Por: Guilherme Strabelli – Fala! Cásper
Com a morte de Chester Bennington, vocalista do Linkin Park, na última semana, toda uma geração perdeu a voz que nos momentos difíceis, mostrou que nós não estávamos sozinhos, e que nunca estaremos. Perdeu a voz que, mesmo com seus (inúmeros) problemas, carregou e ajudou milhares de jovens a lidarem com problemas da vida ou a saírem de situações adversas.
Nos primeiros álbuns da banda, Chester conseguiu, ao lado de Mike Shinnoda – parceiro de Linkin Park – expressar o que todas as pessoas sentem ou já sentiram. Com músicas que tratavam de sentimentos comuns entre a juventude dos anos 2000, os álbuns Hybrid Theory e Meteora levaram a banda ao estrelato.
Desde então, todos os álbuns lançados pelo grupo fizeram sucesso. E, mesmo com a brutal mudança de estilo adotada pela banda ao longo dos 17 anos de estrada, uma coisa era certa: as músicas falariam sobre coisas que nós precisávamos ouvir e que nos serviriam de conforto.
As mensagens das músicas, normalmente, são simples e pessoais, como em Given Up, que mostra a miséria de pensarmos que nós somos a causa dos nossos problemas, ou ainda na faixa Easier To Run, que expressa como, por não conseguir mudar, é mais fácil fugir do que encarar a dor.
Na medida em que o grupo envelheceu, suas letras amadureceram. Isso ficou mais que explícito após o lançamento do álbum One More Light. Com uma sonoridade que beira o eletrônico – mas com elementos de rock ainda presentes – a banda falou sobre sentimentos e temas mais maduros, até então não explorados em suas canções.
Em Sharp Edges, Chester conta sobre os conselhos de sua mãe que ele ignorou, e o que ele aprendeu a partir dessas desobediências.
Chester foi uma referência no início do milênio. Toda sua história e todos os seus problemas, de alguma forma, o aproximaram do público. Ao partir, o eterno vocalista não deixa apenas sua mulher, seus seis filhos e seus colegas de banda. Deixa uma legião enorme de fãs que sentiram sua perda como se tivessem perdido alguém próximo, devido à grande identificação com o ídolo. E apesar do momento de tristeza, devemos seguir o que diz a canção Leave Out All The Rest, e levar na memória o que Chester nos mostrou.
Isto é, mostra que quanto mais uma luz se vai, quando nós procurarmos o lugar a qual pertencemos, quando nos sentirmos invisíveis, nós não estaremos sozinhos – sempre teremos algo ou alguém que nos faça quebrar o hábito, e que nos mostre que ainda existem coisas que fazem tudo valer a pena.
Descanse em paz, Chester…
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