Em um fim de semana perfeito para os carros ‘papaia’, a McLaren fez dobradinha em Monza
Neste domingo (12), foi disputado o Grande Prêmio da Itália, no lendário circuito de Monza. Se o foco antes da corrida era a disputa entre Hamilton e Verstappen, a McLaren roubou a cena e conseguiu uma “dobradinha” com Daniel Ricciardo vencendo a corrida e Lando Norris terminando na segunda posição. Esta foi a primeira dobradinha da temporada da Fórmula 1.
Tudo sobre o GP da Itália
Treino classificatório, Corrida Sprint e nova pole de Max Verstappen
A etapa na Itália seria uma das três na temporada em que a Fórmula 1 testaria o fim de semana com uma corrida Sprint qualificatória. Os tradicionais treinos de sábado foram na sexta, decidindo o grid para a corrida Sprint no sábado. O resultado da corrida seria a formação do grid de largada da corrida principal no domingo.
A Mercedes era tida como a grande favorita no fim de semana, algo admitido abertamente até por Max Verstappen em algumas de suas entrevistas no paddock. Na sexta-feira, isso se confirmou. Valtteri Bottas foi o mais rápido, Lewis Hamilton o segundo e Max Verstappen apenas o terceiro colocado. Lando Norris em 4º e Daniel Ricciardo em 5º, fecharam os cinco primeiros para a corrida classificatória.
No sábado, tudo se decidiu na largada. Valtteri Bottas saiu muito bem e manteve a primeira posição, mas Lewis Hamilton com uma largada para esquecer, foi ultrapassado por Max Verstappen e pelas duas McLarens, caindo para a quinta posição. Daniel Ricciardo pulou de 5º para 3º, com um grande início de prova.
Na sempre caótica primeira curva de Monza, Pierre Gasly acabou tocando a traseira de Daniel Ricciardo e quebrou sua asa dianteira. Alguns metros depois, ela se soltou e foi parar debaixo do carro, tirando o piloto francês da pista. O Safety Car foi acionado e a corrida foi retomada depois de algumas voltas. De modo geral, as posições foram mantidas por todas as 18 voltas da corrida.
Bottas venceu e fez a “pole”, mas por ter que trocar componentes do motor, seria punido e cairia para a última posição. Portanto a pole position ficou com Max Verstappen, em um fim de semana que o favoritismo era todo da Mercedes. Na segunda posição, Daniel Ricciardo, largando da primeira fila pela primeira vez desde 2018 e Lando Norris largaria da terceira colocação. Lewis Hamilton apenas o quarto.
A vitória de Daniel Ricciardo e o renascimento definitivo da McLaren no GP da Itália
No domingo, a ensolarada Monza estava prestes a ser o palco de mais uma corrida que entraria para a história da Fórmula 1. As luzes se apagaram e os pilotos estavam correndo no GP da Itália. Com uma largada perfeita, Daniel Ricciardo tomou a liderança de Max Verstappen já na primeira curva, a qual não perderia em mais nenhum momento da corrida.
Após algumas curvas, Lewis Hamilton estava em terceiro e disputava a segunda posição com Max Verstappen. Como sempre, uma batalha apertada, e Hamilton acabou saindo da pista, sendo ultrapassado por Lando Norris. Mais para trás no grid, Antonio Giovinazzi voltou para a pista de maneira precipitada e se chocou com Carlos Sainz. O italiano rodou e quebrou a asa dianteira, trazendo o Safety Car para a pista.
Verstappen se manteve na cola de Ricciardo e Hamilton estava logo atrás de Norris, mas ambos não tiveram sucesso em realizar as ultrapassagens. Na 23ª volta, Daniel Ricciardo foi o primeiro a ir para os boxes e sua equipe realizou uma boa parada. Na volta seguinte, Max Verstappen foi chamado para o pitstop, e em uma incomum parada ruim da Red Bull, o holandês demorou mais de 11 segundos na troca de pneus. Vantagem para os adversários.
