1.49 milhões. É o número de contaminados pelo Covid-19, apenas nos Estados Unidos. No mundo inteiro, a soma passa de quatro milhões
A pandemia do coronavírus, que apareceu primeiro em Wuhan, China, assola o mundo inteiro e metade da humanidade se encontra em algum tipo de restrição como a quarentena. Há meses nessa situação, o Covid-19 mostrou suas caras em dezembro, mas o governo chinês o escondeu até o tempo que conseguiu.
De acordo com o New York Times, o médico Li Wenliang, em uma mensagem a um grupo de chat, avisou a seus amigos que estava em quarentena no departamento de emergencia devido à uma doença misteriosa no dia 30 de dezembro. Três dias depois, a polícia o forçou a assinar uma declaração na qual reconhecia que seu alerta representava “comportamento ilegal”.
Nas primeiras semanas do aparecimento do vírus, tais ações de autoridades continuaram. Só tomaram providências a partir de 20 de janeiro, quando a doença já crescia para se tornar uma epidemia.
Uma semana antes do anúncio, a cidade de Wuhan alojou dezenas de milhares de pessoas para o banquete de celebração do Ano Novo Lunar. Nesses seis dias antes do 20 de janeiro, mais de 3000 pessoas foram infectadas. “Se eles tivessem agido seis dias antes, teria muito menos pacientes e as instalações hospitalares teriam sido o suficiente”, afirmou Dr Zuo-Feng Zhang, um epidemiologista da Universidade da Califórnia, para o jornal Al Jazeera. Foi necessário que o vírus aparecesse na Tailândia, no dia 13, para que os líderes em Beijing reconhecessem o perigo.
As autoridades relutaram em adotar medidas por, principalmente, motivos políticos, já que estavam se preparando para a reunião anual do Congresso, para aprovar leis e anunciar metas econômicas para o ano. Também tentando evitar reações internacionais possivelmente caóticas em relação ao seu governo, Xi Jinping colocou seu povo na linha de fogo e sofreu piores retaliações.
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Por Domitilla Mariotti – Fala! UFRJ