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Independência ou morte! Veja a programação do 7 de setembro

Neste dia 7 de setembro (quarta-feira) é comemorado o bicentenário da independência do Brasil. Por isso, saiba como está a região do Ipiranga, onde Dom Pedro I gritou “independência ou morte”.

O coração (literalmente) de Dom Pedro I esteve de volta ao Brasil. Recebido pelo Governo Federal no dia 23 de agosto, a relíquia veio como parte das festividades pelo bicentenário da independência do Brasil.

Disponível para visitação no Itamaraty, em Brasília, o órgão do ex-imperador do Brasil esteve na Sala Santiago Dantas até o dia 5 de setembro, das 8h às 17h30, sem a necessidade de agendamento e com entrada é gratuita.

Depois deste prazo, o coração de Dom Pedro I voltou à Igreja da Irmandade da Lapa, na cidade do Porto. Para quem perdeu, existem outras programações turísticas para relembrar esta data tão importante para a história nacional.

7 de setembro - independência do Brasil - programação
Relembre a história da independência do Brasil e confira a programação do 7 de setembro. | Foto: Montagem/ Reprodução

Como foi a independência do Brasil, o famoso 7 de setembro?

Antes de falar dos programas turísticos, relembre como foi a independência do Brasil. Em São Paulo, Dom Pedro I recebeu uma carta da esposa, Princesa Leopoldina, e do ministro José Bonifácio. Nela, dizia que estava na hora de tomar uma decisão em relação à pressão exercida pelas cortes portuguesas.

Após ler a carta levada por Paulo Emílio Bregaro, o regente montou em sua mula e gritou a famosa frase: “Independência ou morte”. No dia 7 de setembro de 1822, às margens do rio Ipiranga, o Brasil se tornou independente do governo português.

Embora esta seja a data simbólica, a independência do Brasil foi fruto de diversos acontecimentos:

A Chegada da Família Real ao Brasil

Um ano após a invasão francesa a Portugal, em 1807, o então regente, que anos depois seria Dom João VI, fugiu para o Brasil junto à sua corte. Em 1815, firmado no Rio de Janeiro, seu governo elevou a antiga colônia do País ao patamar de Reino Unido.

Retorno de Dom João IV para Portugal

Em 1821, o rei Dom João IV foi obrigado a retornar ao País português. Porém deixou o Brasil nas mãos de seu filho, Dom Pedro I, então príncipe regente. Ao voltar a Portugal sem o seu filho, Dom João IV sofreu duras críticas e começaram as pressões excessivas das cortes.

Pressão da Corte Portuguesa

Ao reafirmar o desejo da volta de Dom Pedro I ao País, os portugueses expressavam a vontade que havia para que o Brasil voltasse a ser uma colônia. Com isso, a corte portuguesa começou a tomar atitudes drásticas com os latinos. Os deputados demitiram milhares de funcionários após acabar com as repartições públicas.

A tentativa era de desestabilizar o governo a qualquer custo, forçando uma desistência. Por sua vez, o vice-presidente da província de São Paulo, José Bonifácio, escreveu uma carta de repúdio contra a corte lusitana. Na carta, ele expressava o desejo de ter o príncipe regente no Brasil.

Dia do Fico com Dom Pedro I

“Se é para o bem de todos e a felicidade geral da nação, digo ao povo que fico”. Essa foi a frase dita por Dom Pedro I no dia 9 de janeiro de 1822. A decisão do príncipe regente foi contrariar todas as regras de seu país de origem para estar à frente do Brasil.

Após o dia do fico, com o apoio político local, José Bonifácio, grande responsável pelo feito, se tornou ministro e iniciou um movimento a favor da independência. Insatisfeitos com a postura do príncipe, a corte enviou uma carta ao Brasil exigindo a volta dele para o velho continente.

Como Dom Pedro I estava em São Paulo, quem recebeu a carta foi sua esposa, a Princesa Leopoldina. Maria Leopoldina leu a carta e certa de que havia chegado o momento da independência, enviou um recado ao seu marido através de Paulo Bregaro. 

Grito do Ipiranga e o 7 de setembro

Ao receber o recado de sua esposa, Pedro de Alcântara estava em São Paulo. Tirou o brasão português de sua roupa, montou em sua mula e não hesitou em gritar: “Independência ou morte”. 

Ao retornar ao Rio de Janeiro, o imperador teve uma recepção calorosa do público. O Brasil estava ao seu lado. Ou melhor, grande parte dele. 

O momento citado acima ocorreu às margens do Rio Ipiranga, na capital paulista. Reconhecido no hino nacional, o local abriga um museu histórico e é um ponto turístico.

Pessoas do Brasil e do mundo procuram passagens aéreas, pacotes de viagens e excursões para poder chegar ao marco da história brasileira. Embora o local não tenha sido programado para a proclamação da independência, ele se tornou um dos mais famosos do país.

Guerra da Independência

Mesmo sendo exaltado por muitos, Dom Pedro I também sofreu rejeição no próprio país, pois uma parte da população se dizia fiel a Portugal. Essas rejeições geraram conflitos que aconteceram nas províncias do Pará, Bahia, Maranhão e Cisplatina (atualmente território do Uruguai). A Guerra se estendeu por dois anos e acarretou na morte de mais de 3 mil pessoas.