Enquanto isso, Lewis Hamilton finalmente conseguiu ultrapassar Lando Norris. A McLaren foi para os boxes na sequência, enquanto a Mercedes se manteve na pista. Na 26ª volta, Hamilton realizou sua parada e saiu muito próximo de Norris e Max Verstappen. O carro laranja passou Hamilton com tranquilidade, mas Verstappen e o heptacampeão saíram lado a lado na Curva 1.
Novamente, a disputa entre os dois postulantes ao título foi apertada, no caso apertada até demais. Max Verstappen acabou forçando e se chocou com Lewis Hamilton. O carro da Red Bull foi lançado para cima da Mercedes, em um acidente assustador, que se não fosse o Halo para proteger Lewis, o resultado poderia ter sido uma tragédia. Ambos estavam bem, mas fora da corrida.
O Safety Car (SC) foi para a pista e quem se beneficiou foram as McLarens. Daniel Ricciardo era o líder, Charles Leclerc o segundo, se dando bem com o pitstop durante o SC e Lando Norris o terceiro. Os dois principais pilotos da temporada estavam fora, mas os seus companheiros de equipe apareceram para entrar na disputa. Sergio Pérez estava em 4º, enquanto Valtteri Bottas, após largar em 20°, ocupava a 6ª colocação.
Na relargada, uma grande disputa entre Lando Norris e Charles Leclerc pela segunda posição, e quem levou a melhor foi o britânico da McLaren, que assumiu a vice-colocação. Pérez ultrapassou Leclerc levando vantagem após cortar caminho e não devolveu posição, sofrendo uma punição de cinco segundos.
Na 43ª volta, uma bela batalha pelo terceiro lugar entre Sergio Pérez e Valtteri Bottas. O mexicano levou a melhor e se manteve à frente do finlandês pelo restante da prova. Apesar de terem carros mais rápidos, nem Mercedes e nem Red Bull conseguiram pressionar as duas McLarens à frente, e a primeira dobradinha da temporada seria cor de laranja.
Após 53 voltas, Daniel Ricciardo deu a melhor resposta possível em um ano de muitos questionamentos sobre seu desempenho na nova equipe e foi o primeiro a cruzar a linha de chegada com uma McLaren pela primeira vez desde Jenson Button em 2012. Logo atrás do australiano, Lando Norris completava a dobradinha da equipe ‘papaia’, marcando seu melhor resultado na categoria desde que estreou em 2019.
Sergio Pérez terminou na terceira posição, mas por conta da punição sofrida, a terceira colocação ficou com Valtteri Bottas, com um merecido banho de champanhe após um grande fim de semana e uma grande corrida de recuperação em Monza. Leclerc foi o 4º; Perez o 5º; Sainz o 6º, Stroll o 7º; Alonso o 8º; Russell o 9º e Ocon o 10°, fechando o Top 10.
Uma das equipes mais tradicionais e vencedoras da Fórmula 1, a McLaren foi destruída ao longo da última década com a gestão de Ron Dennis, sendo a penúltima colocada do Campeonato de Construtores em 2015. Com a chegada de Zak Brown (CEO) e Andreas Seidl (Chefe de Equipe), a equipe de Woking vem se reconstruindo ao longo dos últimos anos e atingiu o ápice do trabalho, com a histórica dobradinha de Daniel Ricciardo e Lando Norris no Grande Prêmio da Itália de 2021.
Em duas semanas, a Fórmula 1 estará em Sochi, para a realização do Grande Prêmio da Rússia. O circuito russo não é conhecido por proporcionar as melhores corridas, mas se a temporada de 2021 da Fórmula 1 já provou alguma coisa, é o fato de ser totalmente imprevisível e emocionante.
*Nós, do projeto Esporte em Pauta, estamos realizando uma parceria com o Fala! Universidades. Se quiser ter acesso a mais conteúdos sobre os mais variados esportes, procure nossa página no Instagram (@esporte_em_pauta) e no Twitter (@EsportePauta).
__________________________________________________________
Por Filipe Saochuk – Fala! PUC-SP