A leitura é fundamental em todas as etapas da vida, da infância à velhice. Porém, a adolescência é a fase de transição entre a meninice e a vida adulta, este período, portanto, tem grande influência na vida do jovem, pois é quando ele se adentra as complexidades do mundo.
É sabido que ler traz diversos benefícios a quem adquire este hábito, como o aumento do vocabulário e da criatividade, o desenvolvimento de maior concentração na realização de tarefas, a compreensão de entendimentos não apreendidos apenas com a vivência e a ampliação do conhecimento e da visão de mundo.
A influência da leitura na vida de jovens
Mas, mais do que isso, segundo o professor Doutor Valdir Barzotto, pesquisador do departamento de Metodologia do Ensino e Educação comparada da Faculdade de Educação da USP, ao inserir o adolescente no conhecimento acumulado pela humanidade, a leitura permite que ele compreenda melhor o seu tempo e, por conseguinte, traz a capacidade de o sujeito também ser um participante da produção do saber.
É como um ciclo contínuo de decodificação, interpretação e produção de conhecimento, que só pode ser mantido por meio da leitura, além de um comprometimento com a própria vida, e a possibilidade de melhorar a dos outros ao redor.
Em seu livro, intitulado Leitura, escrita e relação com o conhecimento o doutor esclarece melhor esta questão:
Seria necessário que a leitura tivesse outro lugar na vida dos leitores que não apenas o do gostar, do hábito ou da informação. Precisaríamos de profissionais formados com o compromisso ético de dar uma contribuição ao conhecimento acumulado pela humanidade e, por isso, levar consigo a necessidade do acesso ao conhecimento acumulado até momento. (p. 168).
Dessa maneira, é importante que os benefícios da leitura garantam progressos ao próprio adolescente leitor, contudo, é crucial que ele seja transformado e induzido a contribuir com futuras transformações.
Ao ser perguntado quais podem ser os primeiros passos para que o jovem adquira este hábito, o doutor informou que não há metodologia específica ou regra, e sim que é preciso ler.
Barzotto também não se apega à ideia da fixação pela quantidade de obras lidas. Em seu livro o autor afirma que a leitura não deve ser contabilizada, pois há alguns fatores que precisam ser levados em consideração, como, por exemplo, o ponto de partida do leitor, o estágio em que ele se encontra no domínio do assunto a ser entendido, o propósito que ele tem frente ao tema estudado, entre outros.
A realidade é que sempre haverá assuntos a serem desbravados, logo, não é a quantidade de livros lidos que efetivamente prova que o adolescente adquiriu domínio sobre o tema, e sim o fato de ele continuar buscando informação, conforme as necessidades dos avanços, por meio da leitura.
Portanto, é inegável que a leitura é importante na vida das pessoas, pois ela pode amparar positivamente várias questões pessoais e sociais. E nas palavras do doutor, a leitura na juventude: “Faz o jovem sentir-se parte do mundo que lhe foi legado e o insere nas possibilidades de dar sua contribuição a esse mundo. Isso significa sair da posição de repetidor do que os outros disseram”.
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Por Bianca Rafaela da Silva – Fala! Anhembi