Não é apenas a epidemia do coronavírus de Wuhan que está piorando, mas as polêmicas que envolvem a doença também. De acordo com o Journal du Geek, Uma hashtag francesa tem chamado atenção na Europa, #JeNeSuisPasUnVirus (#EuNãoSouUmVírus) tem aumentado nas trends francesas no Twitter e já causa fortes rumores de atitudes xenofóbicas contra os chineses. Vários internautas denunciam através dessa hashtag os gestos e declarações discriminatórias que sofrem em relação à disseminação do famoso vírus da China. Ontem, o diretor do documentário Ouvrir la Voix, Amandine Gay, compartilhou o testemunho de um amigo de origem asiática sobre este assunto:
“O pior vírus é o racismo sistêmico!” Denunciando o testemunho por trás da hashtag, que também aponta para os estereótipos sobre “chineses” e “asiáticos” e que atualmente têm alimentado julgamentos a respeito de pessoas de origem asiática. Grace Ly, autora e podcaster franco-chinesa entrevistada pelo Huffington Post, lamenta o surto e também o preconceito que tem acompanhado os chineses: essas mensagens nutrem uma “imagem” racista e a ideia de que na China “as pessoas são bárbaras, e que não sabem administrar suas crises de saúde ”.
As escolhas editoriais de certas mídias também provocaram controvérsias polêmicas. Como é o caso do diário Le Courrier Picard, que tem sido amplamente criticado depois de ter intitulado uma de suas edições “Alerta Amarelo” e um de seus editoriais “O Perigo Amarelo?“. Entrevistado por BFMTV Sacha Lin-Jung, chefe da Associação dos Residentes Chineses na França, observa que
Essa crise de coronavírus trouxe declarações de injúrias raciais. Tudo isso contribui para um terreno fértil para um preconceito que já existe.
E lembrou que “o vírus não tem nada a ver com a etnia das pessoas.”