domingo, 19 maio, 24
HomeNotíciasImprensa internacional repercute morte de Gal Costa: “Revolucionária”

Imprensa internacional repercute morte de Gal Costa: “Revolucionária”

A morte de Gal Costa, na manhã da última quarta-feira (08), repercutiu na mídia internacional. Os maiores veículos de imprensa de vários países, como Estados Unidos, Inglaterra, Argentina, França e Espanha exaltaram o grande legado da cantora baiana para a música popular brasileira.

Veículos internacionais exaltam Gal Costa

O The New York Times, segundo maior jornal dos Estados Unidos, destacou a importância de Gal Costa como uma das precursoras do Tropicalismo, movimento artístico-cultural que mesclava ritmos brasileiros com elementos estrangeiros.

“Na década de 1960, Costa esteve à frente da Tropicália, movimento que trouxe experimentação psicodélica e irreverência antiautoritária à música pop brasileira. Quando Gilberto Gil e Caetano Veloso foram forçados ao exílio pela ditadura militar, ela gravou suas canções para os ouvintes brasileiros”, escreveu o obituário eletrônico. O jornal estadunidense também definiu a voz de Gal Costa como um “mezzo-soprano gracioso e cheio de vitalidade” e suas músicas como “memoráveis”.

Gal Costa acumulou 57 anos de carreira e clássicos da MPB como “Baby” e “Vaca Profana”
Gal Costa acumulou 57 anos de carreira e clássicos da MPB como “Baby” e “Vaca Profana”. | Foto: Julia Rodrigues/Divulgação.

O inglês The Guardian descreveu Gal como “uma musa da MPB”, cuja morte provocou uma onda de luto em todo o Brasil, com condolências vindas até do presidente recém-eleito, Luís Inácio Lula da Silva (PT), que postou uma foto abraçado à cantora nas redes sociais.

Para o argentino Clarín, a cantora se destacou pela “versatilidade que lhe permitiu explorar diferentes gêneros e emoções”. Segundo o jornal, a “sua voz suave e levemente aguda, com um toque de sensualidade elegante, criou um estilo dentro da música brasileira”.

O canal France 24 chamou Gal Costa de “intuitiva e autodidata”, pois apesar da voz potente e única, a cantora nunca chegou a fazer aulas de canto. “Sua presença de palco, suas roupas coloridas e às vezes provocantes, fizeram dela um símbolo sexual nos anos 70”, noticiou o canal, relembrando que a cantora baiana chegou a ser comparada na época com a estrela do rock Janis Joplin.

Para o El País, Gal tinha um “espírito irreverente” e não tinha vergonha de se posicionar politicamente.

“Um show de 1994 em que ela desnudou os seios em protesto contra o falso moralismo do país foi um dos momentos mais virais no Brasil contemporâneo antes mesmo que o viral existisse”, publicou a versão eletrônica do jornal espanhol.

__________________________________
Por Evelin Moreira

ARTIGOS RECOMENDADOS