Por Débora Bandeira – Fala! PUC
01. Hibisco Roxo (2003)
Hibisco Roxo conta a história de uma garota rica chamada Kambili, cujo pai é um fanático religioso que se recusa a assumir suas raízes nigerianas e se apresenta como um homem extremamente autoritário, utilizando violência doméstica contra sua mulher. A garota, então, passa a conhecer um mundo novo, quando vai passar uma semana na casa da tia, professora universitária. O livro trata de amadurecimento e é uma metáfora para os problemas sociais enfrentados no país.
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02. Meio Sol Amarelo (2006)
É um livro extremamente político, que se passa durante a Guerra do Biafra (uma guerra civil nigeriana motivada por diferenças culturais instalada no país desde as divisões de fronteiras feitas pela colonização europeia).
Narrado em terceira pessoa, a situação é contada através de três personagens principais: Ugwu, um garoto muito pobre que vai morar com um professor universitário; Olanna, filha de um homem rico e poderoso e Richard, um jornalista britânico que se muda para a Nigéria para escrever um livro. Uma visão de um nigeriano pobre, de uma nigeriana abastada e de um europeu. É justamente as múltiplas visões sobre o conflito que encanta aqueles que o leem.
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03. A Coisa à Volta do Teu Pescoço (2009)
É um livro que compila 12 contos da autora, passados na Nigéria, África do Sul e nos EUA. Em cada um deles há a representação de uma figura feminina forte em seus diferentes modos. O nome do livro remete a um sentimento de sufoco, do nó na garganta, de falta de ar e se refere ao impacto abordado em cada uma das histórias.
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04. Americanah (2013)
Foi escrito para causar incômodo, abordando o racismo, a xenofobia e a desigualdade de gênero de modo muito claro nos Estados Unidos. O livro tem como protagonistas Ifemelu e Obinze, um casal jovem que vive um romance durante o regime militar nigeriano. Ifemelu, então, se muda para a “Terra do Tio Sam” (EUA) para estudar, onde se depara com questões raciais e culturais. Após voltar para a Nigéria, encontra-se em um país completamente diferente do qual havia deixado, assim como o seu companheiro Obinze.
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05. Sejamos Todos Feministas (2014)
e Para Educar Crianças Feministas (2017).
Suas duas últimas obras, “Sejamos Todos Feministas” e “Para Educar Crianças Feministas”, são manifestos da escritora sobre a questão de genêro. Chamada de feminista pela primeira vez durante uma discussão com um amigo, Chimamanda não se deixou abater pela forma pejorativa como a palavra foi utilizada e se assumiu como tal.
Em defesa por igualdade, escreve no primeiro: “Perdemos muito tempo ensinando as meninas a se preocupar com o que os meninos pensam delas. Mas o oposto não acontece. […] Em todos os lugares do mundo, existem milhares de artigos e livros ensinando o que as mulheres devem fazer, como devem ou não devem ser para atrair e agradar aos homens. Livros sobre como os homens devem agradar às mulheres são poucos”.
É partindo desse viés que fez um segundo manifesto, “Para Educar Crianças Feministas”. Inspirado em uma carta que escreveu para uma amiga lhe ensinando a como criar sua filha para que, desde pequena, ela tivesse a igualdade de gênero como princípio, Chimamanda preparou um manual com dicas para alcançar esse objetivo.
Confira também:
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