13 anos após o misterioso sumiço da garotinha, novo suspeito é apontado pela polícia alemã
Madeleine McCann tinha 3 anos de idade quando desapareceu do resort Ocean Club, em Praia da Luz, na região de Algarve, Portugal, quando estava de férias com os pais e os irmãos gêmeos, de dois anos de idade. No dia 3 de maio de 2007, enquanto os pais Kate e Gerry McCann jantavam num restaurante perto do hotel de luxo, seus filhos Sean, Amelie e Madeleine dormiam sozinhos no quarto 5A – os pais, junto com amigos no local, faziam um revezamento para checar as crianças de tempo em tempo; às 22h, Kate constata o desaparecimento da filha mais velha.
O desaparecimento de Madeleine foi um caso muito falado desde o ano em que ocorreu, que teve muitos desdobramentos, atenção da mídia mundial e, até hoje, as investigações não foram concluídas, não se sabe onde está Maddie e se está viva.
Entretanto, em 3 de junho, a polícia britânica anunciou um novo suspeito: o alemão Christian Brückner, de 43 anos, já acusado anteriormente por pedofilia, envolvimento com drogas e preso em 2019 por estuprar uma mulher de 72 anos no mesmo resort que os McCann ficaram hospedados, o Ocean Club.
Entenda o caso
Em 28 de abril, os britânicos McCann chegam em Portugal, hospedando-se para um período de férias no Ocean Club. É um resort familiar, com um complexo de pequenos apartamentos e com várias atividades para adultos e crianças, inclusive o serviço de creche e babás. Durante a estadia, antes do dia 3 de maio, o casal fez amizade com os Berry – que chegaram no hotel no mesmo dia que eles.
O casal Berry também tinha uma filha criança e ela brincava junto com as crianças McCann no clube infantil do resort. Os pais também faziam atividades juntos, inclusive jantar no restaurante Tapas em algumas noites, já que era bem próximo ao hotel.
Os McCann recusaram o serviço de babá do hotel, afirmando que eles teriam que acordar as crianças quando voltassem para buscá-las e isso as incomodaria. Eles seguiram jantando com as crianças dormindo nos quartos – sendo checadas por eles e amigos de tempos em tempos – até a noite do desaparecimento de Madeleine McCann.
A ordem cronológica dos acontecimentos dos dias 3 e 4 de maio:
- 17h30: por volta desse horário, Kate McCann busca seus três filhos do clube infantil do hotel. Madeleine, em particular, estava cansada do dia de atividades e dormiu logo. O pai, Gerry, chega no quarto enquanto a mãe os põe para dormir.
- 20h30: próximo dessa hora, os McCann chegam ao restaurante Tapas para se encontrarem com outros amigos, sendo uns dos primeiros clientes da noite.
- 21h10: Gerry McCann vai checar as crianças em seus quartos e as crianças dos outros casais também. Ele entra pela porta lateral, das varandas, que era a entrada mais próxima, e deixa a porta dos fundos destrancada.
- 21h45: Matt Oldfield, um dos amigos que estava jantando junto com os McCann, sai no lugar de Kate para verificar as crianças. Apesar de ter usado a porta da varanda para entrar no local, ele não entrou no quarto dos filhos McCann. Mais tarde, ele afirmou ter visto apenas luz saindo do quarto e um barulho como se os gêmeos estivessem se mexendo, mas não estranhou e saiu satisfeito.
- 22h: Katie McCann sai para verificar as crianças e, quando chega no quarto, vê a cama de Madeleine vazia e a janela aberta, enquanto os gêmeos dormem profundamente. Ao procurar pelo quarto e ver que a filha não está lá, ela retorna ao restaurante afirmando que a filha foi levada por alguém.
- 22h40: a recepção do hotel é informada do desaparecimento da garota, e aciona a GNR (Guarda Nacional Republicana).
- 23h: A GNR chega ao hotel e faz uma busca pelo perímetro.
- 23h50: a Polícia Judiciária (PJ) é acionada pela GNR e, rapidamente, iniciam as investigações com a polícia científica.
A Guarda Costeira, Bombeiros e elementos da Cruz Vermelha foram também acionados para ajudar na busca por Madeleine. A procura terrestre pelos pais, oficiais e hóspedes do hotel durou até às 04h30, aproximadamente, já no dia 4 de maio. Os aeroportos de Portugal foram notificados do desaparecimento bem como a polícia de todo o país.
