O Efeito Mandela é um fenômeno que se caracteriza pela criação de memórias coletivas falsas, a partir de uma distorção que faz com que um grupo de pessoas seja capaz de recordar, muitas vezes em detalhes, de algo que nunca aconteceu.
O conflito entre a distorção e a realidade acaba, em alguns casos, alcançando o senso comum através da divulgação de relatos incorretos e imagens falsas que atribuem a condição de veridicidade a um evento ou uma memória irreais.
A origem do Efeito Mandela
Apesar de a teoria do Efeito Mandela ser estudada pela psicologia desde os anos 50, seu conceito só foi popularizado no início dos anos 2000, com o auxílio da Internet, quando a pesquisadora e escritora norte-americana de fenômenos paranormais, Fiona Broome, compartilhou, em uma convenção nerd chamada Dragon Con, que possuía a lembrança do ex-presidente da África do Sul, Nelson Mandela, ter falecido em uma prisão nos anos 80, mesmo que, na verdade, ele tenha saído da cadeia em 1990, sido eleito presidente do país em 1994 e falecido apenas em 2013.
Devido ao destaque e à adesão que essa história teve, Fiona criou um site que possibilitou a outras pessoas compartilharem suas experiências com memórias alternativas. Não se sabe ao certo quem cunhou o nome, porém, desde então, em referência ao caso de Fiona e à história de Nelson Mandela, o fenômeno ficou conhecido como Efeito Mandela.
Por que isso acontece
Existem muitos pesquisadores que buscam explicar o porquê do Efeito Mandela ocorrer e como isso se deve, entretanto, até hoje, não houve nenhuma conclusão definitiva a respeito do assunto. Alguns psicólogos dizem que se trata apenas de uma interpretação da realidade influenciada por diversos fatores, como o contexto social em que as pessoas estão inseridas, atuando sobre a fragilidade da memória humana, ou seja, trata-se apenas de uma falha na memória que provoca seu mau funcionamento.
Entretanto, a utilização de teorias como a Teoria dos Múltiplos Universos, que acredita que uma linha temporal é capaz de criar inúmeras realidades alternativas e a Teoria Quântica, que defende a ideia da consciência humana ter passado por universos alternativos, ocorrendo, portanto, um rompimento entre o que aconteceu e a lembrança, também são comuns na tentativa de encontrar uma explicação para o fenômeno.
Alguns exemplos do Efeito Mandela
A frase de Darth Vader: no segundo filme da saga Star Wars, O Império Contra-Ataca, encontra-se uma das cenas mais famosas e esperadas da trilogia, que é o momento em que Darth Vader revela a Luke que é seu pai. Apesar de muitos acreditarem fielmente que as palavras ditas sejam “Luke, I am your father”, a frase exata dita durante a conversa é “No, I am your father”.
O rabo do Pikachu: um dos personagens mais conhecidos de Pokémon é o adorável Pikachu, mas nem mesmo ele conseguiu escapar do Efeito Mandela. O que muitos não sabem é que o rabo do personagem é inteiramente amarelo, diferentemente da falsa memória coletiva de ele possuir uma parte preta em sua extremidade.
Tinkerbell na vinheta do Walt Disney: uma das vinhetas clássicas que aparecem no início dos filmes da Disney é a do castelo da Cinderela que é atravessado por um ponto de luz, formando um arco acima dele. É praticamente senso comum que é a figura da fadinha Tinkerbell que aparece voando pelo castelo, entretanto, ela nunca esteve presente nessa vinheta, sendo apenas um ponto de luz.
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Por Giu Mazzali – Fala! Cásper
