O BMW 320i, sedã premium mais vendido no Brasil, recentemente recebeu seu facelift nos mercados norte-americano e europeu. A atualização, chamada LCI (life cycle impulse), é um fôlego a mais que os carros da marca recebem no meio de vida das gerações para se manterem atuais, através de alterações tecnológicas e estéticas sutis.
O público brasileiro, apaixonado por carros, parece não se incomodar nada com o BMW 320i pré-atualização que ainda é comercializado em nosso país, afinal, a marca bávara tem imensa vantagem em número de vendas na categoria dos sedãs premiums. São 2.550 unidades vendidas no Brasil no acumulado de janeiro a julho deste ano, contra “apenas” 634 Mercedes-Benz Classe C vendidos no mesmo período, segundo a FENABRAVE (Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores).
BMW 320i: veja a análise
A versão topo de linha, denominada MSport, é o veículo que testamos. Avaliado em R$336.735,00 (Fipe Agosto 2022), queremos descobrir se a atual geração do 320i lançada em 2020 ainda consegue arrancar sorrisos de seus proprietários.
A atual geração do BMW 320i traz um propulsor 2.0 turbo que gera 184cv de potência (mesma potência da geração anterior, comercializada até 2018); porém, ao contrário do que muitos pensam, o motor agora é um projeto completamente diferente, possuindo mais torque – 30,6 kgfm ante 27,5 da geração anterior, e proporcionando maior economia de combustível.
A transmissão é a já conhecida ZF de 8 velocidades, que parece estar sempre em um casamento perfeito com o motor. As acelerações são fortes quando necessárias e o rodar é suave na cidade, mantendo um ritmo silencioso e com torque sempre disponível desde baixas rotações (força total já é disponível em 1.350rpm).
O consumo declarado pela montadora é de:
Circuito urbano: 7,5 km/l (Etanol) /// 10,7 km/l (Gasolina)
Circuito rodoviário: 9,1 km/l (Etanol) /// 13,4 km/l (Gasolina)
No entanto, testamos o veículo na rodovia e, em velocidade cruzeiro de 110 km/h, obtivemos médias reais de 15,5 km/l, abastecendo com o derivado de petróleo.
O BMW 320i pede para ser provocado, especificamente em trechos sinuosos, onde a dinâmica extremamente afinada do carro contrasta com aquela ligeira vontade de “jogar a traseira”, fruto da tração que aqui é despejada toda nas rodas de trás; e belíssimas rodas MSport aro 19, diga-se de passagem.
Quem busca no sedã uma suspensão flutuante digna de Hyundai Azera ou Ford Fusion, voltada para um conforto absoluto, talvez não encontre aqui algo tão agradável. O BMW série três traz como ponto alto um acerto mecânico mais firme, a fim de justificar o tão famoso slogan da marca, o “Puro Prazer de Dirigir”. A direção aponta o carro exatamente para onde se quer ir e a posição baixa de guiar faz qualquer um se sentir um piloto.
E por falar em esportividade, a versão MSport traz para-choques e saias laterais agressivas, além das rodas aro 19 já citadas e até mesmo o cinto de segurança é personalizado, com linhas vermelhas e azuis.
Pacote tecnológico de qualidade e aparência de tirar o fôlego
O pacote tecnológico aqui é surpreendente até para um veículo premium; a lista é vasta, contando com itens como: Faróis Full-Led, quadro de instrumentos digital e tela multimídia sensível ao toque, Android Auto e Apple CarPlay sem fio, carregador de smartphone por indução, ar-condicionado de 3 zonas, BMW Connected Drive (com serviço de concierge, previsão do tempo, notícias, entre outros) e até mesmo um assistente pessoal inteligente.
Tudo isso, sem se esquecer do GPS Nativo, sistema de Som Harman Kardon, controle de cruzeiro adaptativo, entre outros mimos que alguém que tenha um pouco mais de 300 mil reais sobrando na conta pode ter acesso.
Olhando para o 320i, é questionável se o veículo realmente precisa de uma atualização estética. O design externo esportivo, com linhas fluidas e aerodinâmicas, está em perfeita sintonia com o primoroso acabamento interno; a qualidade dos materiais é inquestionável e é difícil encontrar algum ponto controverso no projeto do carro.
É bem verdade que, com a pandemia e o aumento nos preços de veículos, há uma singela nostalgia ao pensar que há alguns anos, ao superar a casa dos R$300.000,00 estaríamos falando de um veículo 6 cilindros, com acelerações dignas de grudar no banco e, quem sabe, divertir um pouco seu feliz proprietário em algum autódromo nos finais de semana.
Não é bem o que acontece aqui, mas é a prova de que na conjuntura atual o veículo está bem alinhado com a concorrência; ou melhor, um passo à frente. Quem acha isso não são os “bimmers” (nome dado aos fanáticos por BMW), mas sim os 60% de consumidores de sedãs premium que optaram por um BMW 320i para adornar suas garagens.
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Por Matthaeus Johnnattan Avelino – Fala! Universidade Cruzeiro do Sul