Em depoimento à polícia, Jane Tanner, uma das amigas dos McCann, disse ter visto um homem carregando uma criança vestida com pijama atravessando a rua, por volta das 21h15. A fisionomia desse homem, mais tarde, foi usada para fazer um esboço do sequestrador.
Cronologia dos acontecimentos após o dia do desaparecimento:
- 5 de maio: o diretor da Polícia Judiciária de Faro – cidade portuguesa – Guilhermino Encarnação, afirmou que a menina havia sido sequestrada, em que todas as pistas indicavam um sequestro e que já havia um esboço do culpado.
- 7 de maio: aumentam o perímetro de busca ao redor da área do hotel.
- 8 de maio: o inspetor-chefe da PJ, Olegário de Souza, afirma que há “linhas de investigação” sobre o desaparecimento da jovem – ou seja, havia outras possibilidades além do sequestro por um estranho que teria arrombado a janela do quarto.
- 9 de maio: agentes britânicos especializados em casos do tipo são designados para colaborar na investigação em Portugal. No mesmo dia, uma turista norueguesa, Mari Olli, afirma ter visto Madeleine McCann em um posto de serviços em Tânger, Marrocos, com um homem que julgou ser o pai da criança antes de descobrir que era a garota desaparecida.
- 10 de maio: os pais são interrogados novamente pela PJ e outra busca pelo apartamento é realizada. Ao mesmo tempo, a PJ afirmou que as buscas nos arredores por Madeleine estavam em “fase de conclusão”. O porta-voz da Polícia Judiciária assegura que não há suspeitas sobre os pais e amigos.
- 11 de maio: as buscas da GNR pelo perímetro são encerradas e o empresário escocês Stephen Winyard oferece uma recompensa de 1,4 milhões de euros para quem achasse a menina.
- 12 de maio: no dia em que Madeleine faria 4 anos, os pais vão à imprensa fazer um apelo para que não parassem a busca pela filha mais velha. Robert Murat, tradutor britânico que estava perto do quarto dos McCann no resort, começado a ser apontado como suspeito pela imprensa britânica que fazia a cobertura em Portugal.
- 14 de maio: Robert Murat é chamado para depor contra as acusações feitas a ele, no Departamento de Investigação Criminal da PJ, em Portimão. Uma busca na residência de Murat é realizada.
- 15 de maio: Murat é tido oficialmente como suspeito pela Polícia Judiciária pelo desaparecimento de Madeleine McCann.
- 25 de maio: a PJ revele a descrição do possível sequestrador. Dois dias depois, o jornal inglês The Observer revelou que o ministro britânico das Finanças, Gorden Brown, havia pressionado a polícia portuguesa para que essa descrição do suspeito fosse divulgada.
- 15 de junho: uma pista apresentada pelo jornal holandês De Telegraaf dois dias antes levou a PJ investigar um local em Odiáxere. Ao final do dia, eles concluíram que a pista era falsa.
Durante esse tempo e até o final de julho, inúmeros foram os apelos dos pais divulgados pela imprensa, para não desistirem da busca e torcerem para que a achassem. Muitas pessoas tentaram extorquir o casal com falsas informações, e também muitas pistas falsas foram apresentados para a polícia.
Controvérsias
Só no dia 31 de julho que uma análise minuciosa, feita pela polícia britânica, com cães treinados para farejar sangue e odor cadavérico, foi feita no apartamento 5A do Ocean Club, na casa e no carro de Robert Murat e nos carros de outros amigos do casal. Foram achados, ao longo do mês de agosto, 3 pontos principais para a coleta: em dois cômodos do quarto dos McCann, vestígios que poderiam ser de Madeleine e um no porta-malas do carro que foi alugado pelo casal McCann dias depois do desaparecimento de Madeleine. Essas amostras contribuíram para a polícia, em especial o coordenador operacional da polícia portuguesa, Gonçalo Amaral, direcionarem suas suspeitas para os pais, Kate e Gerry McCann, pelo desaparecimento e possível assassinato da filha.
Este foi um dos momentos-chave do caso, em que num primeiro momento, o casal McCann recebe apoio do mundo inteiro, graças à grande cobertura feita pela mídia. Inúmeras doações são feitas, recursos mobilizados por celebridades e figuras influentes – todos estão compadecidos pelos pais e do lado deles. Porém, a partir desse momento em que as análises são extraídas, principalmente do porta-malas do carro dos McCann, os ataques contra o casal passam a ser feitos e todos estão contra o casal. A imprensa, que antes sensacionalizava com a imagem de pais sofredores, passou a mostrá-los como monstros que não só enganaram o mundo inteiro, mas fizeram algo horrível com a própria filha.
