As carreatas pró-Bolsonaro ocorridas pelo Brasil nesse domingo (19), apresentou a aglomeração de vários brasileiros que ignoraram as recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS), a qual propõe o distanciamento social para evitar a contaminação pelo novo coronavírus.
A manifestação tinha por objetivo demonstrar a visão a favor do fim do isolamento, assim como o presidente Jair Bolsonaro, e comemorar o dia do Exército brasileiro.
Porém, a participação de grupos apoiadores da intervenção militar e a favor do Ato Institucional número 5 (AI-5), criado no ano de 1968, foi umas das problemáticas destacadas nesse evento.
Para além dos cartazes defendendo tal intervenção, os gritos durante a fala do presidente ao chegar no Quartel-General do Exército Brasileiro, em Brasília, do qual afirmava “manter a nossa democracia” e “garantir aquilo de mais sagrado entre nós, que é a nossa liberdade”, iam a total contradição a manifestantes que apoiaram o decreto emitido pela Ditadura Militar.
Entenda algumas determinações do Ato Institucional número 5:
- Proibição de manifestações e atividades sobre política.
- Permissão para o recesso do Congresso Nacional, das Assembleias Legislativas e das Câmaras dos Vereadores.
- Intervenção nos Estados e Municípios, sem as limitações na Constituição.
- Suspensão de direitos políticos de quaisquer cidadãos por 10 anos.
- Cassar mandatos eletivos federais, estaduais e municipais.
- Medidas de segurança:
a) liberdade vigiada;
b) proibição de frequentar determinados lugares;
c) domicílio determinado. - Suspensão da garantia de habeas corpus, ou seja, medida judicial que protege a liberdade doindivíduo quando está sobre ameaça, violência ou coação.
Após as manifestações políticas, os ataques constitucionais não foram despercebidos, principalmente para diversos políticos no poder e o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, esse que por meio de sua rede social Twitter, declarou a preocupação pela luta de mais um vírus, o do autoritarismo, ao fazer referência à Ditadura Militar apoiada.
Além do post de Rodrigo Maia, o Twitter tem apresentado opiniões diferentes dos seus usuários que, frequentemente, expõem suas visões políticas. Assim, as hashtags #FechadosComBolsonaro e #ForaBolsonaro, essa com a suástica nazista, apresentam as diversas diferenças entre os brasileiros no campo político e as discordâncias de visões de mundo.
Somado a esse cenário, a coletiva de imprensa realizada na Alvorada (no dia 20) pelo presidente demonstrou a posição de Jair Bolsonaro em relação às manifestações e à questão da intervenção militar defendida por alguns de seus seguidores.
Eu sou realmente a Constituição.
Afirmou Jair Bolsonaro
Ao afirmar sua fala, o presidente também revelou que a democracia e a liberdade estão acima de tudo e que trabalha em favor da Constituição, contrariando as ideias do apoio à Ditadura Militar.
Além disso, Bolsonaro apresentou sua perspectiva sobre o isolamento e o desejo de acabar com o distanciamento social de alguns grupos ao falar que, aproximadamente, 70% da população será contaminada pelo Covid-19 e que “espero que essa seja a última semana dessa quarentena, dessa maneira de combater o vírus com todo mundo em casa”, revelando, assim, a defesa da normalidade das atividades e contrariando a OMS.
Fontes:
- Planalto
- Presidente no Quartel-General com manifestantes
- Coletiva de imprensa
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Por Amanda Marques – Fala! UFPE