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Como cidades que dependem do turismo estão lidando com a pandemia?

Com o avanço da Covid-19 no Brasil e uma tentativa de lockdown, a partir de março, muitos estabelecimentos começaram a fechar, a fim de reduzir possíveis aglomerações. Visualizando em escala global, o turismo é o setor mais afetado comparado com todos os outros. Até o início de 2020, esta indústria era responsável por 10% do PIB (Produto Interno Bruto) mundial. 

A nível nacional, de acordo com a CNC (Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo), no mês de maio, chegou ao prejuízo na ordem de R$37,47 bilhões, totalizando R$87,79 bilhões, somando ao desemprego, beirando por volta de 727,8 mil postos. Há estados em que é possível perceber uma maior quebra na economia, como é o caso dos locais onde uma parcela da economia deve-se ao ramo turístico. Como que essas cidades estão conseguindo sobreviver aos tempos de isolamento social? 

turismo na pandemia
Como cidades que dependem do turismo estão lidando com a pandemia? | Foto: Unsplash.

Como cidades sobrevivem ao isolamento social?

Alguns lugares, como é o caso da Região das Hortênsias, mais especificamente Gramado/RS, que possui 85% do PIB local baseado no turismo, está sofrendo com o desemprego em massa, tendo 4,5 mil trabalhadores parados e uma perda estimada de R$180 milhões por mês – desde o início da pandemia.

No caso de Bonito/MS, ainda não há um número certo de desempregados durante este período. De acordo com a prefeitura, até março deste ano, havia 9 mil empregados, divididos entre 7 mil diretos e 2 mil indiretos. A média total de visitantes é aproximadamente 240 mil, trazendo um retorno financeiro de R$340 milhões. Desde 24 de março, não há registro de turistas na cidade.

O destino turístico mais visitado de Minas Gerais também está sofrendo os efeitos do isolamento. Ouro Preto, a capital de Aleijadinho, perdeu 70% do movimento. Outros municípios, como Monte Verde, também no estado de Minas Gerais, perdeu cerca de R$7 milhões.

Um dos fatores que mais pioraram a economia, é o fato desse período de março, abril, maio e junho terem diversos feriados, o que normalmente aumenta a demanda do local.

Há medidas que estão sendo feitas pelo Governo Federal em conjunto com as prefeituras, auxiliando empresas e empregados, como é o caso de postergar pagamento de impostos, desburocratização de empréstimos, ações em parceria com bancos para reduzir juros e taxas, assessorias jurídicas, além destas, há também o auxílio liberado através da Caixa Econômica Federal para informais e também a complementação do salário para aqueles que tiveram a jornada de trabalho reduzida. 

Enquanto “parados”, muitas empresas estão disponibilizando cursos on-line, em parceria com plataformas de ensino a distância, para melhorar a capacitação do empregado. Outros estão buscando aperfeiçoamento por conta própria, em sites onde é possível obter conteúdo gratuito, como é o caso do site do Ministério do Turismo, com alguns cursos que emitem certificados. 

Nos segmentos de alimentação, os restaurantes estão se adaptando às vendas on-line, através de delivery ou retire na loja. Alguns comércios de ruas também estão tentando se encaixar no mundo virtual.

Há uma previsão de retorno para o segundo semestre no Brasil. Algumas redes hoteleiras em Gramado já reabriram, porém, com medidas de seguranças, evitando ocupar 100% da capacidade e sabendo que poderá ser fechado novamente, caso aumente o número de infectados no local. O prefeito de Bonito anunciou uma pequena reabertura, aproveitando que junho é um mês fraco para as atividades, e será feito estudos durante os 30 dias para verificar a possibilidade de uma abertura maior para julho, um mês forte para o turismo local. 

Enquanto não houver uma vacina, há a necessidade de controle de multidões, impedindo qualquer tipo de aglomeração, com medidas sanitárias de altíssima rigorosidade, para esquivar-se de uma segunda onda da doença.

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Por Camile Alencar – Fala! USP

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