É inegável afirmar que Salvador Dalí foi e continua sendo, até hoje, um dos nomes mais importantes da história da arte mundial. Devido a suas obras artísticas que revolucionaram a história do século XX, com o surgimento do surrealismo, Salvador Dalí ganhou fama e reconhecimento no meio artístico. Outra característica bem conhecida era o seu jeito e apreço a realizações extravagantes que chamavam muito a atenção, o que acabou lhe rendendo até críticas, pois acabava eclipsando o seu trabalho artístico.
Nascido às 8h45 (horário de Madri), do dia 11 de maio de 1904, em Figueiras, na Catalunha-ESP, Salvador Dalí i Domènech era apaixonado pela arte desde pequeno e sempre foi incentivado pela mãe, Felipa Domènech Ferres, que viria a falecer em fevereiro de 1921, sendo uma grande perda para o jovem artista, confessado por ele: “foi o maior golpe que eu havia experimentado em minha vida. Eu adorava-a… eu não podia resignar-me a perda de um ser com quem eu contei para tornar invisíveis as inevitáveis manchas da minha alma”.
Ainda naquele mesmo ano, no mês de outubro, Dalí iria para a capital da Espanha, Madrí, onde chamava atenção nas ruas, pelo cabelo longo, calça até os joelhos, grandes meias, um grande laço no pescoço e casacos compridos. Mas o que o destacaria perante seus colegas seriam experiências suas com a arte cubista, mesmo que, naquela época, o cubismo não tivesse tanta representatividade no meio artístico. Em seguida, faria trabalhos com o dadaísmo.
Vida e contribuições artísticas
Em 1924, muda-se para Paris, onde conheceria sua maior admiração: Pablo Picasso, que já tinha ouvido falar de Dalí. As obras do artista catalão já eram conhecidas, principalmente depois de uma exposição ocorrida em Barcelona, e tais obras seriam tendências para toda sua carreira. Na mesma época, Dalí passou a deixar seu bigode crescer, o que se tornaria uma marca sua, ao estilo do pintor espanhol Diego Velázquez, no século XVII.
Em 1929 colaborou com o cinema, no curta-metragem Un Chien Andalou, de Luis Buñuel. Em agosto do mesmo ano, conheceria aquela que seria sua futura esposa: a Gala Éluard (com nome verdadeiro de Elena Ivanovna Diakonova), que, na época, era casada com o poeta surrealista Paul Éluard. Gála era 10 anos mais velha que Dalí, o que, para a época, contrariava os costumes sociais. Em 1934, Dalí se casa no civil com Gála. Em cerimônia religiosa, o casamento ocorreu em 1958. Em 1949, sua irmã três anos mais nova, Ana Maria, escreveu um livro contando a história do pintor, entitulado de Dalí visto pela sua irmã.
Detentor do título de 1º Marquês de Dalí e Pubol, Dalí passou um tempo tendo influências anarquistas e comunistas e, depois, trocou as influências comunistas pelas monarquistas. Ganhou também influências judaicas e, politicamente, foi uma figura controversa.
Em 1960, inaugura em sua terra-natal, em Figueres, o Teatro-Museum Salvador Dalí, sendo o maior projeto de sua carreira e peca fundamental para suas energias artísticas até 1974. Depois, seguiu trabalhando até meados de 1980, quando começou a passar por problemas de saúde. Naquele ano, um coquetel de medicamentos não prescrito danificou seu sistema nervoso, acarretando na síndrome do Mal de Parkinson, deixando-o incapaz de atuar no meio artístico.
Na madrugada de 10 de junho de 1982, Gála Éluard falece, deixando Dalí mais deprimido e sem vontade de se alimentar, chegando a ser alimentado através de sonda.
Passou a morar num castelo em Figueiras, que tinha comprado para a esposa. Em 1984, um incêndio no quarto de Dalí se deflagrou. Até hoje, não se sabe o que exatamente provocou o fogo, mas existem três possibilidades: a de que Salvador Dalí tentou um suicídio, a de que um empregado tentou matá-lo, ou pura negligência pelo seu pessoal. Depois do ocorrido, Dalí foi levado para morar no Teatro-Museum Salvador Dalí.
Em novembro de 1988, Salvador Dalí é internado com insuficiência cardíaca. Em 5 de dezembro daquele ano, recebeu visita do rei Juan Carlos, que se confessou “devoto” do artista.
Em 23 de janeiro de 1989, enquanto assistia à sua gravação favorita de Tristão e Isolda, Salvador Dalí morria de insuficiência cardíaca, aos 84 anos, deixando órfãos trabalhos marcantes na história da arte, criadas por um artista influenciado principalmente pelo classicismo.
Algumas das principais obras:
- Autorretrato (1920), hoje presente em coleção particular;
- Retrato de Luis Buñuel (1924), disponível no Museu Nacional Centro de Arte Reina Sofia;
- Cesto de Pão (1926), disponível no Museu Salvador Dalí, em Figueiras;
- O Mel é Mais Suave que o Sangue (1927), disponível na Fundação Gala-Salvador Dalí, em Púbol;
- O Burro (1928), disponível no Museu Nacional de Arte Moderna de París;
- El Gran Masturbador (1929), disponível no Museu Nacional Centro de Arte Reina Sofia;
- Premonição da Guerra Civil (1936), disponível no Museu de Arte da Filadélfia;
- O Sono (1937), hoje presente em coleção particular;
- Girafa em Chamas (1937), disponível no Museu de Belas Artes de Basileia;
- Metamorfose de Narciso (1937), disponível na Galeria Tame, em Londres;
- Criança geopolítica observando o nascimento do homem novo (1943), disponível no Museu Salvador Dalí;
- A Tentação de Santo Antônio (1946), disponível no Museu de Arte Moderna de Bruxelas;
- Cristo de São João da Cruz (1951), disponível no Museu e Galeria de Arte de Kelvingrove;
- Rosa Meditativa (1958), disponível no Museu de Arte de Huntsville;
- Toureiro Alucinógeno (1969), disponível no Museu Salvador Dalí.
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Por Álvaro José – Fala! UFPE