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5 curiosidades pouco conhecidas sobre a religião muçulmana

A religião muçulmana é conhecida como islã, do árabe paz, e é uma das três maiores religiões monoteístas do mundo, com cerca de 1,6 bilhão de adeptos à fé do profeta Muhammad (fundador da religião) e em Allah (Deus em Árabe). Existem dois principais grupos dentro do islamismo, xiismo e sunismo, os quais compartilham as mesmas crenças e os artigos de fé islâmicos, porém, possuem algumas distinções espirituais e políticas, nas quais surgiram com a morte do profeta Muhammad, em 632.

É a religião que mais sofre com preconceito por conta de más interpretações de seus adeptos as escrituras sagradas, que acabam cometendo atos radicais contra os direitos humanos. Mas você sabia que muitas vertentes do islã são totalmente contra essas práticas? Pensando nisso, a seguir, conheça 5 curiosidades pouco conhecidas sobre a religião muçulmana.  

Conheça 5 curiosidades sobre a religião muçulmana

1. As escolas de jurisprudência (vertentes)

​Fiqh (em árabe: فقه) é a jurisprudência islâmica que é constituída pelas decisões e interpretações dos académicos islâmicos sobre as escrituras sagradas, que dirigem as vidas dos muçulmanos. As principais escolas de jurisprudência são: Hanafi, Maliki, afyy, Wahabbitas, Jafari (Xiita), entre outras.

A vertente Wahabbita é a interpretação que dá aval às práticas terroristas e surgiu dos ensinamentos de um clérigo do século 18. A maioria de seus membros se encontra na Arábia Saudita, berço do Islã, mas também espalhados pelo mundo influenciando muitos muçulmanos. Essa interpretação é o que dá abertura a ideologia de grupos terroristas islâmicos.

Estado Islâmico, grupo terrorista de religião muçulmana.
Estado Islâmico, grupo terrorista de religião muçulmana. | Foto: Reprodução.

2. Apostasia: fé ou morte

​A apostasia é comumente definida como o abandono consciente do Islã por um muçulmano, seja verbalmente ou por escrito. Esse ato é tido como um crime passível de morte. Em 22 países, como na Arábia Saudita, é uma lei vigente, enquanto em outros, nos quais não é lei, as mortes são encobertas ou as famílias deserdam o ex-muçulmano. Há muitas ONGs que ajudam apóstatas deserdados ou perseguidos.  

A maioria das vertentes creem firmemente nessa interpretação, enquanto algumas acreditam que o profeta Muhammad ordenou porque, na época, a religião estava ascendendo e havia muitos inimigos. É importante frisar que nem todos os muçulmanos têm tratado os apóstatas desse jeito, especialmente os progressistas e os que vivem em países ocidentais.

Ex-muçulmana tirando o seu véu.
Ex-muçulmana tirando o seu véu. | Foto: Bryan Defende Universidade Nove De Julho.

Você pode encontrar alguns desses textos discutíveis sobre apostasia nas escrituras sagradas muçulmanas: Sahih al-Bukhari, 9:83:17, Sahih al-Bukhari, 4:52:260, Alcorão 9:73-74, Alcorão 9:66, Sahih Bukhari 9.58, Sahih Bukhari 9.271, Alcorão 4:89.

3. Direito das mulheres: Alguns bons e outros terríveis

​O Islã deu direitos às mulheres tais como: direito ao divórcio, ao voto, herança e garantiu o direito à vida em um período em que as filhas eram enterradas vivas na Arábia pré-islâmica. Alguns desses direitos foram conquistados antes das sociedades do lado oeste, como por exemplo, o voto feminino que só foi conquistado no Brasil em 1932.  

Por outro lado, a religião permite bater na esposa se caso ela desrespeitar seu marido. Alcorão 4:34 “Quanto àquelas, de quem suspeitais deslealdade, admoestai-as (na primeira vez), abandonai os seus leitos (na segunda vez) e bateu-as (na terceira vez); porém, se vos obedecerem, não procureis meios contra elas. Sabei que Deus é Excelso, Magnânimo. ” Porém algumas vertentes justificam que é bater de leve com uma Miswak, que é uma ferramenta tradicional de higiene bucal usada desde a antiguidade. Uma mulher muçulmana também não pode se casar com um não muçulmano, somente homens muçulmanos podem casar-se com mulheres de outras religiões e seus filhos serão muçulmanos, já que a religião para eles é algo que passa de pai para filho.

​Miswak, escova da antiguidade que homens da religião muçulmana batem em suas mulheres.
​Miswak, escova da antiguidade que homens da religião muçulmana batem em suas mulheres. | Foto: Reprodução.

4. Hijab: O pano na cabeça

O hijab é o véu que a maioria das mulheres muçulmanas usam. Ele só cobre o cabelo e o colo, deixando o rosto livre. Sua utilização costuma ser vista, por muitos, como uma forma de opressão feminina, mas a vestimenta não é obrigatória na religião e as mulheres podem ficar sem os véus na frente do marido e de homens nos quais elas não têm chances de casar, como sogro, pai e irmão.

“Ó Profeta, dize a tuas esposas, tuas filhas e às mulheres dos fiéis que (quando saírem) se cubram com as suas mantas; isso é mais conveniente, para que distingam das demais e não sejam molestadas; sabei que Deus é Indulgente, Misericordiosíssimo.” (Alcorão, 33:59).

Em alguns países de maioria muçulmana, o véu acaba sendo obrigatório por questões políticas e não religiosas. Os homens também devem seguir uma regra de vestimenta modesta. Segundo algumas escolas de jurisprudência, um homem deve cobrir toda a área entre o umbigo e os joelhos e, caso não haja risco de cometer algum pecado, é permitido que qualquer pessoa olhe para o corpo dele ( Alcorão 24:30).

Muçulmana com hijab.
Muçulmana com hijab. | Foto: Reprodução.

5- Conheça algumas formas de se vestir das muçulmanas

As mulheres da religião muçulmana podem se vestir de diversas formas, dependendo de sua jurisprudência e de questões políticas. Isso porque muitos países impõem uma determinada vestimenta às mulheres, mesmo que não esteja descrita no livro sagrado. 

Exemplos de vestimentas das mulheres de religião muçulmana de acordo com a restrição de seus países e da jurisprudência islâmica.
Exemplos de vestimentas das mulheres de religião muçulmana de acordo com a restrição de seus países e da jurisprudência islâmica. | Foto: Reprodução. 

É certo ressaltar que a religião muçulmana prega a paz, mas algumas interpretações mancham a verdadeira ideia dessa crença.

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Por Letícia Ferreira Soares Azevedo – Fala! Uninove

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