O cenário atual de calamidade da saúde brasileira com o painel do novo coronavírus, revelando um marco de, aproximadamente, 14 mil mortes, segundo os dados do Ministério da Saúde, apresenta, agora, um fator contribuinte diante de mais uma exoneração no Ministério.
Em menos de um mês, o ministro da Saúde Nelson Teich, médico oncologista, pediu sua demissão no cargo do governo de Jair Bolsonaro. Assim como o ocorrido com ex-ministro Luiz Henrique Mandetta, a discordância com o presidente foi um dos quesitos que proporcionou o pedido da demissão de Teich, esse que vai de encontro com as ideias de Bolsonaro sobre a hidroxicloroquina, substância sem o devido embasamento científico, para o tratamento da Covid-19.
Além disso, a falta de comunicação do ministro com o presidente, visivelmente marcada pela coletiva de imprensa, realizada na segunda-feira (11), em que Teich se surpreende ao saber que salões de beleza, academias e barbearias estão sendo considerados como serviços essenciais em meio à pandemia de uma doença altamente contagiosa, questionando, assim, a fala inicial de Nelson Teich ao assumir seu cargo do qual confirmava que “existe um alinhamento completo entre mim e o presidente”.
Na coletiva de imprensa, nessa sexta-feira (15), o ex-ministro da Saúde confirmou ter deixado o cargo por sua escolha e declarou seus agradecimentos à equipe no Ministério e aos profissionais de saúde, além de agradecer o presidente Jair Bolsonaro pela oportunidade de ter coordenado o Ministério.
Somado a isso, Nelson Teich ainda garantiu ter deixado um “plano pronto” para o auxílio de secretários estaduais, municipais, prefeitos e governadores e afirmou em sua fala:
Eu não aceitei o convite pelo cargo, eu aceitei porque achava que poderia ajudar o Brasil e as pessoas.
Diante o quadro agravante da Covid-19 e as mudanças na política do governo Bolsonaro, o momento de instabilidade assola o país. A problemática do descaso dado ao isolamento, da insistência do uso da cloroquina e do desconsiderar de recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS) são fatores que facilitam a estadia da pandemia no Brasil.
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Por Amanda Marquês – Fala! UFPE