Fugindo do convencional
Quando o assunto é esporte, futebol, vôlei ou basquete nos vêm a cabeça. Difícil não querer aperfeiçoar o drible depois de ver Neymar marcar um golaço, mais ainda não querer cortar uma bola levantada pela Fofão ou repetir um arremesso à cesta da grandiosa Hortência.
Tais esportes possuem maior visibilidade e alcance devido ao espaço nas telinhas e à própria cultura do país. No entanto, a gama de modalidades vai muito além dessas três. Temos o Rugby, o Hipismo, o Taekwondo, entre outros. Mas você conseguiria citar algum destaque? E conhecer minimamente suas regras?
Conversamos com três jovens que fugiram do convencional e foram atrás de atividades físicas menos conhecidas e estimuladas no Brasil. Todas com uma característica em comum: o amor pelo esporte.
Amor e dedicação
Juliana, 26 anos, pratica o hipismo desde criança. No começo ela fazia apenas equitação básica, mas quando entrou na faculdade começou a realizar saltos, comprou seu primeiro cavalo e passou a se dedicar muito ao esporte, evoluindo e participando de competições.
Sua relação com os cavalos vem de outras gerações, seus avós e pais também montavam, portanto, estimularam Juliana a praticar o esporte: “eu criei gosto e nunca mais quis parar, o contato com cavalos é a melhor terapia para mim”. Como toda atividade física, o hipismo possui dificuldades e a principal é a questão financeira. Bons cavalos, estábulos, aulas e competições custam caro, portanto nem todos possuem condições de praticar.
Para quem pensa em começar no esporte, a atleta dá duas dicas básicas: ter amor e respeito pelos cavalos e não querer antecipar etapas (ter um bom curso de base, treinar bastante o básico e começar com um cavalo simples). E para quem pensa em seguir carreira na área, Juliana afirma que o Brasil não está pronto, “o Brasil tem cavalos com o mesmo potencial dos cavalos europeus, no entanto ainda há uma cultura muito forte de importar cavalos caros ao invés de melhorar o nível de treinamento dos cavalos brasileiros”.
Atualmente, Juliana não está praticando, pois acabou de mudar de cidade, mas o amor pelo esporte ainda é grande – “o hipismo equilibrou a minha vida e preencheu a lacuna que faltava. Tenho ao mesmo tempo o amor de um cavalo e os benefícios de um esporte onde você não compete sozinho”, afirma.
Quer saber mais sobre o esporte? Acesse o site da Confederação Brasileira de Hipismo: www.cbh.org.br.
Valores e amizades
Karolyne Monte Fusco, 20 anos, estuda veterinária na Anhembi Morumbi e joga rugby pela universidade. Quando conheceu o rugby, o time feminino mal existia, mas ela percebeu que aquele era o seu lugar. Aos poucos as meninas começaram a chegar, e hoje o time já participa de campeonatos e amistosos. Depois dos jogos, tem o tradicional terceiro tempo, quando as jogadoras vão juntas beber cerveja e deixam de lado a rivalidade da partida.
Para ela, a maior dificuldade no esporte é encontrar meninas com vontade de jogar rugby: “É muito difícil, porque as meninas que jogam normalmente são altas e fortes. Mas, você não precisa ser assim, porque no rugby a gente precisa de meninas mais fortes e de meninas que corram mais, que acabam sendo aquelas garotas mais magrinhas, e são justamente essas que têm muito medo de ir e se machucar.” Os treinos são físicos e técnicos, então além de ganharem resistência, as garotas também aprendem a jogar e a lidar com o contato no esporte.
O rugby está ganhando mais espaço no Brasil. Apesar de ter sido pouco divulgado, fomos sede de grandes jogos das seleções brasileiras feminina e masculina. Para aqueles e aquelas que se interessaram, a Karol dá a dica: “tenta comparecer a um treino e não se assuste se você não souber jogar ou cansar muito fácil, pois são coisas que você evolui com o tempo, como eu fiz. Também não importa se você é alta, baixa, gorda ou magra, o rugby é um esporte para todos. Cada posição necessita de um porte diferente, e a diversidade é muito importante. Deem uma chance pra esse esporte maravilhoso!”
Quer saber mais sobre o esporte? Acesse o site da Confederação Brasileira de Rugby: www.brasilrugby.com.br.

