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Guia prático de como sobreviver na selva da desinformação

A grande maioria das informações está na Internet, sufocadas por milhares de notícias falsas, que servem para atenuar ou sensacionalizar a situação real de acordo com interesses ocultos dos autores. Em meio a tanto conteúdo, saber reconhecer as informações legítimas e dignas de atenção é uma das competências mais úteis que podemos adquirir.

Sendo ideal para a transmissão de mentiras por contar com o anonimato e consequentemente a impunidade, a Internet traz novos níveis de risco na qualidade da informação. Em muitos sites não há responsáveis, não há autores, não há a quem reclamar. Ou os leitores aprendem a questionar o que leem ou cada vez mais fake news serão disseminadas. 

A desinformação pode ser pior do que a falta de informação. Este guia tem o intuito de dar dicas práticas de como evitar a desinformação e identificar notícias falsas.

Como evitar a desinformação e identificar as notícias falsas

Busque jornais de renome

Primeiramente, ao sermos bombardeados diariamente com milhares de notícias, falsas ou não, pode não parecer, mas a realidade é que estamos no controle de que tipo de informação consumimos. 

Há um extraordinário acervo de materiais confiáveis na Internet, mas é preciso saber triar. Nos jornais de renome, é  possível checar os conteúdos e os nomes dos autores, cujo prestígio e reputação estão constantemente ameaçados por erros nas matérias.

Os grandes jornais forjam sua reputação ao longo de décadas. Eles mantêm seus leitores pela confiabilidade que projetam. Portanto, matérias sensacionalistas ou mal documentadas teriam consequências reais. Esse perigo de perder a reputação talhada há anos, bem como o medo de potenciais processos legais por aqueles que possam se sentir injustamente tratados em suas reportagens, faz com que tenham mais cuidado antes de denunciar aquilo que não podem provar ou fazer alguma declaração inconsequente sobre determinado assunto. 

Sim, jornais grandes também erram, mas isso ocorre com pouquíssima frequência e a visibilidade das matérias faz com que o erro seja corrigido rapidamente.

Ouça especialistas

Há um critério essencial na avaliação da confiança que a notícia merece: que reputação oferece quem transmite a informação?

Opte por receber informação de especialistas na área. Ao procurar informações sobre o confuso jogo político brasileiro, ouça analistas de política, ao buscar informações sobre os avanços nas pesquisas de vacinas contra o coronavírus, opte por revistas médicas ou a opinião médica em artigos.

Para os não especialistas, ou seja, nós, o que conta é a chamada meta pesquisa, ou seja, a avaliação de muitas pesquisas de diferentes pontos de vista, para isso, é sempre importante ouvir quem entende e se preparou para opinar.

Analise a fonte  

Por fim, para aquelas notícias que “caíram no nosso colo” sem que possamos escolher a fonte, o melhor “remédio” é uma análise detalhada dessa mesma fonte, que pode dar um pouco de trabalho, mas é essencial para o combate à desinformação.

Para isso alguns passos simples são:

1) Verificar o autor

Um primeiro teste de confiabilidade consiste em se perguntar: se for mentira, quem paga o preço, caso seja desmascarado? Matérias não assinadas merecessem nossa total desconfiança.

2) Olhar a data do texto

As vezes, reconhecer fake news é mais simples do que parece, pois os fatos simplesmente estão fora de contexto. Não são notícias falsas, são notícias verdadeiras e antigas empregadas no contexto errado para comprovar alguma ideia falsa.

3) Não ler apenas o título e atentar para sensacionalismos

Títulos sensacionalistas são típicos das fake news, há uma tendência dessas notícias de conter palavras ou frases que despertam emoções ou mexam com as crenças das pessoas e, o mais importante, essas “notícias”, muitas vezes, são preconceitos disfarçados de notícia, trazendo um viés político, religioso, e outros. Por isso, leia o texto na íntegra para se certificar de que o título foi honesto com a matéria.

4) Atentar para erros ortográficos

Ao ler o texto, procure por escrita fora do padrão jornalístico, com erros de português ou quantidade exagerada de adjetivos, muitas vezes usado para o sensacionalismo já mencionado.

5) Questionar o texto

Lembre-se que o senso crítico é a melhor arma contra a desinformação, por isso, questione a integridade do texto a todo momento perguntando:

  • Que origem  tem essa matéria? 
  • Há uma explicação de como os dados ou informações foram obtidos? 
  • Que motivação teria para distorcer certos aspectos do assunto?
  • Que confiança merece o autor da informação?
  • O que poderia perder ao disseminar notícias falsas?

Com essas perguntas, eliminamos a maior parte dos boatos digitais. Ao desmascarar notícias falsas lembre sempre de denunciar e boa sorte na selva da desinformação.

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Por Júlia Mei – Fala! Cásper

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