No dia 02/03 (quarta-feira passada), o coletivo negro AfroMack realizou um debate aberto sobre cotas raciais, a fim de questionar e interagir com alunos que sentem falta desse tipo de discussão dentro da universidade.
Liderado por Tamires Gomes, o debate levantou diversas opiniões sobre as cotas raciais e o acesso da população negra no ambiente acadêmico, além dos participantes colocarem em pauta os seus relatos, desabafos, e até mesmo algumas indagações do tipo “eu não sei dizer ao certo qual é a minha cor e a minha origem”.
“O jovem negro, periférico, muitas vezes acaba não terminando a escola, por que começa a trabalhar para ajudar as despesas da casa, ou acaba indo pro lado do tráfico, vendendo uma maconha ali, uma cocaína aqui, por ser muito mais fácil de se ganhar dinheiro quando comparado com um emprego informal, que talvez ele nem tenha acesso”.
Outro ponto interessante da discussão foi a abordagem de alguns mitos sobre as cotas raciais. Para isso, foi separado um texto para o debate, com o título de 7 Mitos Sobre as Cotas Raciais.
“O texto tem uns exemplos bem legais e que muita gente fala por aí, como o argumento de que a cota vai abaixar a qualidade do ensino superior, sendo que já foi comprovado que os alunos bolsistas e cotistas têm uma nota igual ou superior ao aluno não cotista ou não bolsista, e isso acontece por quê? Por que o aluno negro, pobre, quando tem acesso ao ensino superior, dá muito valor pra isso, até por que ele pode perder a bolsa se bombar mais de 3 matérias na faculdade, como acontece no ProUni”.
“Mesmo depois de a gente entrar na universidade, seja pelo FIES, pelo ProUni ou pelas cotas, nós, negros e negras estudantes de Direito, não podemos nem preservar o nosso cabelo Black, por que muitos escritórios vão rejeitar e não vão nos contratar por não seguirmos o padrão pré-estabelecido na sociedade“.
“Outro mito que muita gente leva como argumento é de que as cotas são incondicionais e ferem o princípio da igualdade. Alguns deputados já tentaram fazer com que a cota fosse considerada incondicional, mas o STF, já há alguns anos, decretou que as cotas são constitucionais“.
Por: Marcelo Gasperin – Fala!M.A.C.K
0 Comentários