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Copa América: Buenos Aires um dia depois da eliminação da Argentina pelo Brasil

“Jugamos como nunca, perdimos como siempre” desabafou o taxista que me levava até o El Ateneo, uma famosa livraria daqui de Buenos Aires. O motorista reclamou de tudo, da arbitragem, de pênaltis não marcados e, até mesmo, de Messi: “12 anos na seleção e não ganhou nenhum título”. 

Quando perguntei sobre o Aguero, ele disse que gostaria de enforcá-lo – espero que não seja verdade. Com isso, já dá para entender como era o clima na cidade portenha depois do super clássico de terça, onde o Brasil eliminou a Argentina na semifinal da Copa América ao ganhar o jogo por 2×0.

Se na terça pré jogo se via pessoas na rua com as camisas da seleção e vendedores ambulantes vendendo máscaras do Messi na rua perto da galeria Pacífico, na quarta se viu o oposto. O clima, de menos de 10°, combinava com a expressão facial das pessoas, frio e abatidas.

O sentimento geral ao conversar com as pessoas e assitir programas esportivos era consensual, a missão era difícil, o anfitrião Brasil era favorito, mas a Argentina poderia surpreender. No pós eliminação, a frase “Lo hemos dado todo” (algo como nós demos de tudo, jogamos o máximo) era uma espécie de conforto para aguentar o baque da derrota.

As principais reclamações, que com certeza se perdurarão por um bom tempo por aqui foram na atuação do árbitro Robby Zambrano e na não interferência do VAR em relação a dois possíveis pênaltis, em Otamendi e em Aguero, que nesse caso resultou no segundo gol brasileiro e praticamente encerrou qualquer possível reação dos hermanos.

lances polemicos copa america
Lances Polemicos-Copa América

Quase que de forma unânime, os veículos da mídia adotaram posturas semelhantes, houve um consenso de que  o país foi prejudicado. O Diário Olé, jornal esportivo de maior repercussão do país, e famoso por suas manchetes ácidas e provocativas, foi enfático. “Sin VARguenza” (sem vergonha, com o trocadilho do VAR)

jornal argentino copa america
jornal argentino copa america

O último desafio Argentino na Copa América vai ser enfrentando um rival histórico, o Chile, pela decisão de 3º e 4º lugar no sábado, o que não deixa de ser algo interessante, visto que são dois rivais históricos, muito pelo contexto geopolítico. 

Na terça antes da semifinal, um garçom do restaurante que almocei no Caminito, no Bairro de La Boca, disse pra mim que o que mais queria era enfrentar os Chilenos na final:“Quero o sangue deles, eles nos traíram na guerra”, se referindo ao apoio do país aos ingleses na guerra das Maldivas.

Pois bem, não será na final, mas de qualquer forma, será mais uma chance de enxergar como os “hinchas” se portarão. Mas espero que, dessa vez, no domingo, eu os veja nas ruas com um sorriso no rosto e que a capa do Olé não seja cornetando a arbitragem.

Por Gabriel Herbelha – Fala! Cásper

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