Muito além de amenizar imperfeições e ressaltar a beleza, a maquiagem também serve como uma forma de mostrar crenças e costumes de uma sociedade. No decorrer de seus séculos de existência, muitos altos e baixos ocorreram até chegar na popularidade e na tecnologia que ela tem nos dias atuais. E porque não contar um pouco sobre a sua história?
História da maquiagem feminina
De acordo com pesquisas, uma das primeiras sociedades a usar a maquiagem foi a egípcia. Por volta do ano 3000 antes de cristo, os egípcios usavam pó de Kohl (substância rica em chumbo e misturada com gordura animal ou óleo vegetal) ao redor dos olhos e nas sobrancelhas. Para eles, usá-lo nessa região ia muito além de destacar os olhos e proteger de eventuais insetos, tinha um fim místico. Eles acreditavam que quem usasse a pintura nos olhos, seus deuses Horus e Ra iriam protegê-los de infecções.
No Egito Antigo também era comum entre as mulheres usar um pigmento, chamado “ocre-vermelho”, que seria o blush da época, nas maçãs do rosto e os lábios.
Avançando um pouco no tempo, na Grécia antiga, apresentar um visual mais natural era a tendência do momento. Na época, as mulheres gregas se contentavam com muito menos maquiagem se comparado com as do Antigo Egito. No máximo, elas usavam um blush para os lábios e para as maçãs do rosto, uma espécie de sombra pra os olhos e sobrancelhas e um pó facial. Todos os produtos eram feitos a partir de ingredientes naturais misturados com substâncias nocivas, como o mercúrio e o chumbo.
No início da Idade Média, quando a igreja católica estava no domínio, a maquiagem começou a ser vista como algo demoníaco e acabou sendo quase que extinta. Entretanto, séculos depois com o início das cruzadas, esse moralismo foi modificando e a maquiagem começou a voltar.
A partir do século XVI, as maquiagens começaram a ficar mais pesadas e dramáticas. O uso de pó facial, conhecido como Venetian Ceruse, era usado de maneira exagerada, assim como o blush, como é possível observar com a figura da rainha Elizabeth I. Apesar de ser a moda do momento, usar tais produtos, eles eram altamente nocivos, como o ceruse feito com chumbo branco e que era encontrado no pó facial.
No século XVIII, maquiagem era sinônimo para status e ficou conhecida pelo exagero de rubor nas bochechas, principalmente na aristocracia de Versailles. A extravagância do blush distinguia as classes mais ricas das classes médias.
Um de seus ícones era a Madame Pompadour, a amante de longa data do rei Louis XV, que ficou conhecida por usar um blush bem marcado. Essa sua marca acabou caindo no gosto popular e dando nome para a cor que conhecemos nos dias de hoje: Rosa Pompadour.
Na era vitoriana, final do século XIX, a maquiagem novamente começou a ser vista como algo vulgar. Ainda que fosse vista dessa forma, algumas táticas foram desenvolvidas pelas mulheres da época para conseguirem um tom rosado no rosto. Elas mordiam os lábios para ficarem mais rosados e até beliscavam as bochechas para conseguirem um tom mais avermelhado. Além dessas, existia uma outra que envolvia papel de embrulho colorido. Era simples, você precisava apenas cortar um quadradinho desse papel e passar nos lábios, dando um pigmento na região.
No final do século XIX e início do XX, o rumo da maquiagem mudou completamente. Com o sucesso do cinema mudo, muitas atrizes ganharam fama e viraram ícones. Com elas, a maquiagem deixou de ser algo que deveria ser usado quase que as escondidas e se tornou algo que poderia, sim, ser usado em qualquer ocasião.
Nesse início do século XX, as maquiagens tinham uma estética “Vamp” e nelas eram adotadas para os olhos e boca cores bem escuras. Somente com o passar das décadas que as cores foram aparecendo.
A partir dos anos 20 que houve um grande avanço na maquiagem, marcas como Maybelline começaram a aparecer e novos utensílios de maquiagem foram criados, como máscaras para cílios, batom, sombras de olhos e outros. Ao longo das décadas do século XX, também surgiram muitos ícones como Carmen Miranda, Doris Day, Marilyn Monroe, Grace Kelly e outros.
Os anos 30, 40, 50, 60, 70, 80 e 90 foram marcados por seus tons vibrantes, tons terrosos, brilho e estilos diferentes. No século XXI não foi diferente, novas tendências foram lançadas como o uso de contorno no rosto, que ficou bastante popular devido à famosa empresária Kim Kardashian.
Ainda que todos os dias novas tendências apareçam, não existe a necessidade de segui-las. Temos liberdade para escolher o que queremos usar e quando usar, além de também poder não querer usar nada.
E aí? Qual será a sua escolha de hoje?
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Por Eduarda Knack – Fala! UFRJ