Federer, Nadal e Djokovic. Nadal, Federer e Djokovic. Djokovic, Nadal e Federer. Certamente os fãs de tênis deste século vão concordar que esses três nomes são as principais referências de sua geração.
Cada um desses jogadores tem um estilo de jogo próprio, uma personalidade e uma motivação próprias. No entanto, o trio possui uma coisa em comum: a busca insaciável por conquistas.
A dominância que o sérvio, o espanhol e o suíço exercem no tour pode ser exemplificada por um dado: desde o dia 2 de fevereiro de 2004, o “Fedalovic” ficou 780 semanas no topo do ranking. Isso equivale a cerca de 95% do tempo transcorrido até este exato momento.
Impressionante, não é mesmo? Sendo assim, não é necessário muito mais para demonstrar que bater de frente com essas lendas vivas é uma tarefa quase hercúlea.
Andrew Barron Murray
No entanto, em 7 de novembro de 2016, o bravo escocês Andrew Barron Murray (agora “Sir”), após a desistência do canadense Milos Raonic nas semifinais do Masters 1000 de Paris, chegou à final do torneio francês e, como consequência, tomou para si a posição de número 1 do planeta, quebrando uma hegemonia do “Big 3” que durava quase 13 anos.
O britânico havia feito o melhor ano de sua carreira. Após o término da temporada, Murray tinha contabilizado 9 títulos de ATP (incluindo seu segundo título de Wimbledon) e disputado 13 finais.
Há até quem diga que esses números só não foram ainda mais impressionantes porque no início de 2016 o tour contava com um Novak Djokovic em seu auge.
Andy, antes desse período, jamais havia sido o protagonista do circuito, sempre foi considerado coadjuvante dos (talvez) três melhores tenistas da história.
Mesmo tendo em sua galeria de troféus 2 títulos de Majors e 1 ouro olímpico, era rotulado de choker pela imprensa inglesa, já que nunca conseguia brilhar em momentos cruciais de competições importantes e acabava perdendo para um dos membros daquele seleto grupo de jogadores.
Andy Murray número 1
Essa situação mudou drasticamente quando Murray virou “number one“. A partir daí, o tenista não era mais rebaixado, e sim exaltado por ter conseguido tal façanha, mesmo que ela tenha durado “apenas” 41 semanas.
Semanas que, “tenisticamente” falando, curiosamente, estiveram longe de ser perfeitas para o escocês. O até então número 1 não soube resistir à pressão trazida por esse feito e acumulou vários resultados ruins.
Além disso, passou a sofrer dores no quadril, que posteriormente acarretariam em uma grave lesão que o tiraria de quadra durante muito tempo.
ATP da Antuérpia
No último domingo (20), o atleta conquistou o ATP da Antuérpia, seu primeiro título após 2 anos. Algo extremamente inusitado, considerando que sua aposentadoria era tida como certa no início do ano, quando ainda sofria com a lesão, e que reforça ainda mais o porquê de Andy Murray ter se tornado número 1: seu amor pelo esporte.
Certamente o britânico não é a figura mais carismática do tênis mundial, e certamente sua atitude dentro de quadra também não é a das melhores.
Entretanto, do seu próprio jeito, conseguiu ser bem-sucedido em uma época que poucos conseguiram. Sua vontade de competir e ser o melhor, independente da situação que se encontra, deveria servir como exemplo para todos os que acompanham o esporte.
Talvez Murray nunca mais seja número 1 do mundo e talvez nunca mais ganhe um Grand Slam, mas mesmo assim, sua presença é fundamental e muito benéfica para o tour.
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Por Bruno Marquesini – Fala!Cásper