça exatamente os produtos que punha no meu cabelo e com o incentivo da minha irmã.

10. Pensando no mercado hoje, como se enxerga o cenário e as possibilidades  para mulheres que querem empreender?

 Quando vejo mulheres a empreender, é uma enorme satisfação pois demonstra que de sexo fraco não temos nada! Há tantas mulheres com dons em diversas áreas, por vezes só lhes falta um empurrãozinho, uma motivação para começarem. Com um mercado cada vez mais digitalizado, há muitas oportunidades e lugar para todas. Mulheres, atirem-se à água sem medo!!

11. Como consegue conciliar a vida de empresária/empreendedora e mãe?

Para falar a verdade, nem sei (risos). Acho que as duas estão ligadas, pois a maior motivação para trabalhar é, certamente o fato de ouvir os meus filhos dizerem: ‘mamã, temos muito orgulho de ti, e do que faz’.

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Por Benazira Djoco – Fala! UNIESP PB

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