Todas as amostras coletadas, sendo as três principais dos dois lugares do quarto e do porta-malas, foram encaminhadas para um laboratório especializado na Inglaterra, o FSS (Forensic Science Service). Em 4 de setembro, uma primeira prévia da análise foi enviada à polícia portuguesa e, no relatório em inglês, consta que a avaliação ainda não estava completa. Ainda assim, o tradutor da polícia não transpôs o documento completo, com as ressalvas transcritas no documento original sobre as amostras e a polícia portuguesa concluiu, através do documento, que havia a possibilidade de 80% de chances das amostras serem do corpo de Madeleine, ou seja, a menina estaria de fato, morta.
A teoria da polícia era de que a morte de Madeleine teria sido acidental, em que os pais teriam sedado os três filhos e aplicado uma dose maior à filha mais velha, e os amigos do casal teriam encoberto os pais, ajudando a ocultar o cadáver da criança. A história sobre a checagem das crianças teria sido mentira e eles esconderam o corpo durante alguns dias.
A informação foi vazada para a imprensa, e logo os ataques contra os pais se intensificaram. Posteriormente, a jornalista portuguesa Sandra Felgueiras revelou que sua fonte na polícia portuguesa afirmou a ela que foram encontradas “de 70 a 90 marcas encontradas no carro, eram do sangue de Madeleine McCann”. Em Portugal, existe a Lei do Sigilo, em que tanto a polícia quanto quem participa ativamente das investigações não podem revelar detalhes ao público – ainda assim, essa informação chegou à imprensa por alguém da polícia.
Em 6 de setembro, Kate McCann é intimada pela PJ a depôr em Portimão e, no dia seguinte, é declarada oficialmente como suspeita, sendo Gerry também tido formalmente como suspeito no dia 8. No dia seguinte, com a permissão da polícia portuguesa, o casal retorna com os gêmeos para a casa em Rothley, Inglaterra.
Em 10 de setembro, Gonçalo Amaral fez um relatório de 9 páginas contra os McCann, em que apontava como evidências incriminatórias: as amostras de DNA coletadas, as amostras que os cães detectaram e as inconsistências no depoimento do pais e dos amigos sobre a noite do desaparecimento da jovem. Esse relatório mais tarde serviria de base para a Polícia Civil portuguesa em um inquérito contra o casal.
A análise completa do FSS saiu meses depois, quando a polícia portuguesa se preparava para encaminhar o processo contra os McCann ao Magistrado. No relatório feito pelo laboratório, foi concluído que todas as amostras coletadas eram insuficientes para qualquer conclusão, eram escassas, nenhuma era idêntica ao DNA de Madeleine e que não havia qualquer amostra de sangue. Amaral afirmou que os resultados foram manipulados, que a polícia britânica trabalhava em prol dos interesses dos pais de Maddie e, em outubro de 2007, foi afastado do caso McCann e demitido, sendo substituído pelo coordenador superior da PJ, Paulo Rabelo.
O novo coordenador afirmou que as suspeitas sobre os McCann não passavam de especulação, mas o circo já estava armado. Pouco tempo depois, os pais contratam uma equipe de investigadores particulares, a Metodo 3. Por um tempo, a busca exercida por eles trouxe resultados mais concretos – o detetive particular Julian Peribañez, junto com o filho de Brian Kennedy, milionário que estava financiando a busca dos McCann, conseguiram um retrato-falado melhor que o da polícia portuguesa e traçaram duas linhas de investigação: a primeira, seria de que Madeleine teria, de fato, sido sequestrada por um cara qualquer que ficou observando o casal durante alguns dias até 3 de maio, e a outra hipótese seria de que Maddie haveria sido sequestrada por alguém de uma rede de pedófilos e traficantes de pessoas – em que não apenas uma pessoa estaria envolvida no sequestro, mas toda uma rede para levar a menina e transportá-la para longe, sem serem notados.
Apesar desses pequenos, porém significativos resultados, o diretor da empresa Metodo 3, entretanto, afirmou à imprensa de que eles estavam muito perto de descobrirem o suspeito – apesar de saber que aquilo não era verdade. Decepcionados, em 2008, contrataram a empresa de investigadores particulares americana, a Oakley International, que tinha recursos mais tecnológicos que a M3. No mesmo ano, os McCann e Robert Murat foram descartados como suspeitos pela polícia, e o caso Madeleine foi arquivado por falta de evidências que permitissem a continuidade da busca.
