Produtor e DJ, Guilherme Acrízio comenta sobre como a pandemia do novo coronavírus afeta o mercado de eventos. Ele faz parte do desenvolvimento de diversas marcas, entre elas, uma das maiores festas do Brasil. A Treta Festa nasceu em 2014 em Ipanema, Rio de Janeiro e hoje possui edições regulares em mais de 20 cidades, incluindo as internacionais, como em Nova York e Lisboa.
Nas edições semanais, a “Treta” recebe em média 400 pessoas, e nas especiais, já chegou a um público de até 20 mil. No momento que se passa no mundo todo, estes números representam um problema: aglomeração e risco.
Mercado de eventos é afetado pelo Covid-19
De acordo com Guilherme, o impacto econômico do novo Coronavírus atinge 100% no mercado de entretenimento, não somente pelo cancelamento das festas em si:
De maneira geral, o impacto começa pois dependemos em primeiro lugar de um público que busca diversão e para isso, precisa ter dinheiro, estar trabalhando e rendendo para poder gastar”. Mas afirma também que independente desta questão, a festa seria cancelada em virtude de que a saúde e bem-estar do público e equipe estão em primeiro lugar.
Seguindo a ramificação da crise, o problema passa então para os colaboradores.
Só entre os fixos, temos mais de 20 DJs, 4 fotógrafos, mais de 15 promoters. Cada lugar tem sua equipe montada, o que torna o número ainda maior”. Somando ao cálculo as pessoas que dependem destes mesmos colaboradores, o prejuízo torna-se incalculável, fazendo da crise econômica quase um segundo vírus.
Prejuízo internacional
Pela primeira vez neste século, o problema está em escala global. Guilherme afirma que o impacto tornou-se ainda maior por não limitar somente a festa no Brasil.
Se as edições de Nova York e até a de Lisboa pudessem continuar, ainda assim seriam tempos difíceis, mas seria fácil de lidar. Mas lá fora as coisas estão ainda piores, não tem para onde correr”.
Estrategia e futuro
O entretenimento é sempre um segmento voltívolo. Novidades surgem a todo o momento e cair no esquecimento não está nos planos dos produtores da Treta Festa. Com 75 mil seguidores no Instagram e cerca de 50 mil no Facebook, a marca Treta está entre os perfis de festa mais seguidos do país, e é aí que mora a estratégia de Guilherme.
As redes sociais se mantém pois vai além de conteúdo de festa, mas trabalhamos com informativo e entretenimento de modo geral, o que mantém o público ativo, apesar de não pagar as contas. Minha alternativa nesse momento é justamente usar as plataformas de comunicação. Somos a única marca de festas do Brasil que ainda está com as redes sociais ativas e com vários tipos de conteúdo”
revela sobre como pretende manter a interação com o público.