A fã de The Vampire Diaries que habita em mim surtou quando descobriu que Nina Dobrev, atriz que interpreta a Elena na série, estrelaria um filme de comédia romântica natalina da Netflix. As expectativas eram muito altas e parte delas foram superadas, já a outra ficou um pouco preocupada com todo o desenrolar da história. A seguir, confira uma crítica sobre Um Match Surpresa.
Mas antes de começar a ler, um aviso: CONTÉM SPOILERS!
Uma análise crítica sobre Um Match Surpresa, filme natalino da Netflix
O filme retrata a vida de Natalie Bauer (Nina Dobrev), uma jornalista que escreve uma coluna sobre seus encontros desastrosos. Durante sua busca pelo par perfeito, Nat conhece Josh (Jimmy O. Yang), um cara lindo, carinhoso e sensível, em um aplicativo de relacionamento, eles dão match e começam a conversar frequentemente.
A relação online começa a se solidificar ao ponto que ela decide fazer uma surpresa para o “amor de sua vida” e embarca em um avião para conhecê-lo pessoalmente no Natal. Tudo estava perfeito demais para uma pessoa que sempre se envolvia com os caras errados.
Ao chegar na casa de Josh, se depara com a mais pura verdade: ele não passava de um catfish! O rapaz havia mentido em todas suas fotos de perfil. Natalie certamente surtou ao ver que teria mais um nome para colocar em sua lista de encontros frustrados. Apesar de sua irritação continuou na cidade e aceitou um acordo que Josh lhe propôs.
Entre diversas aventuras em que se meteu, Natalie cai na real e percebe que estava desde o início julgando Josh apenas por sua aparência, deixando de lado o real motivo pelo qual ela tinha ido até aquela cidadezinha: o jeito como ele a fazia se sentir e a conexão que tinham. Então, ela coloca de lado o fato dele ter mentido sobre sua identidade desde o início e assume que o ama. O final é extremamente fofo e tem uma referência incrível!
Um Match Surpresa, em geral, me encantou, gostei da dinâmica, dos atores, dos cenários. Você vê muita superação, quebra de paradigmas, romance e, óbvio, momentos engraçados que tornam a história super agradável.
Eu poderia muito bem parar por aqui, mas se você, assim como eu, percebeu que nem tudo nesse filme foi perfeito, continue lendo, porque temos muito o que conversar.
Apesar da cativante história de amor, acredito que houve um grande equívoco no roteiro do filme. Dizer que Josh “apenas” se passou por outra pessoa para conquistar Natalie é abrir brecha para que mais pessoas tomem atitudes como essa para terem o seu tão desejado “Final Feliz”.
Entendo que o foco do filme foi mostrar que você não precisa fingir ser alguém que não é, somente para conquistar o outro. Porém, a maneira que Josh encontrou de ser visto pela protagonista foi por meio de uma mentira. E muito me preocupa a normalização desse tipo de pensamento “Tudo bem mentir, desde que todos saiam felizes no final!”.
Romantizar o crime de falsificação ideológica, principalmente na era digital, é um pouco perigoso. Acredito que Um Match Surpresa poderia ter sido desenvolvido de uma outra maneira, em que Josh entendesse a gravidade de seus atos e isso ficasse totalmente explícito no filme.
Mas não podemos esquecer que a maior parte dessas comédias românticas natalinas, são filmes que te fazem crer novamente no amor e se encantar ainda mais com essa época mágica do ano, acreditando que seu amor pode estar logo ali na esquina.
Quem dera fosse fácil assim né? Só espero que nessa esquina o match não seja uma surpresa.
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Por Julia Adefonso – Fala! Cásper