A PEC 55 (antiga PEC 241) causou grandes consequências nos movimentos estudantis, já que tem como objetivo inviabilizar novos gastos destinados a educação do país.
Desde a ocupação das escolas até a ocupação das universidades, a juventude brasileira tenta mobilizar e conscientizar a população de que esta nova emenda constitucional deve ser vetada.
Em conversa com o Movimento Estudantil UFOB-Barra, da Universidade Federal do Oeste da Bahia, nós ficamos a par da atual situação da universidade, que foi fundada em 2011 e faz parte de um desmembramento da UFBA (Universidade Federal da Bahia).

Segundo o movimento, “a PEC afetará a realização de concursos de professores e técnicos, além da compra de materiais para o andamento dos cursos, principalmente os mais caros, como Medicina e as demais áreas de Engenharia”.
A própria reitoria da UFOB chegou a afirmar em documento o apoio ao manifesto do movimento estudantil, que reúne a maioria dos professores e alunos da universidade.

O argumento de defesa para a implementação da PEC 55 é a de que o país está com a conta no vermelho, e que para quitar essa dívida será necessária a criação de um limite aos gastos públicos, a começar pelos investimentos na educação e na saúde.
O problema deste contexto é que o nosso sistema educacional está em estado crítico, assim como as dívidas do país. Quando perguntamos ao movimento estudantil sobre as principais deficiências da UFOB, eles mencionaram a falta de professores, de estrutura, de estágios e de viagens para aulas práticas, já que a universidade não tem estrutura e nem material para realizá-las.
O Movimento Estudantil da UFOB-Barra tem se posicionado com protestos nas ruas, realização de saraus, roda de conversas, e até visitas nas escolas e na própria Câmara de Vereadores, a fim de pedir apoio e questionar os deputados que votaram a favor da PEC.

A ocupação na UFOB não tem previsão para acabar, assim como as demais ocupações que estão sendo realizadas Brasil afora.
A pergunta que poderíamos fazer é a mesma que o filósofo Leandro Karnal colocou: por que não discutimos primeiro a propaganda, os benefícios dos cartões corporativos, todas as mordomias do Estado, para depois pensarmos num programa que congelasse, por um tempo específico, os gastos com saúde e educação?
Por: Marcelo Gasperin – Fala! Universidades
0 Comentários