Qual é a primeira coisa que você faz ao despertar logo pela manhã? Provavelmente é checar o Instagram, ver as notificações do WhatsApp ou visitar um portal de notícias. Estar conectado a maior parte do tempo passou a ser praticamente indispensável.
Na sociedade contemporânea, inúmeras pessoas ganham dinheiro e fazem do seu instrumento de trabalho, a própria internet. Poderia discorrer aqui sobre diversos benefícios que o mundo virtual traz para a vida hodierna, mas, antes de colocar em teste a proficiência da internet, é preciso refletir a seguinte questão: Nós e as redes sociais – Quem controla quem?
O Instagram, aplicativo que já bateu a marca de 1 bilhão de usuários ativos, tem justamente a seguinte proposta : publicar fotos e vídeos e, assim, interagir e se inteirar sobre a vida de quem você escolhe seguir.
Até então, tudo bem. Usar as redes sociais para compartilhar momentos, viagens, experiências é um comportamento natural desta geração, mas a dependência da aprovação dos demais integrantes tornou-se tão acentuada que os nossos perfis deixaram de ser nossos e são moldados, agora, com base nos outros.
A partir de um estudo conduzido por Hanna Krasnova, da Humboldt University, de Berlim, foi confirmado que o Instagram pode desencadear depressão em alguns usuários.
Se você vê belas fotos de um amigo no Instagram, uma forma de compensar isso é apresentar fotos ainda melhores, e então seu amigo vê as suas fotos e posta fotos ainda melhores e assim por diante. A autopromoção gera ainda mais autopromoção e o mundo das mídias sociais fica ainda mais distante da realidade.
Completa a pesquisadora
No livro A sociedade da transparência, o autor coreano, Byung-chul Han deixa explícito como nós mesmos nos transformamos em mercadorias com a exacerbada exposição de nossos corpos e, muitas das vezes, isso ocorre pela incansável busca por likes e elogios.
Conversando essa informação com o posicionamento da Hanna, é possível entender o porquê dos usuários dessa e de outras redes sociais se tornarem tão vulneráveis. A lógica é simples, fotos editadas, cenários milimetricamente pensados e montados somados à sorrisos estampados fazem com que a vida dos perfis se pareça impecável e, assim, a baixa autoestima, a ansiedade e a depressão passam a tomar um espaço preocupante na vida dos internautas.
Foi então que, em julho de 2019, como resposta ao efeito negativo do Instagram diante da saúde mental dos usuários, os responsáveis pela rede decidiram retirar a possibilidade de visualização do número de curtidas de uma foto por parte dos outros usuários, salvo o próprio indivíduo que a publicou.
Enfim, diante de todo esse cenário, vale repensar se um aplicativo merece ter tanto poder e influência sobre a sua vida e a sua saúde mental. Se a conclusão for uma negativa, nunca é tarde para rever os seus hábitos e focar mais tempo do seu dia em coisas que o agreguem e o façam crescer.
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Por Isabel Mello – Fala! Cásper