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Vou morar sozinho! E agora? – Dicas para universitários longe de casa

E agora? Essas provavelmente foram as palavras que vieram a sua cabeça no momento em que sua família te deixou sozinho em seu novo apartamento. Aquele que você quer desesperadamente chamar de casa (e realmente acreditar nisso). Seus sentimentos vão de “animado para começar a nova faculdade” a “meu deus, o que eu to fazendo?” em segundos. Mas que escolha você tem? O jeito é se jogar. E é isso que você faz. 

O problema é que você não tem mais carro ou alguém que te leve para todo lugar. E, se você não for sortudo o suficiente para morar a metros da sua faculdade, o transporte público se tornará seu companheiro de todo dia. Na primeira semana, você sai horas antes do combinado para poder analisar bem o trajeto e ter certeza de que vai chegar na hora. Mesmo assim, talvez você ainda pegue ônibus errado ou passe a estação do metrô e acabe pegando um Uber (mais de uma vez, inclusive). 

Você provavelmente também vai mergulhar de cabeça no mundo dos aplicativos de entrega de comida. Caso não haja sobras do dia anterior, água, manteiga e talvez algum limão de três meses atrás são o que você encontrará na sua geladeira. Se você for do tipo mais engajado na cozinha, no supermercado você se perde: não sabe o que levar, de qual marca levar e muito menos a quantidade de que precisa. Com certeza, vai deixar muita comida estragar, e vai perceber que qualquer refeição resulta em muita louça. Mas você só vai se lembrar dela  quando não houverem mais pratos e talheres limpos no armário. 

Na faculdade, você vai fazer vários amigos, e desfazer vários outros depois dos muitos trabalhos em grupo. Talvez veja vários se sobressaindo e se questione quando sentir que não é tão bom naquilo que você achava que era a única coisa que sabia fazer. Acredite ou não, vai finalmente aprender o mínimo de matemática, seja para calcular sua porcentagem de faltas (e de preferência não estourá-las) ou para entender quanto tem que economizar para pagar os (caríssimos) jogos universitários. As possibilidades do famoso surto de final de semestre são bem grandes, com direito a um “eu vou largar o curso”. Tranquilo, provavelmente, você não vai ter a coragem para fazê-lo.

Tudo isso você enfrenta sozinho. E só faz bater ainda mais a saudade daquele lugar que você jurava que não aguentava mais, mas para o qual, agora, volta sempre que dá. É saudade da comida pronta, da roupa lavada, das caronas, do clima, das pessoas… Não é fácil, não. O sentimento de solidão vira e mexe dá as caras as caras. Mas sabe aquele clichê de que o tempo cura tudo? Sinto lhe dizer, mas aqui não poderia ser diferente. 

Com o tempo você vai memorizar os nomes das ruas como nunca memorizou na sua cidade natal. Vai dar informações a turistas e se achar o máximo por isso. Vai perceber que, no fim do mês, aplicativos de entrega pesam na conta. Vai aprender a cozinhar (pelo menos um macarrão) aos domingos e congelar para o resto da semana. Vai receber um elogio ou uma nota dez de um professor e vai sentir orgulhoso de si mesmo. Vai curtir muitas festas da faculdade. Vai fazer amigos que se tornarão sua família. E vai chegar o momento, aquele momento, em que você vai ter uma dia péssimo e tudo o que você quer é voltar pra casa. Não a casa dos seus pais, a SUA casa. 

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Gabriela Girardi – Fala! Cásper

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