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O que é ser o Homem-Aranha?

Em 1962, Stan Lee e Steve Ditko revolucionaram o mundo das histórias em quadrinhos ao criarem um adolescente franzino e nerd que, ao mesmo tempo, era um super-herói corajoso e debochado. Em “Amazing Fantasy” Nº15, nasceu Peter Parker, nasceu o Homem-Aranha!

O sucesso do personagem foi tanto que tomou proporções que nem seus criadores imaginavam, durando no mundo inteiro até os dias de hoje, tendo brinquedos, séries animadas e filmes produzidos por alguns dos maiores estúdios do ramo, conquistando um Oscar por Homem-Aranha: No Aranhaverso.

Tendo em vista esse histórico, junto ao lançamento do sétimo filme em live-action do herói aracnídeo em 2019, e com o primeiro completando quase 20 anos de lançamento, muitos se perguntam: Qual o melhor Homem-Aranha? Qual o pior? Qual o futuro desse herói? Lembrando que isso são apenas opiniões pessoais e não do site.

Vamos voltar ao começo. No ano de 2002, a Sony Pictures comprou os direitos do personagem, pretendendo fazer um filme sobre o herói, com Tobey Maguire no papel de Peter Parker/Homem-Aranha, e Sam Raimi na direção do filme, o qual na época era conhecido por filmes sombrios voltados ao terror.

Hoje, a “trilogia de Raimi”, como ficou conhecida, é uma das mais admiradas no mundo do cinema, isso por serem filmes sérios do Aranha e vilões construídos de forma psicologicamente profunda. Apesar de ser contra a natureza cômica do personagem, essa mudada de tom serviu para alavancar o gênero de super-herói dentro do cinema, provando que esses poderiam ser muito mais do que simples filmes de ação. A primeira trilogia foi essencial para todos os filmes de super-herói que vieram depois, abrindo espaço para que mais desse gênero fosse explorado.

Dez anos se passaram desde a estreia do primeiro filme e a companhia decidiu fazer um “reboot” na franquia do escalador de paredes dentro do cinema, começando o universo do zero, com Andrew Garfield e Emma Stone nos papéis de protagonistas, intitulado de “O espetacular Homem-Aranha”. Esse filme tinha a difícil missão de se manter a altura da trilogia original, ao mesmo tempo em que tentava criar sua própria identidade. Para isso, o longa explora remodelar as origens de Peter Parker, tomando rumos que o próprio material fonte não vai tão a fundo, colocando os pais biológicos do personagem em papéis muito mais importantes para a vida do filho do que qualquer outra obra do escalador de paredes já havia feito.

Outro fator importante nesse filme é a comédia, enquanto os filmes de Raimi são mais sérios e rendendo ótimas cenas macabras, esse reboot usa mais do humor, característica pertinente do Homem-Aranha, o que fez o “Espetacular Homem-Aranha” também exercer uma importante influência nos próximos filmes do herói. 

Comédia versus Drama

Quando disse que o filme de Garfield impactou a marca do herói aracnídeo, isso ocorreu por estudar as duas trilogias da Sony, misturando o melhor dos dois rostos do personagem, tudo para que a volta do Homem-Aranha para dentro da casa onde nasceu seja o melhor que o mundo do cinema poderia oferecer: o humor dos filmes “Espetacular Homem-Aranha” e o drama proporcionado pelos filmes de Raimi.

Tom Holland, um jovem de 19 anos na época, estreou como o cabeça de teia roubando o escudo do Capitão América em Capitão América: Guerra Civil, se tornando cada vez mais importante dentro do UCM. A performance do ator trouxe um ar de inocência para o personagem, além de subverter acontecimentos e conceitos do material fonte. Com um terceiro filme chegando, o futuro para o personagem é incerto – isso devido ao acordo da Marvel com a Sony pelos direitos do personagem: se a bilheteria do novo filme chegar à casa dos bilhões, o terceiro filme será inteiramente feito pela Sony Pictures, mesmo se passando dentro do universo cinematográfico da Marvel.

 OK, então qual o melhor e qual o pior? O Aranha de Maguire é dramático, porém pouco engraçado; o de Garfield é engraçado, só que toma decisões duvidosas durante sua jornada; e o de Holland é equilibrado no sentido de humor-tragédia, mas com o lado nerd exagerado. Cada um acerta e erra no o que é ser o amigão da vizinhança.

Parando de falar apenas em Peter Parker, o longa animado “Homem Aranha: No aranhaverso” expande ainda mais a ideia de o que é ser o Homem-Aranha, apresentando outros personagens. Na animação, o conceito de “O que te faz ser diferente, te faz ser o Homem-Aranha” é o abordado extensivamente, com o protagonista, bem como os heróis secundários explorando de suas diferenças para serem os melhores heróis que poderiam ser. A mensagem, porém, é muito mais profunda: o que te faz diferente te faz Homem-Aranha, todos são diferentes, todos somos Homem-Aranha.

Isso se encaixa perfeitamente no que seus criadores queriam transmitir na primeira vez que publicaram o personagem, por isso sua identidade é a mais secreta dos quadrinhos, por isso todo o seu corpo é mascarado, por isso ele encantou o mundo, porque qualquer pode usar aquela máscara e aqueles lançadores de teias.

 Se existe um melhor ou pior, isso vai da opinião de cada um, mas é importante lembrar que cada um desses filmes, gostando ou não, contribuíram para expandir ainda mais as camadas desse personagem, transmitindo o grande poder que os ideais desse ícone transmitem para o público, ao passa que carrega e honra a grande responsabilidade de representá-lo nas telas grandes.

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Por Gabriel Radovan Graça

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