Aparentemente, a situação do Covid-19 no Brasil ainda é um cenário abstrato para a maioria da população que, desleixada, tenta a todo custo minimizar a gravidade da doença.
O vírus em si já possui uma alta taxa de letalidade, o que somado ao descaso em relação às medidas preventivas tomadas pelos governos estaduais para minimizar o avanço do coronavírus, acaba por fazer com que todo esse processo seja ineficaz no combate da doença.
Além de tudo isso, talvez o Brasil seja o único país a duvidar da brutalidade da doença e na forma como ela se espalha, criando até movimentos contra profissionais da saúde e cientistas que estão lutando para atrasar o avanço da doença, grupos esses que aparentam ter mais forças que os movimentos em prol do isolamento, funcionamento apenas de serviços essenciais e outros. Isso nos remete a situação da Itália, que inicialmente duvidou da gravidade da situação e continuou com suas atividades normalmente, tomando consciência do problema apenas quando as taxas de morte começaram a subir drasticamente e muito mais rápida que o normal.
Outro motivo que influencia no avanço do vírus pode ser pontuado como o próprio governo brasileiro. O atual presidente, Jair Bolsonaro, acaba contrariando todas as recomendações da OMS e dos órgãos responsáveis por passar informações em relação ao vírus, minimizando e retirando todo o peso do real problema. O presidente acaba por incitar aglomerações das mais diversas formas, como protesto em prol da volta dos trabalhadores ao seus postos normais, o fim do isolamento voluntário, passeatas de cunho político e até atentados reais à democracia do país.
Podemos ver que a situação no Brasil está longe de acabar e, por mais que o sistema de saúde já não esteja dando conta da demanda de pacientes, é lamentável dizer que ainda não é o ponto mais alto da contaminação e a situação tende a piorar se medidas drásticas não forem tomadas, ou se continuarem a minimizar a situação que se instaurou no Brasil.
Alguns estados, por meio de decretos dos governadores, anunciaram que irão entrar em lockdown, na tentativa de minimizar os danos e a contaminação causada pelo vírus. Em Pernambuco, por exemplo, o decreto começa a valer a partir de sábado (16/05), tendo como medidas o rodízio de carros, monitoramento dos transportes públicos para averiguar se os passageiros estão usando máscaras, apenas serviços essenciais estarão funcionando e, além disso, pessoas que forem vistas não cumprindo as regras de isolamento ou desrespeitando os decretos previstos pelos governadores serão obrigadas a pagar uma multa como forma de punição pelo não seguimento das medidas.
Com isso, precisamos fazer nossas partes e entender que não passaremos por isso sozinhos, é necessário o esforço de toda a população para conseguirmos voltar para as nossas rotinas o mais rápido possível. Fiquem seguros, fiquem em casa.
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Por Vinícius Mendes – Fala! UFPE