No ano seguinte, o ex-coordenador Gonçalo Amaral lança o livro A Verdade da Mentira, sobre o caso McCann, em que acusava os pais. Os pais processaram o ex-coordenador e, no primeiro momento, conseguiram retirar os livros de circulação e impediram o documentário sobre o caso de ser lançado. Entretanto, Amaral entrou com o recurso no tribunal português e a decisão é revertida em 2012, e, hoje, o livro encontra-se para compra on-line e o documentário pode ser procurado no YouTube.
Gonçalo já havia sido indiciado por um outro caso antes do de Madeleine, o Caso Cipriano, de 2004, em que uma jovem de 8 anos, Joana, também desapareceu. Pouco tempo após as investigações, a polícia conseguiu depoimento do tio da menina, que afirmara que matou a menina esquartejada junto com a ajuda da mãe, alegando que o motivo seria que Joana vira os dois tendo relações incestuosas.
Ao analisarem o caso após a prisão da mãe e do tio serem feitas – notaram diversas inconsistências na confissão do tio, o freezer no qual tinham guardado partes do corpo não tinha espaço para armazenação das mesmas e o principal: fotos da mãe de Joana com hematomas no rosto e por todo o corpo foram divulgadas, em que ela afirmou ter sido torturada pelos policiais para obterem uma confissão. Gonçalo Amaral teria permitido que os policiais espancassem a mulher.
Com o caso arquivado pelas autoridades, os McCann estavam frustrados, e o presidente da Oakley International, Kevin Halligen também enganou os McCann e os extorquiu, não apresentando nenhum resultado desde 2008 à 2011. O casal teve que recorrer ao governo britânico, em especial, o Secretário de Estado do Departamento do Interior da época, Alan Johnson, para ele mobilizasse a Scotland Yard retomassem o caso. Após os apelos pelos pais, o então primeiro ministro da época, David Cameron, em maio de 2011, ordenou à Scotland Yard que o caso fosse reaberto.
Numa operação nomeada como “Operação Grange”, chefiada pelo inspetor-chefe Andy Redwood, eles retomaram os acontecimentos desde o dia do desaparecimento em maio, conversando com testemunhas locais e hóspedes da época, sobre pessoas com comportamento estranho, possíveis suspeitos – em um ponto da investigação, o possível suspeito pela polícia teria cabelo loiro. Durante os anos seguintes, os agentes da operação ficaram se deslocando entre Portugal e, mesmo quando as investigações gastaram milhões de libras, e quase foram canceladas pelo alto custo, recebeu um financiamento extra. Nenhum resultado concreto apareceu até 2017.
Paralelamente, em 2011, pistas sobre uma mulher com comportamento estranho na época do desaparecimento foram encontradas por detetives particulares. Testemunhas afirmaram terem visto uma mulher, com aparência elegante, aparentando estar nervosa e que teria abordado um homem perguntando: “Você está com minha nova filha?”. Posteriormente, uma testemunha britânica teria confirmado uma versão semelhante aos investigadores ingleses, em que essa pessoa conhecia a mulher, que queria ter um filho, mas não conseguia engravidar. Outro transeunte, dono de uma pizzaria, teria avistado um casal carregando uma criança, de aparência nervosa – ele teria comunicado à polícia, mas seu depoimento não teve a atenção devida até o ano seguinte.
Outra informação revelada em 2017 por uma das babás da creche do hotel, em entrevista ao jornal britânico Daily Mirror, é que a área ao redor do hotel era considerada perigosa pelos funcionários, muitos eram alertados a não deixarem o complexo por conta de estupros que ocorriam nos arredores. Entretanto, ela descarta completamente a hipótese do casal ter feito algo contra a criança, principalmente pela maneira como os pais estavam frenéticos e desesperados com o sumiço da filha mais velha.
Até o presente momento, a investigação feita pela polícia britânica e portuguesa continua, agora com o auxílio da polícia alemã.
Novas informações e novo suspeito
No início de junho de 2020, treze anos após o desaparecimento de Madeleine McCann, a Scotland Yard, a polícia metropolitana de Londres, divulga um novo suspeito para o caso, o alemão de 43 anos, Christian Brückner. Em 2017, Brückner bebia em um bar na Alemanha e, ao ver uma reportagem sobre o desaparecimento, falou a um desconhecido que sabia que a menina estava morta; ele foi reportado às autoridades alemãs sobre, e a polícia notificou os investigadores das polícias portuguesa e britânica sobre o possível suspeito.
