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Qual a importância do salto alto para a história da França?

O salto alto não foi criado com o propósito que conhecemos hoje. Ele foi essencial nos tempos dos cavaleiros persas, foi símbolo de status, inflou o ego do rei da França e ajudou a manter o mínimo de higiene durante a Idade Média. Assim, o salto, um dos objetos mais desejados pelas mulheres, foi criado por um homem e ultrapassou várias fases até chegar no que conhecemos hoje, como símbolo fashionista.

Da França a modernidade: a história do salto alto

O salto alto possui diversos estilos, que marcaram décadas e povos distintos.
O salto alto possui diversos estilos, que marcaram décadas e povos distintos. | Foto: Reprodução.

É possível encontrar uma versão primitiva deste sapato nos murais do Egito antigo, datados de 3500 a.C., sendo o calçado usado apenas pelas classes mais altas. Já na Idade Média, surgiu uma espécie de calçado com solado de madeira, considerado o verdadeiro precursor do salto alto e que foi utilizado também por cavaleiros persas. A função desses sapatos de salto era manter longe da lama e de outros detritos das ruas os materiais caros e frágeis dos calçados baixos que eram usados pela nobreza. Além disso, a parte mais alta do salto ajudava os arqueiros a se equilibrar para atirar suas flechas. 

Apesar de não haver indícios claros de quem inventou o salto alto, sabe-se que ele foi muito utilizado a partir do século XVII, na corte do rei Luís XIV da França, que exagerava no luxo e no salto alto, em sua maioria quadrados e com fivelas, mas sua marca registrada eram os saltos vermelhos. O que se imagina é que por Luís ser extremamente baixo, tinha menos de 1,60m, ele utilizava o salto para aumentar sua estatura. Ele assinava decretos autorizando somente a nobreza e a realeza a usarem esse tipo de calçado. Nessa época, a França se tornou referência de moda na Europa e o Palácio de Versalhes se tornou muito conhecido por realizar desfiles glamourosos.

Luís XIV da França tornou os sapatos de salto sinônimo de nobreza.
Luís XIV da França tornou esses sapatos sinônimo de nobreza. | Foto: Reprodução.

Porém ele ficou popularmente conhecido e para uso de homens e mulheres, apenas no próximo reinado, o Luís XV, que levou a fama e também virou o nome de um salto, que era bem largo nas pontas e na base, e afinado no meio. Como a França era lançadora de tendências, a moda se espalhou por toda a Europa e virou símbolo de status.

Com a Revolução Francesa, os saltos perderam sua força, por causa dos movimentos de igualdade de classes sociais, já que só a nobreza poderia usá-los até então, como consequência o símbolo de status social do salto alto caiu por terra. Sua volta definitiva aos holofotes da moda se deu apenas a partir do século XX, com a contribuição do cinema hollywoodiano, se tornaram sinônimo de elegância. Na década de 50, após a Primeira Guerra Mundial, Christian Dior desenvolveu o salto agulha, também conhecido como stiletto, o modelo tinha um salto tão fino que chegou a tornar proibida a sua entrada em diversos lugares, devido ao dano que ele poderia causar no chão.

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Por Lívia Ferreira de Almeida – Fala! Mack

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