Hierarquia, disciplina e respeito
Faixa preta em taekwondo, a paulistana Eduarda Câmara, 17 anos, conheceu a modalidade por curiosidade quando tinha apenas 12 anos. Desde o começo de sua trajetória no esporte, ela sempre se preocupou em competir, mesmo quando era faixa branca e só podia lutar em amistosos.
Assim que conseguiu a faixa amarela, a paulistana e sua equipe começaram a participar de diversas competições, inclusive fora da cidade de São Paulo. “Ganhei muitos campeonatos, já levei muito chute também, mas sempre competi”, diz.
Para seguir na modalidade, a atleta conta que enfrentou duas grandes dificuldades. No início, o idioma coreano era o principal empecilho, seja durante as aulas ou nas provas teóricas, necessárias para evoluir de faixa. Outra questão foi o medo de machucados por parte da família: “tive que convencer minha avó, meu pai e minha família em geral de que eu não iria morrer, que mesmo sendo uma luta, há regras e respeito”, explica.
Para ela, a noção da hierarquia foi a principal mudança que o taekwondo trouxe para a sua vida. No esporte, o conceito é bem importante, as cores de faixa, adquiridas com treino e provas, delimitam a experiência de alguém, independente de idade ou tamanho. Eduarda indica o taekwondo para qualquer pessoa, e afirma que com disciplina e respeito, ele pode trazer diversos benefícios para o praticante. “O bom é que você pode participar por hobby, porque quer ser um atleta, porque quer perder peso e até para fazer amigos”, completa. A principal dica para quem quer iniciar a modalidade é ter paciência – o esporte é gradual e cheio de etapas, a pressa do praticante pode atrapalhá-lo.
Quer saber mais sobre o esporte? Acesse o site da Confederação Brasileira de Taekwondo: www.cbtkd.org.br.

Separamos também algumas regras básicas de cada um desses esportes. Confira:
Hipismo:
- São nove modalidades: salto, adestramento, curso completo de equitação, enduro, rédeas, pólo, driving, volteio e epecial (paraolímpica).
- A mais famosa, o salto tem como regra: ultrapassar com perfeição por 12 a 15 obstáculos distribuídos pela área de competição, cujas medidas variam conforme a altura e largura dos obstáculos.
- Caso o competidor derrube e desvie do obstáculo, recue, ultrapasse o tempo limite, erre o percurso ou caia do cavalo, é descontado pontos de sua nota final.
- O vencedor é aquele que comete menos infrações. Em caso de empate, os competidores refazem a prova.
Rugby:
- São duas modalidades, com as mesmas regras: a tradicional com 15 jogadores de cada lado (XV ou 15-a-side) e a modalidade reduzida com 7 jogadores de cada lado, o Seven.
- Na modalidade de 15 jogadores, uma partida possui 2 tempos de 40 minutos cada. Na modalidade de 7 jogadores, também são 2 tempos, porém, nesse caso, de 7 minutos cada.
- O objetivo do rugby é pontuar, o que pode ser feito por meio de algumas jogadas: Try – 5 pontos; Conversão – 2 pontos; Penal – 3 pontos; Drop Goal – 3 pontos.
- A partida é iniciada e reiniciada, depois das pontuações, com o Kick-off: chute realizado no centro do campo para a bola percorrer pelo menos 10 metros à frente. Ao longo do jogo, a bola deve sempre ser passada para trás, com as mãos.
- Somente o jogador que está com a bola nas mãos pode ser derrubado ou agarrado por um adversário, isto é, receber uma placagem, o Tackle.
Taekwondo:
- O desempenho do lutador é medido e indicado de acordo com um sistema de cores de faixas usadas em sua vestimenta: são 11 faixas no total.
- Para os faixas-preta, a luta tem duração de 6 minutos, sendo dividida em três rounds de 2 minutos. Já para os lutadores de faixas coloridas, a luta tem duração de 3 minutos e se divide em dois rounds de um minutos e meio.
- Os golpes dados acumulam pontos para o lutador que os fizer. Vence quem tiver mais pontos no final do último round, ou quem tiver 12 pontos de vantagem no final do segundo round.
- Caso um dos lutadores consiga nocautear seu oponente, ele é considerado vencedor da partida.
Por: Laura Jabur, Marianna Rodrigues e Paola Micheletti – Fala!PUC
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