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Bundesliga: Campeonato famoso por ser um celeiro de craques

A Bundesliga é considerada uma das ligas mais importantes do mundo. Fatores como a tradição de seus clubes e a paixão fervorosa de suas torcidas são fundamentais para o seu sucesso, mas, hoje, falaremos de um dos motivos que levam a liga a ter tantos fãs espalhados pelo Brasil e pelo mundo: o plantel de jogadores.

O celeiro de craques da Bundesliga sempre foi um atrativo especial para quem ama futebol. Atualmente, se o artilheiro Lewandowski ou o “cometa” Haaland estiver em campo, uma legião de fãs vão querer acompanhá-los. Ao longo de quase 6 décadas de existência, isso não foi diferente.

retorno da Bundesliga
Os rivais Lewandowski e Reus. | Foto: Facebook Bundesliga Official.

Reunimos, aqui, grandes craques que brilharam pelos gramados do campeonato alemão para que você conheça um pouco mais sobre a rica história da competição.

O início do campeonato alemão

A criação da liga independente tinha o objetivo de aumentar a competitividade dos alemães, visto que, na época, a Inglaterra, por exemplo, já tinha ligas profissionais em seu país, enquanto na Alemanha havia somente ligas amadoras, nas quais os campeões de cada uma delas jogavam entre si para decidir quem era o campeão alemão.

A primeira partida oficial da chamada Bundesliga foi disputada no dia 24 de agosto de 1963, e o Werder Bremen derrotou a equipe do Borussia Dortmund pelo placar de 3×2. O título da competição ficou nas mãos do 1. FC Köln, conhecido no Brasil como Colônia. O artilheiro se tratava de Uwe Seeler, maior ídolo da história do Hamburgo.

Reconhecido por muitos alemães como o “primeiro centroavante da história”, Uwe Seeler, o baixinho de apenas 169 cm de altura, apesar de não ter conquistado uma Bundesliga, alcançou grandes números em sua carreira, como a marca de 155 gols em 239 jogos pela competição, elevando o patamar do gigante do norte da Alemanha.

O brilho de alguns dos maiores jogadores da história da seleção alemã

Ainda nos primeiros anos de Bundesliga, o reinado de Gerd Müller, o maior centroavante da história do futebol alemão e um dos maiores do futebol mundial, estaria sendo construído.

Der Bomber (o Bombardeiro, em alemão) era simplesmente uma máquina de fazer gols. Se hoje desfrutamos de Cristiano Ronaldo, Lionel Messi e Lewandowski, craques que desafiam as estatísticas e aumentam cada vez mais a contagem de bolas nas redes, entre as décadas de 60 e 80, quem fazia a alegria do torcedor do Bayern de Munique era Gerd Müller.

Müller fez “chover” pela equipe bávara. Venceu todos os títulos possíveis: Bundesliga, Copa da Alemanha, Liga dos Campeões e Mundial Interclubes. O atacante detém, até hoje, o posto de maior artilheiro da história da competição, com incríveis 365 gols em 427 jogos.

Dentre tantos outros feitos do craque, como ser o artilheiro de 7 edições da Bundesliga e ser ganhador do prêmio de melhor jogador do mundo de 1970, Müller encheu os olhos dos torcedores alemães pela seleção com sua grande contribuição nos títulos da Eurocopa de 1972 e da Copa do Mundo de 1974.

Ao lado de Gerd Müller, havia outro grande craque, chamado Franz Beckenbauer, símbolo da mudança de patamar do gigante da Baviera e seu rival em frequentes listas de quem foi o maior jogador de futebol do país.

O Kaiser (Imperador, em alemão) como era conhecido o jogador, iniciou sua carreira atuando ofensivamente, mas com um estilo inconfundível dentro de campo, misturando habilidade e elegância, terminou como um dos maiores defensores da história, sendo eleito duas vezes o melhor jogador do mundo (1972 e 1976).

Beckenbauer fechou seu ciclo vitorioso na Alemanha conquistando mais um título de liga, agora, atuando pelo Hamburgo, na temporada 81/82.

O ex-atacante e atual presidente do Bayern de Munique, Karl-Heinz Rummenigge, também brilhou na competição entre os anos de 1974 e 1983. Muito rápido e técnico, Rummenigge foi o artilheiro de 3 edições da liga alemã e recebeu por duas temporadas consecutivas a Bola de Ouro (1980 e 1981).

Sepp Maier, ex-goleiro da seleção alemã e do Bayern de Munique, atuou na Bundesliga entre 1965 e 1979. Ele foi o precursor de uma das escolas de goleiros mais eficientes do mundo, que viria a ter nomes como os de: Andreas Köpke, Jens Lehmann,  Oliver Kahn, Manuel Neuer e Ter Stegen.

O meio-campista Lothar Matthäus, que despontou seu talento no Borussia Mönchengladbach e o atacante Jürgen Klinsmann, pelo Stuttgart, também foram de extrema importância para a história rica da liga e para o clube de Munique, onde deixaram seus legados.

Bundesliga
Duas gerações da escola alemã de goleiros: Oliver Kahm e Manuel Neuer. | Foto: Facebook Bundesliga Official.

Você deve estar pensando: mas, então, os maiores  jogadores da seleção da Alemanha foram somente aqueles que atuaram no Bayern de Munique? A resposta é não. Grandes nomes do futebol alemão foram protagonistas em outros clubes do país.

Klaus Fischer, apesar de não ter conquistado nenhuma Bundesliga, foi artilheiro por onde passou. O atacante é o 2º maior goleador da história da competição e brilhou em 4 clubes: Munique 1860, Schalke 04, Colônia e VfL Bochum. 

