Por Layon Lazaro – Fala!USP
Monstro (quase) interessante, filme (quase) entediante.
Com o sucesso e o apelo que o Slender Man reuniu na internet nos últimos anos, era de se imaginar que qualquer lixo que fosse lançado com seu nome renderia uma boa bilheteria. Felizmente não foi o caso de Slender Man: Pesadelo Sem Rosto, que apesar de não ser nem de longe um filme brilhante, não é também de todo descartável.
O filme é bem convencional: Slender Man, o monstro caracterizado por ser uma figura humana distorcida e alongada, sem rosto mas com pernas de aranha e um poder especial sobre crianças, não tem uma origem interessante apresentada, mas surge como uma ameaça sem muitas explicações além das descrições de seus modos de ataque: “alguns ele persegue, alguns ele assombra, alguns ele leva”, diz Hallie (Julia Goldani Telles), às amigas Wren (Joey King), Chloe (Jaz Sinclair), e Katie (Annalise Basso). O assunto surge entre as meninas quando seus amigos não as convidam para uma cerimônia de invocação do Slender Man, o que as leva a pesquisar sobre o monstro em uma “noite das meninas”. E não vai muito além disso não.
Em alguns momentos, principalmente no início, eu achei que estava vendo alguma sequência do O Chamado, tamanha a sua influência presente no filme. O grupinho dos quatro amigos tem uma química fácil, especialmente nas reações às provocações de Wren, e a direção captura bem o clima mezzo ingênuo mezzo estúpida das pequenas cidades americanas, típico em filmes de terror.
O filme não explica bem o, digamos assim, funcionamento do Slender Man. O que ele fará se te capturar? Aliás, como ele captura alguém? As regras do jogo tem que ser apresentadas para um filme de “monstro” funcionar, mas em Slender Man você fica meio confuso. Por que é que eu teria que ter medo dele mesmo?