Em meio a imensa produção de filmes natalinos da Netflix, o filme O Natal Está no Ar conta a história de Rush Williams, um DJ de rádio que tem sua vida virada de cabeça para baixo, de um dia para o outro.
Análise crítica de O Natal está no Ar, longa natalino da Netflix
No filme, podemos acompanhar a história do DJ, pai viúvo de quatro filhos, que é demitido após sua produtora ser comprada por uma empresa. Rush, que mimava bastante seus filhos, agora tem que reeducá-los para viverem uma vida mais simples, a fim de superar esse desafio. E ao mesmo tempo tem que vender sua casa, para ter algum dinheiro e comprar uma estação de rádio junto com sua melhor amiga, Roxy.
Ele e seus filhos vão para sua antiga e pequena casa. Assim, Rush e Roxy começam os trabalhos novamente em sua nova produtora, mas enfrentam dificuldades sem anunciantes para a rádio. Em meio ao espírito natalino, ambos desenvolvem um novo amor e se aproximam cada vez mais dos filhos de Rush.
Durante o filme, vemos claramente a mudança comportamental das crianças que após alguma resistência, começam a se adaptar ao novo estilo de vida mais simples. Além disso, aprendemos lições de vida de como é importante valorizarmos as pequenas coisas e aproveitarmos os momentos em família.
O Natal Está no Ar é mais um filme com o padrão natalino da plataforma, sendo mais do mesmo. Mas apesar disso, o longa apresenta situações de vida interessantes e é bastante emotivo em sua parte final, podendo ser agradável para se ver com a família e com as crianças.
Esse é um filme que tenta debater com humor, a situação da cultura negra estadunidense contemporânea, e, ao mesmo tempo, apresentar ao público mais uma comédia romântica apaixonante de natal. Falha, no entanto, na boa representação das duas vias. No final das contas, é apenas uma narrativa protocolar sobre os valores natalinos em perspectiva, repensados depois que uma família precisa reorganizar a sua estrutura e compreender quais são as coisas mais importantes para uma vida plena.
É aquela mensagem edificante, simpática e politicamente correta do período, argumento básico de Sean Dwyer e Greg Cop White, responsáveis pelo roteiro, material sem a mesma desenvoltura que a sua ideia principal. Diverte, por sua vez, e funciona como um passatempo agradável se não formos demasiadamente exigentes.
O filme consegue se sair dramaticamente melhor que as produções hollywoodianas de grande porte sobre o tema na plataforma, pois oferecem conteúdos substancialmente ineficazes para se tornarem um dos grandes filmes, ou ao menos, um pouco memoráveis. Parte integrante do ciclo natalino, O Natal Está no Ar nos faz atravessar 94 minutos de situações engraçadas, corriqueiras, algumas forçadas demais, outras um pouco cativantes. Visualmente agradável, a produção conta com a direção de fotografia de Keith L. Smith, luminosamente adequada, eficiente para a imersão na atmosfera natalina do design de produção de Timothy Whidbey.
Na trilha sonora, Kathryn Bostec também ajuda a estabelecer um clima propício ao período, mas tudo isso junto não é suficiente para organizar a narrativa, em forte desnível dramático, com personagens em situações limitadas, presos pelas amarras do roteiro que pode, mas não ousa nunca. Ao preferir sem padrão de linha de produção, a comédia diverte, mas mesmo tendo tudo pra ser revigorante para o segmento, prefere ser apenas um passatempo trivial em questão.
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Por Sabrina Ferreira – Fala! Centro Universitário Brasileiro de Pernambuco