Com um inigualável sabor, um cheiro hipnotizante e uma aparência atraente, a coxinha brasileira conquista fãs por onde passa. De pequenas reuniões em família a grandes eventos, o salgadinho consegue deixar todos os encontros ainda mais gostosos. A origem da queridinha dos cardápios é permeada por histórias e personagens peculiares.
Os recheios são os mais variados possíveis, tem para todos os gostos: frango, carne, calabresa, camarão, feijoada, atum, jaca, catupiry, churros, chocolate…Nossa! Deu até vontade. Descubra, agora, como surgiu a famosa coxinha brasileira. Fique com as supostas versões de surgimento deste salgadinho.
Como surgiu a coxinha brasileira
Primeira hipótese
Para contar a primeira história sobre o surgimento desta iguaria, convido-lhes a fazer uma viagem no tempo, ao final do século XIX, com desembarque em São Paulo. O destino é a Fazenda Morro Azul, localizada a 150km da capital paulista, em Limeira, onde a família real teria vivido por um período em 1877.
O relato está inserido no livro Histórias e Receitas – Sabor, tradição, arte, vida e magia, da pesquisadora e escritora Nadir Cavazin, editado pela Sociedade Pró-Memória de Limeira e publicado em 2000.
A Princesa Isabel e o Conde D’Eu, seu marido, omitiam da Corte a deficiência mental de seu filho. O prato favorito do menino era uma parte específica do frango: a coxa. Ele era bem exigente e só comia isso; rejeitava qualquer outro corte da carne. Um belo dia, quando percebeu que não haveria uma quantidade suficiente de coxas para servir, a cozinheira decidiu inovar.
Ao imaginar o suposto escândalo do garoto, devido à falta de sua comida preferida, a mulher juntou restos de diferentes partes do frango, desfiou e adicionou farinha e batata. O resultado foi uma pasta moldada pela cozinheira em forma de coxa, com um osso colocado em uma das extremidades da massa, e frita.
O herdeiro do casal gostou tanto do novo prato a ponto de provocar, em sua avó, Teresa Cristina, o desejo de experimentá-lo. A iguaria, então, começou a aparecer diariamente das refeições da realeza.
No entanto, esse curioso episódio imperial tem difícil comprovação histórica, pois, a Princesa Isabel e seus filhos viveram no Rio de Janeiro até o fim da Monarquia (1889), e nenhum dos filhos apresentava deficiência.
Segunda hipótese
Há, ainda, outro rumor sobre o surgimento da coxinha. Desta vez, acredita-se que tudo começou no contexto do desenvolvimento industrial paulistano no século XX. Nessa época, na região de Santo André, por exemplo, existiam diversas fábricas e trabalhadores, que tinham que se alimentar, mas não podiam gastar muito.
Por isso, era habitual que eles consumissem lanches de vendedores ambulantes em frente às fábricas na hora do almoço. O mais comum nas barraquinhas de comidas era frango frito: coxa, sobrecoxa e peito. Um desses ambulantes usou a criatividade, desfiou o frango, uniu-o à batata e farinha, moldou na forma de uma coxa e fritou. Não precisa nem dizer o sucesso que foi, não é?
A receita não só ganhou fama nos arredores da cidade mas, também, logo atingiu outros lugares do país como Rio de Janeiro, Paraná e Belo Horizonte. Neste último, a coxa frita de frango desfiado ganhou um novo ingrediente nos anos de 1970: o requeijão cremoso, mais conhecido como catupiry.
Terceira hipótese
Há, ainda, uma versão que atribui, aos escravos, o título de “criadores da coxinha”. Quando faltavam alimentos, eles juntavam os restos do frango dispensados pelos senhores, desfiavam e envolviam a carne em uma massa de mandioca.
Quarta hipótese, a mais bem aceita
De acordo com Paulo Veríssimo, professor de Gastronomia da Universidade Anhembi Morumbi, a origem da coxinha não é tão brasileira como se pensa. Para ele, a receita é uma adaptação da culinária francesa e as características do salgado estão contidas na obra L’Art de la cuisine française au XIXème Siècle, de Antonin Carême (1784 – 1833), um famoso chef de cozinha da França, escrito em 1843, na capital. Sim, é isso mesmo: o quitute mais aclamado do Brasil nasceu de uma derivação da coxa-creme, um aperitivo francês!
Bom, agora que você já descobriu de onde veio a coxinha, vamos a algumas curiosidades?
- O protagonismo da famosa coxinha brasileira é tão grande que ela tem um dia inteirinho só para ela. No dia 18 de maio, é comemorado o Dia Nacional da Coxinha!
- Em 2019, a prefeitura da cidade de Limeira realizou a 1° Festa da Coxinha, que reuniu expositores das mais diferentes versões do petisco.
- Quem come coxinha é mais feliz!
Chegou o seu momento! Agora, é a sua vez de colocar a mão na massa e se deliciar com esse saboroso salgadinho.
Receita de coxinha tradicional
Ingredientes:
- 4 xícaras de trigo
- 4 xícaras de leite
- 1 caldo de galinha
- 1/2 colher de margarina
Modo de preparo: Leve ao fogo o leite, a margarina e o caldo; deixe ferver. Despeje de uma só vez o trigo e mexa bem. Retire da panela e coloque sobre a mesa. Sove um pouco e comece a modelar as coxinhas. Coloque para fritar em óleo quente, espere dourar, retire e sirva.
Disponível em: Tudo Gostoso
Mas…Caso você esteja de dieta, e as frituras estejam fora de cogitação, calma! Ainda há uma alternativa.
A solução está aqui: receita de coxinha fit da nutricionista das celebridades Patrícia Davidson!
Massa: 100g de aipim ou de batata-doce cozidos, 100g de frango cozido desfiado, 80g (8 colheres de sopa rasas) de farinha de aveia sem glúten ou de farinha de quinoa ou de amaranto, 1 ovo inteiro e farinha de rosca sem glúten para empanar.
Recheio: 100g de frango cozido desfiado, 1/2 xícara de molho de tomate natural, 1/3 cebola picada, 1 dente de alho amassado, 1 colher de sopa de azeite e pimenta e sal rosa a gosto.
Modo de fazer: Bata no liquidificador o aipim cozido (ou a batata doce), o ovo e o frango. Coloque em uma bacia e adicione a farinha. Misture até ficar homogêneo. Deixe descansando. Coloque para refogar a cebola e o alho para refogar no azeite. Acrescente o frango desfiado, o molho de tomate, sal e pimenta, e deixe ferver até o molho secar. Pegue a massa, faça bolinhas e um buraco no meio e recheie. Depois, feche em formato de coxinha. Empane na farinha de rosca sem glúten e leve ao forno já pré-aquecido a 180 graus, por 30 minutos ou até que as trouxinhas fiquem douradas.
Disponível em: Camaçari Notícias
Se você chegou até aqui embaixo é porque deve ter um grande fã de coxinhas aí do outro lado da tela. Então, que tal fazer este quiz e ver o quanto você domina o delicioso universo das coxinhas?
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Por Ana Paula Jaume – Fala! UFRJ