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80 anos de Batman – o aniversário do maior detetive do mundo

“Santo Octagenário Batman!” – Um pequeno tributo para o aniversário do Maior Detetive do Mundo

Em maio de 1939, seguindo o grande sucesso dos primeiros quadrinhos do Superman, Bob Kane e Bill Finger lançam o Detective Comics #27, estrelando um novo personagem: “Bat-man”, que viria a se tornar um dos personagens mais icônicos da cultura pop no futuro. Recentemente, o Cavaleiro das Trevas completou 80 anos; por isso a CCXP 19 irá realizar uma série de homenagens a ele. Como um “aquecimento” para o evento, este texto trará os principais momentos da história do símbolo que é o Batman.

A criação do Homem-Morcego se deu por um pedido da própria DC Comics, com a intenção de fazer histórias com um tom mais sombrio e realista que aquelas do Homem de Aço. Por isso Bruce Wayne foi o primeiro herói das HQs a não possuir algum tipo de superpoder. Tudo que ele tinha para vencer seus inimigos eram suas habilidades como lutador e detetive. Ele até mesmo usava uma arma de fogo em suas primeiras aparições. No entanto, este último foi logo abandonado pelos escritores. Sua história de origem só seria apresentada em Detective Comics #31, enquanto a sua HQ própria só seria criada em abril de 1940, cuja primeira edição introduziria o Coringa e a Mulher-Gato, dois personagens recorrentes das histórias do detetive. Poucas edições depois, Dick Grayson, como Robin, seria apresentado aos leitores, dando início à lendária dupla dinâmica.

Na década de 50, foi criado o Comics Code Authority (Código dos Quadrinhos) nos EUA, o que removeu de todas as HQs qualquer forma de conteúdo mais maduro, dando início à chamada “Era de Prata” dos quadrinhos. Isso teve um grande impacto no Batman, tanto em suas histórias como em sua própria caracterização. Nesta fase, o maior detetive do mundo trocou o tom realista e sombrio por algo mais humorístico e, estranhamente, cômico. Apesar da censura que veio com a Era de Prata, essa foi também a época em que a Liga da Justiça foi criada, mais especificamente, em Brave and the Bold #28 (1960), que contou com Batman como um de seus membros fundadores.

Por volta de 1973, com o relaxamento do Código dos Quadrinhos, inicia-se a “Era de Bronze” das HQs, em que vários escritores e artistas do campo começaram a fazer histórias cada vez mais maduras. O Morcegão, mais uma vez, é reconfigurado; agora retornando às suas raízes mais sérias da Era de Ouro. A partir daí, os quadrinhos do herói de Gotham City começaram a ficar cada vez mais sombrios, mantendo-se assim pela atual Era Moderna (1985-), em que surgiram algumas de suas histórias mais famosas, como O Cavaleiro das Trevas (1986), A Piada Mortal (1988), Morte em Família (1988) O Longo Dia das Bruxas (1996).

Com a tamanha popularidade que o Cruzado Encapuzado atingiu, era natural até que ele fosse representado em outras mídias, como a televisão e o cinema; algo que não demorou muito tempo para acontecer. Na década de 40 já houve a criação de dois seriados: O Batman e Batman e Robin, em que o herói foi interpretado por Lewis Wilson e Robert Lowery, respectivamente.

Porém, a sua série mais conhecida foi Batman (1966-1968), que teve Adam West como Batman e Burt Ward como Robin. O programa era bem humorístico, digno da Era de Prata do detetive, e originou diversas piadas associadas ao personagem, como o prefixo “bat-“ antes de qualquer palavra e a mania de Robin sempre dizer “santa…” alguma coisa. Por fim, mas não menos importante, tivemos David Mazouz como o jovem Bruce Wayne na série Gotham (2014-2019), apresentando o desenvolvimento do garoto logo após a perda de seus pais, ao lado de seu fiel mordomo, Alfred Pennyworth (Sean Pertwee).

Ainda na televisão, o Batman teve uma grande quantidade de desenhos animados, a maioria deles muito bem reconhecidos pelo público geral e crítica, como é o caso com Batman: A Série Animada (1992-1995), Batman do Futuro (1999-2001) O Batman (2004-2008).

Na telona, Bruce Wayne já foi interpretado por diversos atores, em filmes com tons bem diferentes. Tim Burton fez os primeiros filmes do Homem-Morcego, estes sendo Batman (1989) Batman O Retorno (1992), apresentando um estilo surrealista bem característico de suas produções. Ambos os filmes de Burton foram estrelados por Michel Keaton, no papel do Morcegão. Depois tivemos os longas de Joel Schumacher, Batman Para Sempre (1995) e Batman & Robin (1997), o primeiro com Val Kimmer como Batman e o segundo com George Clooney. Eles tinham uma aparência semelhante aos filmes de Tim Burton, mas não foram tão bem-sucedidos como os mesmos.

Com a virada do século, tivemos a aclamada trilogia do Cavaleiro das Trevas (2005-2012) de Christopher Nolan, com Christian Bale interpretando o herói desta vez, adotando uma abordagem mais soturna do personagem que os atores anteriores. Porém, com o início do DCEU no cinema, o Batman mais uma vez mudou de cara, agora sendo vivido por Ben Affleck, o famoso Bat-ffleck, fazendo sua primeira aparição em Batman v Superman: A Origem da Justiça (2016). Infelizmente, a sua participação foi terminada recentemente e agora cabe a Robert Pattinson assumir o manto.

O Batman ainda teve participações em vários filmes animados da DC, além de ter estrelado em vários videogames, indo desde a época do Nintendinho até mais atualmente, com a série Arkham. Com isso, dá para ver o impacto que um personagem como ele tem na cultura pop como um todo. Entender a trajetória do personagem é conhecer praticamente toda a história das HQs. Ele é um símbolo que hoje está em todos os lugares, seja nos quadrinhos em que originou, em camisetas com o seu logo, nas telas do cinema ou até mesmo nos prédios de algumas das maiores cidades do mundo, inclusive aqui em São Paulo, onde foi projetado o Bat-sinal este ano, em sua homenagem. Batman, para muitos, é mais que um herói: é uma lenda.    

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Por Matheus Zúñiga – Fala! Mackenzie

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