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Crítica: ‘Duna’, um filme que exige coragem e ousadia

O emocionante épico de ficção científica Duna (Warner Bros.) chega às telas com uma notável história de fundo da vida real. O romance de 1965 de Frank Herbert, no qual se baseia, é considerado um clássico do gênero – e pode ser o título mais vendido de todos os tempos. A adaptação do diretor David Lynch em 1984, por outro lado, foi um desastre crítico e de bilheteria. Por isso, uma boa adaptação havia sido considerada, por muitos, impossível, mas isso pode ter mudado e drasticamente. A seguir, confira a crítica de Duna (2021).

Duna (2021) foi dirigido e escrito por Denis Villeneuve.
Duna (2021) foi dirigido e escrito por Denis Villeneuve. | Foto: Reprodução.

Confira uma análise crítica de Duna

Pode ter sido necessário um pouco de coragem, então, para o helmer e co-autor da nova versão, Denis Villeneuve, fazer uma nova tentativa de interpretar a saga de Herbert. Felizmente, ele consegue, em grande parte graças aos personagens com quem é fácil simpatizar e a um tom no roteiro que Villeneuve escreveu com Jon Spaihts e Eric Roth que consegue transmitir um senso de gravidade sem se entregar à auto importância.

A trama gira em torno de Paul Atreides (Timothée Chalamet). Herdeiro de uma poderosa dinastia de guerreiros intergalácticos, Paulo também pode ser a figura do messias predita em várias profecias. 

Depois que o governante do império ao qual Paul e sua família pertencem nomeia seu pai, o duque Leto (Oscar Isaac), governador do mundo titular – um planeta deserto rico em uma especiaria altamente valorizada – as forças que o duque comanda são apanhadas uma batalha pelo controle de sua população e recursos. Sua principal oposição vem de um clã rival, o vilão Harkonnen.

À medida que a luta se desenrola, Paul procura imitar seu pai sábio e esclarecido. Mas sua mãe sacerdotisa, Lady Jessica (Rebecca Ferguson), o conduz em direção a um destino mais misterioso.

Combinando elementos de um drama de fantasia, uma busca contra todas as probabilidades é uma parábola sobre o imperialismo, o filme apresenta um complexo mito religioso que exige uma reflexão cuidadosa por parte dos espectadores. Há indícios, por exemplo, de que o império é vagamente cristão – alguns de seus funcionários usam roupas que lembram paramentos litúrgicos – enquanto os habitantes de Duna, também conhecidos como Arrakis, parecem quase muçulmanos.

Quanto ao papel espiritual que Paulo pode eventualmente assumir, ele parece se alinhar mais intimamente com um salvador militar e político combativo do que com o servo sofredor mencionado por Isaías e destacado no Novo Testamento. Paul e sua mãe que, ficamos sabendo, é a concubina do duque Leto, não sua esposa – também compartilham a capacidade ocultista de superar o livre arbítrio de outras pessoas.

O filme contém crenças não bíblicas, muita violência estilizada, mas às vezes intensa, coabitação, nudez parcial, breves referências sexuais, alguns juramentos suaves e pelo menos um termo grosseiro.    

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Por Beatriz Seguchi – Fala! São Judas

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