Sabemos que o Brasil é um país muito rico em cultura, graças a nossa história e formação, foi construída ao longo dos anos uma autenticidade brasileira. As expressões usadas diariamente em nosso vocabulário são fruto do desenvolvimento do nosso povo, desde a época de colonização até os dias atuais, e, muitas delas, refletem o racismo.
O grande problema é que muita coisa mudou ao longo desses anos, entre as mudanças tivemos o fim da escravidão em 1888, decretado pela lei Áurea, mas por que expressões de cunho racista surgidas na época da escravatura ainda são presentes em nossas falas?
O Brasil possui o racismo de forma velada em sua sociedade, mas é certo que não cabe mais esse tipo de linguagem atualmente, dado que existem outras maneiras de verbalizar o que deseja ser dito sem que ofenda ou relembre um passado do qual não devemos sentir orgulho.
Pensando nisso, confira algumas expressões comuns que são consideradas racistas e devem ser evitadas:
5 expressões que refletem o racismo
1) “Da cor do pecado”
Usada na maioria das vezes como elogio quando a pele da pessoa está bronzeada do sol ou apenas se referindo a pele mais escura, a expressão reforça a sexualização do corpo negro e ainda une com a ideia de pecado, o que torna algo mais negativo em uma sociedade pautada na religião, como no Brasil.
2) “Denegrir”
A palavra denegrir segundo o Dicionário Online de Português significa: “Tornar escuro, com aspecto obscuro, sem brilho;”. Para evitar desconforto o termo pode ser facilmente trocado por “difamar”, “injuriar”, “desonrar” e “caluniar”.
3) “Criado-mudo” é uma das expressões que refletem o racismo
O móvel que acompanha a cabeceira da cama ganhou o nome de um dos papéis desempenhados por escravos na casa do senhor, o empregado era obrigado a segurar alguns itens para os senhores e deveria se manter calado, daí surge o nome criado-mudo.
Grandes lojas de móveis deixaram de usar o termo que não cabe mais no presente, atualmente o antigo “criado” é chamado de “mesa de cabeceira”.
4) “Feito nas coxas”
Na época da escravidão brasileira, as telhas feitas de argila eram moldadas nas coxas dos escravos, e consequentemente os formatos ficavam diferentes resultando em um trabalho “mal feito”. Assim surge a expressão “feito nas coxas” que simplesmente pode ser trocada por “feito de qualquer jeito” ou “mal feito”.
5) “Cor de pele” também é uma expressão racista
Desde a infância somos acostumados a ouvir que o lápis bege se chama cor de pele, mas na verdade o tom de pele que o lápis representa é a pele branca. O correto seria ensinar a usar os termos sem associar a pele, ou seja, lápis/giz de cor bege e de cor marrom.
Expressões e sentenças como essas estão enraizados em nosso vocabulário e cabe a nós cortá-los pela raiz, temos conhecimento o suficiente para trocar as palavras e poupar o uso de tais vocábulos.
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Por Bianca Helena Rebernisek Fernandes – Fala! São Judas