Na segunda-feira, dia 16 de junho, mais uma medida do presidente estadunidense Donald Trump causou estranheza em todo o globo: a redução considerável da presença militar norte-americana na Alemanha, alegando que o país europeu tem agido de modo “delinquente” diante de contribuições na OTAN, além do fato de considerar um tratamento injusto em relação aos americanos no comércio internacional.
Trump afirmou: “É um custo tremendo para os Estados Unidos, vamos diminuir esse número (52 mil soldados) para 25 mil soldados”; no entanto, dados obtidos pelos portais de transparência do Pentágono, centro militar dos EUA, apontam uma quantidade de 30 mil soldados norte-americanos atualmente presentes em solos germânicos de maneira permanente.
Militares estadunidenses são recorrentes em territórios alemães desde o fim da 2ª Guerra Mundial, momento em que a Alemanha estava destruída, ganhando apoios e investimentos financeiros dos EUA, no chamado Plano Marshall, com uma premissa já considerada da Guerra Fria, em patrocinar o capitalismo nos países europeus, formalizando, em 1949, a Organização do Tratado Atlântico Norte, a OTAN, em oposição ao socialismo da então União Soviética.
O que Trump quis dizer com a retirada de soldados na Alemanha?
Apesar das contradições entre os discursos de Trump e o Pentágono, o recado que o presidente norte-americano quis deixar foi recebido de maneira clara na Europa: a necessidade dos países europeus, como a Alemanha em questão, de abrir o caixa e cumprir seu papel acordado na defesa militar do mundo capitalista prevista pela OTAN, além das “justiças” comerciais.
É fato que o número de soldados americanos na Alemanha caiu acintosamente após a Queda do Muro de Berlim, formalizando, em 1989, o fim da Guerra fria; contudo, tal país europeu é visto com elevada e primordial importância aos Estados Unidos na Europa, pois detém grandes esforços financeiros, ademais, funciona como uma “barreira” à influência da Rússia no “velho continente”.
Alguns países europeus têm se sentido “vulneráveis” diante das ambições militares russas, as quais têm acontecido sob comando do presidente Vladimir Putin, solicitando urgentemente apoios e auxílios provindos dos EUA. Dessa forma, fica claro o “blefe” de Trump em desproteger os países europeus, de modo a eles reverem seus investimentos na OTAN e amenizarem a Guerra Comercial da UE (União Europeia) e o mercado americano.
No país germânico, o Ministro das Relações Exteriores, Heiko Maas, disse que “A Alemanha valoriza a cooperação com as forças americanas, que vêm aumentando há décadas”, ainda acrescentando que o acordo “é de interesse de ambos os países”. Ao mesmo tempo, a ministra da Defesa da Alemanha, Annegret Kramp-Karrenbauer, criticou a medida feita por Donald Trump, alegando que os EUA também “perderiam” (influência russa na Europa) com a decisão tomada.
O presidente norte-americano, em queda nas pesquisas de popularidade eleitoral nos Estados Unidos, tem tido diversos atritos com a chanceler alemã Angela Merkel; a última foi quando a Primeira-Ministra foi convidada a uma reunião do G-7 em Washington, em meio ao caos da pandemia por Covid-19 na Europa e nos próprios EUA, destacando seu papel de comandante no período de caos, deixando a entender um descompromisso de Trump ao vírus.
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Por Luiz Henrique Marcolino Cisterna – Fala! Anhembi