Por: Laura Jabur e Marcelo Gasperin – Fala! Universidades
No centro da cidade de São Paulo – exatamente na rua do Ouvidor, número 63 – encontramos um centro cultural artístico, onde residem artistas de diferentes origens, culturas e estilos.
Podemos levar um choque artístico em cada um dos 13 andares da Ocupa Ouvidor 63 – pinturas, esculturas, colagens e cortinas de Cd’s atraem quem sobe pela escada.
Mas o prédio também respira política. Os residentes da ocupação possuem seus próprios ateliês, galerias, exposições e até oficinas, mas também são responsáveis pela manutenção do prédio, pelas reuniões e pelo diálogo com todos que habitam aquele espaço.
Residentes e Resistentes
Quem nos recebeu foi a artista Erica Karabina, que mora há quatro anos na ocupação.
Erica é uma das responsáveis pelo Brechó 63, que como o nome já diz, se trata de um brechó dentro da ocupação, com roupas que são produzidas a partir de materiais descartados por grandes empresas na rua, e comercializados por um preço simbólico.
A artista nos conta que não pretende passar uma vida inteira na Ocupa, e que ela está ali apenas de passagem, numa fase de aprendizado, luta e experiência.
Além de Erica, existem mais de 100 artistas que residem na ocupação com a finalidade de expor seus trabalhos, aprender e conhecer novas perspectivas do mundo artístico.
E se for colocar na conta a quantidade de pessoas que já passaram por ali, o número ultrapassa os 2.000.
Projeto e Programação
No quinto andar do prédio uma creche está sendo construída, e todo tipo de doação é bem vinda (como lápis de cor, papel sulfite, canetinhas, tinta, etc). Além de ser uma creche, o espaço também servirá como um ateliê para as artistas que são mães.
Sobre a programação – acontece neste domingo (09/07), um desfile dentro da ocupação com roupas produzidas pelo Brechó 63. Além disso, no mês de agosto terão início a programação das oficinas oferecidas pela ocupa.
O Ideal
Atualmente, a ocupação enfrenta um processo na defensoria pública. Assim como Erica Karabina, todos os artistas que ali residem podem perder aquele espaço, ou, se conseguirem o apoio da prefeitura, podem transformar a ocupação num centro cultural artístico reconhecido pelo poder público.
Por se tratar de uma ocupação, o governo, obviamente, não fornece nenhum apoio para a revitalização do prédio, ou seja, tudo funciona por colaborações (tanto dos residentes, quanto das pessoas que se solidarizam com a causa).
Clique AQUI e acesse a página oficial da ocupação no Facebook
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