Principais roteiros turísticos para se fazer no Ipiranga

Agora que você relembrou de como foi a independência do Brasil, você pode ter maior contexto sobre as celebrações desta data tão importante, o 7 de setembro. Além da já citada exposição do coração de Dom Pedro I, haverá uma vasta programação especial em São Paulo. Organizada pela SPTuris, ela contará com onze atrações especiais:

Museu do Ipiranga

Com risco de desabamento, o Museu do Ipiranga foi fechado às pressas em 2013. Depois de nove anos, o local finalmente será reaberto para visitação. A reforma custou R$ 235 milhões, sendo custeada pela Lei de Incentivo à Cultura e contou com investimentos públicos e privados.

Mais de 3 mil objetos foram restaurados, entre eles 122 pinturas e duas maquetes: uma da cidade de São Paulo e outra do próprio Museu do Ipiranga. Eles se juntam a um total de 450 mil itens – de quadros a documentos históricos.

Além disso, a nova versão do museu decidiu apostar na interatividade. Todas as salas possuem telas explicando a história de cada objeto, com alguns deles podendo até ser tocados pelos visitantes. A acessibilidade também está presente, com o uso de braile e intérpretes de libras

Haverá uma inauguração simbólica para os funcionários responsáveis pela obra e estudantes no feriado de 7 de setembro. No dia seguinte, o público já poderá visitar gratuitamente as instalações do museu.

Parque da Independência

Visando as comemorações do bicentenário da independência, o Parque da Independência foi revitalizado. Com investimento de R$ 11 milhões feito pela prefeitura, houve uma ampliação de 45 mil m² no espaço – readequando instalações, lixeiras, pistas de cooper, bancos, acessos e sanitários. 

Quem gosta de aproveitar a natureza terá uma ótima experiência no parque. São mais de 160 espécies de plantas, com 94 de animais – entre eles pica-paus, bem-te-vis, papagaios, tuins, periquitos e maracanãs.

O local onde Dom Pedro I libertou o Brasil da condição de colônia também contará com um desfile cívico no dia 7 de setembro, na pista central da Avenida Dom Pedro I. Realizada das 8h às 12h30, ela contará com a participação dos Paraquedistas Cometas, da Esquadrilha da Fumaça da Força Aérea Brasileira e da Cavalaria do Exército com o uniforme oficial dos Dragões da Independência.

Cripta Imperial e Monumento à Independência

Disponíveis para visitação a partir do dia 7 de setembro, é possível conhecê-los de terça a domingo, das 9h às 17h. Com entrada gratuita, eles terão a exposição Representantes da Nação. Caso você não possa ir lá no feriado, não se preocupe: ela acontecerá até 4 de agosto de 2024.

Casa do Grito

Com a exposição Independência ao Grito, ela está aberta de terça a domingo, com funcionamento das 9h às 17h. Com entrada gratuita, é possível agendar visitas educativas a partir do dia 13 de setembro.

Exposição Vozes Insurgentes

Falando sobre todos os heróis e heroínas responsáveis pela construção do país, esta exposição será realizada até o dia 25 de setembro. Ela estará disponível em diversos locais da cidade como o Viaduto do Chá e os parques do Ibirapuera, da Vila Guilherme, do Carmo e da Previdência.

Projeto Monumenta

Disponível no Parque da Independência e na Casa do Grito, este projeto investe em uma experiência gamificada e com uso de realidade aumentada – basta ter um celular com câmera para desfrutar. Nela, estão disponíveis maquetes de monumentos artísticos da Semana de Arte Moderna, do sesquicentenário da Independência e do IV Centenário de São Paulo – todos marcantes para a cidade no século XX.

Vozes do Ipiranga

Criada para oferecer uma experiência cênica imersiva, o objetivo desta programação gratuita no Parque da Independência é colocar o público no centro das atenções. Nela, a história da independência do Brasil é contada com uso de cenas, áudios e dados.

Bloco dos Independentes

Realizada no Parque da Independência no dia 7 de setembro, às 15h e 16h30, esta intervenção artística mostrará personagens importantes da história do Brasil com uma abordagem didática e descontraída.

Teatro Municipal de São Paulo

Receberá a exibição do Vídeo Contramemória, que celebra a Semana de Arte Moderna, realizada em 1922 e de grande importância para a história do país. Produzida pela Paranoid e dirigido por Luis Villaverde e Moira Soares, a peça contará com obras expostas.

Solar da Marquesa de Santos

O Sarau no Solar contará com apresentação da atriz Beth Araújo, que tocará músicas do século 19 e lerá textos e cartas escritas por Dom Pedro I. Ela será realizada no às 11h do dia 10 de setembro no Solar da Marquesa – ao lado do Pátio do Colégio, onde a cidade de São Paulo começou a ser construída.

Centro Cultural Vila Itororó

Para completar as festividades, no dia 10 de setembro haverá a projeção mapeada Vila Itororó 100 Anos. Começará às 19h com o show Meniere de Eramir Neto e Convidados,

A agenda para este feriado está caprichada, não é mesmo?! Agora é só escolher as atividades culturais para comemorar o dia 7 de setembro.

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Por Felipe Maia – Fala! Metodista

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