O promotor alemão, Hans Christian Wolters, que está à frente nas investigações na Alemanha, informou que Christian viajava frequentemente à Algarve entre os anos de 1995 e 2007, em que ele fazia bicos em hotéis, furtando e traficando drogas também. Brückner também está sendo investigado pelo sumiço de outra criança: Inga Gehricke, de 5 anos de idade, que sumiu em 2 de maio de 2015, no estado da Alta Saxônia. Em 2019, foi condenado pelo estupro de uma mulher de 72 anos que estava no mesmo resort que os McCann se hospedaram, o Ocean Club. Ele foi condenado a sete anos de prisão pelo estupro, já tendo outras 17 acusações contra ele na Alemanha – em sua residência e veículo foram encontradas inúmeras evidências de pedofilia, como fotos e peças de roupas infantis.
Ele também foi apontado como possível suspeito do estupro de Hazel Behan, irlandesa que estava na região da Praia da Luz, em 2004. Ela afirmou que o estuprador trabalhava em um resort, e que havia invadido seu apartamento em uma noite. Segundo ela, ele falava em inglês, mas tinha sotaque alemão, olhos azuis, sobrancelha loira e uma marca na coxa – que ela não conseguiu identificar se era uma tatuagem ou marca de nascença. Segundo descrições divulgadas de Brückner, ele teria marcas de nascença na parte superior da coxa direita. Amostras coletadas do DNA do estuprador foram destruídas antes do desaparecimento de Madeleine em 2007.
Meses antes de Madeleine desaparecer em Algarve, Christian havia se gabado para o pai de uma amiga sobre sua van, em Foral – região próxima à Praia de Luz, e poderia transportar crianças sem ser percebido. “Na minha van, posso pegar 50 kg de grama (maconha), ninguém pode vê-lo. Eu posso transportar crianças, crianças, neste espaço. Drogas e crianças, posso transportá-los nesta van, é um espaço seguro, ninguém pode encontrá-los. Ninguém pode me pegar”, foi o que Dieter afirmou ser dito por Brückner. Logo após Maddie ter sumido, ele passou o veículo para o nome de outra pessoa. O documentário de 2019 da Netflix sobre o caso mostrou um suspeito que tinha uma van, apesar de não ser provado se eram a mesma pessoa…
Segundo as autoridades alemãs, tudo leva a crer que Madeleine McCann está morta. Autoridades britânicas e portuguesas afirmam que o caso ainda está sendo tratado como desaparecimento, pois não há prova concreta ainda de que Madeleine foi morta. Uma confissão de Christian Brückner ainda não foi divulgada.
O caso do desaparecimento de Madeleine McCann
Além do livro e documentário de Gonçalo Amaral, outras obras foram lançados, como o escrito pela mãe, Kate, Madeleine – O Desaparecimento De Nossa Filha E A Incessante Busca Por Ela, lançado em 2011. Três livros sobre o caso foram escritos por Danny Collins sobre o caso, Vanished: The Truth About the Disappearance of Madeleine McCann, de 2008, Madeleine McCann: 10 Years On, de 2017 e do mesmo ano, Madeleine McCann – The Disappearance; Paulo Pereira Cristóvão, investigador da Polícia Judiciária portuguesa também lançou sua opinião sobre o caso no livro A Estrela de Madeleine – Onde, quando, como, quem, o quê, por quê – ele havia escrito um livro similar sobre o caso de Joana Cipriano, de 2004, no qual também foi acusado de violência e abuso de poder contra a mãe da criança, junto com Amaral. Em dezembro de 2019, foi sentenciado a 7 anos e meio de prisão por assaltos feitos em Lisboa, junto com outras 16 pessoas envolvidas no esquema.
Em 2015, os jornalistas Anthony Summers e Robbyn Swan lançaram o livro Looking For Madeleine. Mais tarde, eles serviriam de fonte à série documental da Netflix, O Desaparecimento de Madeleine McCann, dirigido por Chris Smith e lançado em 2019, que apresentou relatos de todos envolvidos na investigação e cobertura do caso, filmagens capturadas pela imprensa ao longo dos anos e reconstituições de cenas, com pontos de vista e opiniões sobre o ocorrido.
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Por Giovana Floriano de Medeiros Leobaldo – Fala! Anhembi