O ex-treinador multicampeão Jupp Heynckes foi um dos atacantes mais eficientes de sua geração e se tornou uma lenda para a torcida do Borussia Mönchengladbach. O jogador além de ser o maior goleador do time, liderou o mesmo na conquista de 4 das 5 Bundesligas de toda a sua história.  Heynckes foi ultrapassado recentemente pelo Lewandowski na lista de maiores artilheiros da história da Bundesliga, caindo para o 4º lugar da disputa.

O ex-defensor Matthias Sammer (campeão da liga pelo Stuttgart, bicampeão pelo Borussia Dortmund e ganhador da Bola de Ouro de 1990) e o ex-atacante Ulf Kirsten (artilheiro das temporadas 96/97 e 97/98 pelo Bayer Leverkusen) também foram destaques no campeonato alemão.

Os recém-aposentados Klose, Lahm e Schweinsteiger

A história da Bundesliga, como você pode ver, é repleta de craques da seleção da Alemanha, o que atraiu muita popularidade para a liga ao longo dos anos. Para os mais novos, que não puderam acompanhar nomes como o de Müller e Beckenbauer, a geração de Klose, Lahm e Schweinsteiger deixou inúmeras lembranças como a de um futebol bonito e vitorioso, coroado com o tetracampeonato mundial na Copa de 2014, realizada no Brasil.

Miroslav Klose, conhecido pelos diversos gols de cabeça e por sua comemoração tradicional – um mortal para frente – é o maior artilheiro da história da Copa do Mundo. O alemão, que aposentou em 2016 pela Lazio, atuou pelo FC 08 Homburg, Kaiserslautern e Werder Bremen, antes de chegar no Bayern de Munique, onde foi bicampeão da Bundesliga. 

Intitulado como o gênio polivalente, o ex-lateral e meio-campista Philipp Lahm aposentou em 2017. O campeão do mundo, atuou pelas duas extremidades do campo, no entanto, Guardiola, em sua passagem pelo Bayern, viu no jogador as qualidades pertinentes de um meio-campista, assim, o polivalente também viria a dominar o meio-campo dos bávaros.

“Esse aí não vai dar em nada”, assim teria dito Beckenbauer ao ver Bastian Schweinsteiger atuando pela primeira vez no time juvenil do Bayern. Estava errado. O meio-campista aposentou em 2019 e deixou nada mais, nada menos que 8 títulos da Bundesliga em seu currículo. Schweinsteiger também foi um dos responsáveis por acabar com o jejum de títulos da seleção alemã.

Bayern München
Philipp Lahm com a bola. À direita, podemos ver Schweinsteiger. | Foto: Facebook FC Bayern München.

Brasileiros que conquistaram o futebol alemão 

A Bundesliga costuma contemplar jovens talentos brasileiros, como o atacante Paulinho (Bayer Leverkusen), o lateral esquerdo Iago (FC Augsburg) e o atacante Matheus Cunha (Hertha Berlim), destaque do time de Berlim nesse retorno após a paralisação do futebol. Quem acompanha a liga já deve ter visto em campo alguns desses jogadores ou até mesmo ter ligado a TV para acompanhar nomes como o de Thiago Alcântara e Philippe Coutinho.

No entanto, o interesse dos clubes alemães pelos jogadores canarinhos não vem de agora, e vários brasileiros fizeram história em terras germânicas conquistando títulos e se tornando ídolos dos clubes locais.

Vestindo a camisa do Borussia Dortmund, os brasileiros de maior sucesso foram o zagueiro Júlio César, bicampeão da Bundesliga entre 94 e 96; e os jogadores Dedê, Amoroso e Ewerthon, fundamentais na conquista do título de 2002.

O atacante Amoroso foi o artilheiro da competição com 18 gols e fez jus à sua contratação milionária (até então, a mais cara do futebol alemão).
Dedê é o estrangeiro que mais atuou pelo Borussia e coroou sua passagem pelo clube com o título da temporada 10/11, no qual fazia parte do elenco recheado de craques.  

O primeiro estrangeiro a ser eleito jogador do ano na Alemanha foi o atacante Ailton. O goleador foi o destaque do Werder Bremen, em sua última conquista de Bundesliga, sendo o artilheiro da competição com 28 gols.

Quem nunca viu aquele gol de placa do Grafite na vitória do Wolfsburg por 5×1 contra o Bayern de Munique? Artilheiro da competição e craque do ano, Grafite marcou seu nome no coração dos torcedores ao conquistar o título inédito, na temporada 08/09. O volante Josué era o capitão do time e também entrou para a seleta lista de ídolos do clube.

Os laterais Jorginho e Zé Roberto, o zagueiro Lúcio e o atacante Paulo Sérgio, campeões do mundo pela seleção brasileira, apesar de terem atuado em outros clubes da Alemanha, se destacaram mesmo pelo Bayern de Munique. O mesmo sucedeu com o lateral Rafinha, que em 8 anos de clube, levantou 7 ligas.

Mas o maior destaque brasileiro na história do campeonato alemão foi Giovane Élber. O atacante que chegou a atuar pelo Stuttgart e pelo Mönchengladbach se tornou o brasileiro que mais vezes colocou a bola nas redes na Bundesliga, com 133 gols em 260 jogos. Giovane conquistou 4 vezes a competição quando atuava pelo clube da Baviera, onde teve seu auge.

Mesmo não conquistando um título de Bundesliga, Marcelinho Paraíba (ídolo do Hertha Berlim), o ex-zagueiro Juan (Leverkusen) e Diego Ribas (Werder Bremen e Wolfsburg) também deixaram lembranças pela Alemanha.

Champions League
Giovane Élber “carregando” uma taça da Bundesliga. | Foto: Facebook UEFA Champions League.

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Por Thyago Henrique de Melo Vieira – Fala! Centro Universitário UNA – BH

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